sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Me diz qual eh o pente que te penteia!


Dentre tantos assuntos sérios e relevantes que eu já discuti aqui no blog, tais como Gravidez, Parto, Escolinha x Babá, Pós Parto, Ser madrasta, etc.
Um assunto deveras polêmico e SERÍSSIMO na vida de uma mãe ficou de fora!
Portanto hoje vamos corrigir essa grave falha deste humilde veículo maternístico de comunicação e vamos falar dele, o polêmico, o inexorável, o famigerado O CABELO DE MÃE!
Toda mãe sabe que o cabelo não passa ileso por essa nova fase da nossa vida.
Na gravidez a gente vira praticamente o Toni Ramos, com pelos nascendo donde nunca nós imaginamos possível! Eu tenho a minha humilde teoria (humilde e sem nenhum embasamento científico,ok senhoras?) de que a culpa é toda do ácido Fólico! A gente começa a tomar esse tal de ácido fólico e a cagada tá feita. Mas essa exuberância de pêlos e afins tem um lado bom, olha lá, nosso cabelo fica todo trabalhado no brilho, bem a lá Cléo Pires!
Mas um dia o bebê nasce, você começa a amamentar e a sábia mãe natureza envia todos os nutrientes ingeridos para o leite, e não para o seu cabelo. Que cai. Muito. Em enormes e assustadoras quantidades. No entanto, como eu já bem disse, a Mãe Natureza, que é mãe, não é madrasta (me deixa, que se tem alguém que pode fazer piada de madrasta, esse alguém sou eu!) bem sabe que você vai mesmo ficar sem pentear os cabelos pelos próximos 6 meses, e no fim das contas, aqueles que sobrarem vão estar invariavelmente presos, sob pena de suas madeixas se transformarem em trapézio de bebê.
Pois bem, resumindo a história, depois da gravidez e da licença maternidade o seu cabelo fica uma merda e muitas recorrem à sempre boa e velha tesoura, afinal de contas um cabelo curto e estiloso, fácil de secar e arrumar é muito mais prático na vida de uma pessoa que trabalha 8 horas por dia E tem um bebê em casa E tem que fazer janta todo dia E tem que limpar o xixi do cachorro de trás da cortina... (continua ad infinito)
Vamos analisar essa história de “Virei mãe, cortei o cabelo” Através das didáticas, mães – celebridade!


Agora, existe uma vertente de mães que não tá nem um pouco a fim de cortar o cabelo! Vamos aos exemplos celebres.



Eu sei por que o Theo já fez isso comigo inúmeras vezes. Eu vivia de coque. Meu cabelo passou de protagonista à coadjuvante na história da minha vida.
Finalmente, após analisarmos todas essas celebs e seus cabelos pós-filhos, vamos analisar a minha pessoa...
Na imagem 1, podemos visualizar a minha pessoa toda trabalhada na magreza e no brinco hiponga na época da faculdade! Ah que tempo bom, no qual meus cabelos poderiam ficar soltos ao vento sem correr o risco de levar uma vomitada súbita!
Na imagem 2, podemos ver a minha barriga vasta cabeleira a lá Elba, presa num rabo de cavalo, que eu já tava toda sem agilidade pra cuidar de cabelo com uma barriga desse tamanho né pessoal?
Nas imagens 3 e 4, os cabelitchos sempre presos na presença dos filhos!
Agora me fala minha gente, como lidar com os cabelo comprido de minha cabeça sem ter o tempo, a dedicação e o Kerastáse necessários para não andar por aí parecendo a advogada do Lindemberg?
Então pensei cá comigo, adentrarei ao time das mães de tesoura (ai, que piada horrível! Não resisti...)! Vou cortar tudo, radicalizar, vou ser Nina de Avenida Brasil, vou andar por ai com um corte de cabelo Mia Farrow em “A mão que balança o berço”! Daí que eu me dirigi toda certa que os meus dias de cabelão haviam chegado ao fim, olhei bem pra cara do Robson, meu cabeleireiro e ARREGUEI! Pois é, não dá coragem! Eu tenho cabelão desde a adolescência e é tão difícil desapegar!
Além disso, o Theo acha que eu trabalho de princesa (sim minha gente, tipo uma versão do “Profissão Repósrter” só que “Profissão Princesa” saca? Tudo isso porque eu enho cabelo grande igual o da Jasmine do Aladin). E o meu marido é radicalmente contra cortar!
Porém, contudo, entretanto, todavia, eu venho humildemente pedir a opinião de pessoas que, como eu, sabem o impacto que o cabelão tem na nossa vida. O fato é que eu quero mudar que eu cansei dessa minha cara sempre igual. Então tenho duas opções:
1 – Corto e radicalizo no curtinho “Sou mãe moderna que não preciso de escova na minha casa”, ou:
2 – Mudo a cor e dou cara nova ao meu já batido e reprisado cabelão, compridão, castanhão.
Pronto, agora é com vocês, decidam ainda por esta semana que o Robson tá ansioso pra saber se pega as tesoura ou as tinta tudo! Hahahahah



sábado, 10 de novembro de 2012

Você não é a mamãe, você é a PALMIRINHA!



O que dizer? Me desculpa? To sem aparecer aqui a meses... Daí que vocês devem estar pensando que eu vou ter que mandar uma desculpa ótima por essa falta grave com todas vocês, né não?

Pois então, lá vai a desculpa.
Gente, EU VIREI A PALMIRINHA!

Sério, juro pela minha cinta pós – parto que fez a minha barriga voltar pro lugar, depois que ela resolveu acumular-se toda para o lado esquerdo!

Ocorre que devido ao já sabido problema alimentar do Lucca, eu resolvi passar a fazer a comida TODO O SANTO DIA, porque como já bem dizia Zezé di Camargo e Luciano in propaganda do Sazón, o segredo É O AMOR!

Na minha cabeça a coisa funcionaria da seguinte forma, eu, com minhas mãos mágicas investidas no poder do Biotônico Fontoura, iria produzir uma comida tão delícia que o Lucca iria comer estilo Theo, iria recuperar o peso perdido, cresceria forte e reluzente e dedicaria o diploma de física quântica na USP para a minha pessoa!

E eu continuaria assim, uma mãe que trabalha e limpa bundas de cocô nas horas vagas e FIM.

Mas como na maternidade NADA sai como você planejou, eu percebi que o meu plano infalível de ser a Palmirinha corporativa ia dar muito mais trabalho do que parecia...

Primeiro, você precisa resolver com antecedência qual vai ser o menu. Tarefa fácil não? Não! Quando você tem em casa uma criança que não gosta de comer. E ponto.

O que fazer? Sim, pois meu objetivo é fazer o Lucca comer, então eu tento sempre pensar em pratos que ele desgosta menos. E mesmo assim ainda tem que rolar aquela chantagem emocional bem ao estilo “Eu trabalhei o dia inteiro e você não vai comer nenhuma coxinha do frango?” Daí eu faço cara de gato de botas no Shrek e ele acaba comendo. Me deixa! Eu trabalho 8 horas por dia de salto alto, tenho que pensar no menu da semana e fazer janta as 20h00. EU POSSO CHANTAGEAR! To escrito no manual das mães que trabalham.

Depois eu não consigo mais assistir a novela das 19h00. Sem mais.

E pra finalizar eu descobri que eu virei escrava do creme de cebola. Gente, é sério, como viver sem? Creme de cebola tempera frango, rocambole de carne moída, sopa, almôndega... Enfim, estou ainda explorando outras facetas deste condimento que é o meu melhor amigo na cozinha.

Dito isso, ontem o Lucca solta o seguinte na mesa do Jantar: “Mari, eu adoro a sua comida”. Pronto, sangue de Jesus mão de Biotônico tem poder!

Família alimentada, feliz e normal, certo? ERRADO.

Gente, o que está acontecendo com o mundo? Alow! Chego em casa ontem mais cedo e meu enteado de 10, repito DEZ, anos está saindo do apartamento, com o violão nas costas, dizendo que vai ensaiar com a Banda.

Alguém me amarrota que eu to passada! Eu achei que essa história de banda começasse lá pelos 14 anos, o que coloca o Lucca 4 anos a frente de seu tempo. Oi, produção, alguém pode por favor convidar a Rosely Saião pra esclarecer esse assunto no próximo post? Porque o negócio parece ser contagioso!

E o Theo! Entrou naquela fase dinossaurística sabem? Que costuma começar lá pelos 6 anos (alow, Rosely Saião, ajuda as colega). Tudo é dinossauro. Só tira foto fazendo cara de dinossauro. Só atende quando chamado de DINOSSAURO. Se alguém o chama de Theo a criança corrige:

“Eu não sou o Theo, eu sou o DINOSSAURO”.

“Tudo bem DINOSSAURO, você quer que a mamãe ponha feijão no prato pra você?”

“Você não é mamãe, você é MAMÃE DINOSSAURA”.

E isso já faz umas 3 semanas. Gente, vai passar? Ou ele vai estar na faculdade e eu vou ter que ligar pra república e falar: “Oi, aqui quem fala é a MAMÃE DINOSSAURA, posso falar com o DINOSSAURO por obséquio?”

E vocês? Como estão? Fazendo muitas receitas com creme de cebola? O filho de alguém também montou uma banda? O FILHO DE ALGUÉM SÓ ACEITA SER CHAMADO DE DINOSSAURO (ou de Ben 10, de Rei Leão, de Mac Queen? Vale tudo gente)?

Espero ANSIOSA pelos comentários, torcendo pra vocês ainda se lembrarem de mim,pro Lucca comer, pro Theo desistir de ser o dinossauro, pra minha barriga diminuir, enfim...

BEIJOS DA MAMÃE DINOSSAURA + PALMIRINHA PRA VOCÊS!

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Cada um com o seu prato e todos caindo no mercado!


Foto que dispensa comentários... mas eu diria, MacPeito!

Quando a gente tem mais de uma criança em casa a primeira reação que se tem é tentar usar as mesmas chantagens estratégias , castigos tratamentos e canal de desenho atividades pras duas criaturas mirins. Daí você logo percebe que isso vai dar muito errado!

Eu tive irmãos (2, um irmão e uma irmã) e nós gostávamos de coisas muito diferentes! Eu gostava de pentear o cabelo da Barbie, meu irmão gostava de cortar o cabelo da Barbie e minha irmã gostava de pegar o dinheiro do Banco Imobiliário e fingir que a Barbie era uma loira elegante e muito rica que emprestava a juros abusivos. E nós três fomos criados pela mesma família!

Lá em casa, eu e o Beto respeitamos as diferenças de cada um, mas pra gente é mais fácil, pois o Lucca e o Theo tem 8 anos de diferença! Então um é Nickelodeon e o outro é Discovery Kids; Um é X Box (mães de menina, X Box é um vídeo game caro que seu marido joga mais que o seu filho) e o Outro é Fisher Price; Um é Rihana e o outro é Palavra Cantada... E no meu caso um é “Não quero mais” e o outro é “Quero mais”!

Nós temos um case alimentar lá em casa. O Lucca não curte comer. É, simples assim, comer é um negócio que não é muito a praia dele. Eu e a OMS suspeitamos que todo esse drama alimentar começou logo na amamentação. Ele mamou pouco no peito, e está cientificamente provado que bebês que são amamentados crescem mais, estão mais protegidos de doenças, tem menos riscos de se tornarem obesos e COMEM MELHOR.

O Theo por sua vez mamou até os 12 meses exclusivamente leite materno e depois disso passou a comer de tudo, desde fígado acebolado, passando por acelga e catalonia, até batata frita (porque ninguém é de ferro).

Histórias tristes de amamentação a parte, porque eu bem sei que todo mundo tem uma história triste dessa fase pra contar, é nítida a diferença entre os dois. A hora de comer é sempre um drama pro Lucca e um prazer pro Theo (que quase sempre come o prato dele e o que sobra do prato do irmão).

Nós tentamos de tudo! Sustagen, carnabol, biotônico, ovo de pata com leite condensado (tá, esse é mentira) e NADA! E o pior é que essa falta crônica de apetite já está refletindo no desenvolvimento físico dele. Ele está abaixo do peso mínimo para um menino da sua idade.

Dito isso, eu e Beto viramos os loucos ensandecidos da comida e do suplemento vitamínico! O pediatra receitou um complemento mas nada substitui o bom e velho arroz com feijão. Além de muita conversa sobre a importância da alimentação e as conseqüências de sua ausência.

Passei a tentar diversificar mais os tipos de carnes, verduras, vegetais e frutas. Na verdade eu to até me achando meio nutricionista nos últimos tempos... Elaboro cardápios, invento receitas e to pensando que, se tudo der errado, eu posso abrir uma empresa de quentinhas! Tudo isso porque o Lucca não come.

Mas gente, eu to me empenhando, juro mesmo! E você? Seu filho come? Não come nada? Só come dadnoninho e bebe Yakult? Me fala que eu te escuto!

Mas agora vamos à tragédia minha de cada dia, porque né, cadê o glamour da maternidade? paro lá na casa da Angélica e do Luciano Huck e nunca deu as carars por aqui!
Devido à já divulgada falta de apetite do Lucca, minhas idas ao supermercado passaram a ser pesquisa de campo de tabela nutricional e gincana pra ver o que eu vou comprar lá que ele realmente vai querer comer!

No último final de semana fomos ao Wal Mart, Beto e Theo ficaram na seção de frutas e legumes enquanto eu lia a tabela nutricional do peito de frango (calma gente, eu não to louca, é que tem algumas marcas de frango que contém hormônios femininos, então se você não quiser que seu filho de 2 anos faça reposição hormonal é melhor evitar). Andando pelo mercado e procurando a palavra ESTRÓGENO no pacote de frango não percebi que tinha uma poça GIGANTE de água na minha frente e tomei o MAIOR ROLA DA HISTÓRIA DO WAL MART BUTANTÃ.

Sim, porque enquanto eu caía tentei me segurar na prateleira mais próxima, que era, por puro capricho do destino, uma pilha de garrafas de vidro de azeite. Desta forma lá estava eu, estatelada ao solo do Mercado com cerca de duzentas garrafas de vidro quebradas ao meu redor e MUITO azeite. Agora eu te pergunto: Como levanta?

Contando com a ajuda de desconhecidos me levantei e vi o Theo correndo na minha direção e gritando: Solta a minha mãe! Enquanto meu marido olhava pros lados e tentava entender a lógica daquela cena.

Daí que eu ganhei uma roupa nova toda trabalhada no estilo “cai no mercado e ganhei uma calça de moleton pra não processar o Wal Mart” , e o Theo quis ficar no meu colo o resto da compra inteira porque né, vai que eu me estatelo toda de novo e algum transeunte vem querer me levantar?

Vocês perceberam que eu AMO pagar mico no mercado né? E você? Já tomou rola no mercado? Teve que trocar fralda na sessão de iogurte? Derrubou todas as batatas da banca?

Pelo menos eu levei o Frango sem Estrógeno, que depois virou um estrogonofe de segunda-feira que o Lucca comeu e lambeu os beiços!


terça-feira, 17 de julho de 2012

Didi Mocó, Natacha e Teatcher, ou o meu relato de aniversário!


Falar em público nunca foi uma dificuldade para mim, nunca mesmo, desde pequena eu sou assim, meio Silvio Santos sabe. Vejo uma aglomeração de pessoas e já me dá aquela vontade louca de gritar “Ma Oe”.

Senhor Abravanel, o inventor das colegas de trabalho e do microfone parafusado na camisa. Um idolo.

Então, quando as phynas da área do Varejo do banco onde eu trabalho entraram em contato pra eu fazer uma palestra sobre ser mãe e trabalhar eu nem titubeei. Aceitei na hora, já prevendo que eu poderia manifestar o meu lado Abravanel.

Mas gente, quando eu comecei a montar minha apresentação eu percebi que eu to longe, MUITO LONGE, de ter sangue Abravanel. Eu to na verdade muito mais pra DIDI MOCÓ, vestido de Maria Bethânia, tendo um caso de amor com o Mussum!

Num me olha assim! Tive filhos e virei o Didi!

Eu não consegui fazer nem um mísero, único, solitário, singular, filho único de mãe solteira slide sem piadinha. O que é isso minha gente? Um vício, um problema genético, uma mutação ocasionada pela overdose de ocitocina durante o parto? MISTÉRIO! Acho que tinha que ter um Globo Repórter só sobre mães que viram comediantes depois do parto. E o Sérgio Chapelin começaria o programa dizendo “O Globo repórter trás com exclusividade a revelação do mistério que paira sobre grande parte das mães do nosso país: A Síndrome de Didi Mocó”.

Daí que eu queria mandar um abraço apertado pra todas as queridas que estavam lá na minha palestra, vendo do que uma mãe Didi Mocó é capaz! E também dizer que eu to aí gente, to na pista, quem quiser fazer uma palestra interessante toda trabalhada na piada interna sobre maternidade é só me chamar!

Agora mudando de assunto, mas não de tema porque né... Monotemática FOREVER.

Eu andei ficando mais velha (leia-se quase balzaca). Daí que o Lucca apareceu com um presente pra mim logo de manhã, no dia do meu aniversário, e eu já me preparei pro que vinha depois. CHANTAGEM DA MAIS BAIXA, SEM NÍVEL OU ESCRÚPULOS.

Olhou pra minha cara com aqueles olhos de “você nem é minha mãe e eu fui o primeiro a te dar presente de aniversário”, e pediu: ”Mari, agora que você já ganhou seu presente, eu queria fazer massinha. Sabe massinha de farinha? Então, a Natasha me deu a receita e falou que é muito fácil de fazer!”

Pausa dramática nesse momento da história. Corta para a minha cara de indignação. Prezados leitores, analisem comigo esta frase: “A Natasha me deu a receita”.

Primeiro, quem é Natasha?

Segundo, quem foi que autorizou um dos meus meninos a manter qualquer tipo de conversação com um ser humano chamado Natasha? Sim, porque Natasha é nome de menina moderninha, que deve ter mãe moderninha, que deve preparar a filha desde muito pequena pra ela destruir os coraçõezinhos puros e inocentes de filhos de mães Didi Mocó como os meus!

Oi, eu sou a Alice Dellal, mas pode me chamar de Natasha!

Natasha não é bom, não é nada bom. Eu me arrisco a dizer que Natasha é pior que Jennifer (pausa pra eu já me desculpar, se você é uma das 12 leitoras  do Blog que se chama Natasha, ou se sua filha chama Natasha, me desculpe, eu tenho sérios problemas mentais e você não deve levar em consideração cerca de 70% do que eu falo/escrevo. Mas se você, ou sua filha não chamam Natasha, be prepared, Natasha não é bom, ela usa salto 15 e saia de borracha, já bem diz o Capital inicial que não me deixa mentir).

Eu, já muito puta da vida com a Natasha e seus planos malignos pra fazer o Lucca sofrer de amores durante o ensino médio inteiro (gente, ainda bem que a minha terapeuta não lê o blog) olhei bem nos olhos dele e perguntei: QUEM É ESSA NATASHA??? PORQUE ELA TE PASSOU A RECEITA DE MASSINHA? É SUA NAMORADINHA É? PODE ME CONTAR JÁ ESSA HISTÓRIA!

Corta a cena pra cara de incrédulo do Lucca, que saiu devagarzinho e foi perguntar pro Beto se eu estava bem, enquanto eu pegava a farinha e o Ki-suco repetindo em voz alta. “Natasha, era só o que me faltava, e eu que não gostava da Jennyfer, Jennyfer era muito melhor. Pelo menos a Jennyfer não usava saia de borracha, coisa mais demodé”.

Agora me fala se eu vou ficar bem quando aparecer namorada de verdade aqui em casa??? Gente, me segura que eu to Creize, quase proibi a massinha home maide por puro ciúmes! E O FILHO NEM É MEU! (mas mora comigo e me deu presente de aniversário assim que acordou, o que me dá todo o direito de surtar por causa da Natasha).

Agora falando do outro filho, presente dele foi olhar bem na minha cara e falar “Mãe I LOVE YOU”. Daí que eu me derreti toda no inglês do Theo e perguntei: 
Filho, foi a professora de inglês que te ensinou?
Ele olhou pra minha cara e falou: 
Não mãe, foi a Teatcher.
Corta a cena, pra minha cara embasbacada, entra a trilha sonora dos trapalhões com Didi, Dedé, Mussum e Zacarias vestidos de presidiário na abertura de programa de televisão mais politicamente incorreta EVER!
E que venham as Natashas e as Jennifers, pois eu as receberei com muita massinha feita em casa! 

quarta-feira, 27 de junho de 2012

A maternidade nao eh para os fracos!


"Personagem Favorito da Turma da Mõnica. Alou maurício de Souza, faz aí uma versão feminina do Louco, é só colocar ela com um filho de 2 anos e meio e um enteado de 10. Ah e sem tempo pra depilação OK? Grata!"

Oi Minha gente bonita e que faz! Eu to sumida (again) mas vamos lá que tem assunto pra caramba por aqui!

Vamos ao up date: As ferias de julho estao chegando (oi! Isso significa que eu vou ter que pagar um acrescimo de 40% na escolinha
, eu estou totalmente viciada na novela das sete ("Amadinhas") e o Theo e o Lucca estão tentando me enlouquecer aos poucos.


Opa, enlouquecer? Como assim? Pensarão vocês, meus caros leitores. “Coitada, já é louca e tá botando a culpa nas criança tudo!”
Não, não é isso gente, é parte de um plano maligno das forças de oposição (leia-se, mulheres magras, sem filhos, com cabelos sedosos e não-vomitados que sambam na minha cara de fio-dental). Elas querem me derrubar! Porque é muito mais fácil ser mulher sem-filhos do que mulher com-filhos.

Mulher com filho muda até de nome né, vira mãe minha gente!

E daí você acha que vai ser mãe, sua vida vai cheirar a talco Johnson; a trilha sonora vai ser Palavra Cantada perguntando o que que tem na sopa do neném (sopa essa que nem foi você que fez, porque você tem uma cozinheira/nutricionista que passa horas a fio descascando mandioquinhas); seus dias serão um caminhar sobre nuvens macias e, apesar de todo o trabalho que você, pessoa linda e consciente que é, sabe que vai ter, tudo valerá a pena quando seu filho/a dedicar o diploma de física quântica para quem? quem? Quem? A mãe! Essa mulher que é uma versão melhorada e corporativa da Luiza Brunet e que sempre esteve ao lado dele! E aí então tudo vai ter valido a pena...

Deixa eu te avisar antes que você se iluda amiga: ISSO NÃO VAI ACONTECER!

A sua vida vai cheirar a um misto de pescoço azedo com cocô/xixi e muito leite; a trilha sonora vai ser ACDC berrando “I´m on a highway to hell” com um misto de choro de birra e uma voz muito insistente perguntando: “Oooohh manhê onde está o meu _________?”  (preencha aqui com TUDO  o que uma pessoa pode perder na vida); seus dias vão ser um caminhar desviando de carrinhos e videogames espalhados a esmo pelo chão e, apesar de todo o trabalho que você, pessoa descabelada e ensandecida que é, teve e NINGUÉM te avisou, você ainda vai ter que assistir seu filho/filha dedicando o diploma da faculdade para quem? Quem? Quem? Valeska (ou algum outro nome estapafúrdio). Porque né, a Valeska é a namorada do seu filho e, apesar de você ter se esfolado toda durante anos, a Valeska, que conhece ele a menos de 3 meses, merece muito mais um diploma de Física Quântica do que você! (Pausa pra eu me jogar de cabeça e arrancar os pelinhos dos meus cílios lentamente – crianças, não façam isso em casa).

Daí que eu to louca assim porque, meudeusdocéupqp, eu tenho que, TODO O SANTO DIA, lutar jiu jistu com o Theo pra colocar o uniforme da escola nele e ARRASTÁ-LO por todo o hall do elevador. Quando eu consigo, enfim, entrar com ele no carro ele chora e tosse tanto que VOMITA em cima de mim. FIM.
Corta a cena pra cara do meu marido tentando limpar O CARRO, eu tentando limpar O FILHO e o filho correndo VOMITADO pelo estacionamento do Prédio. Corta a cena novamente para a cara dos vizinhos que, estarrecidos, indagam-se: e a Mãe? Quem vai limpar a Mãe?

Então eu vou trabalhar, depois de toda essa catástrofe escatológica matinal e depois de demorar mais 40 minutos pra escolher com que roupa eu ia (quem demora pra escolher a roupa do trabalho põe o dedo aqui, que já vai fechar!). Tenho um dia de muito trabalho, muita reunião, nenhum almoço (aula de Espanhol na hora do almoço é tendência tá gente) e chego em casa para o descanso das justas... Ah tá! Pobre de mim. A noite é hora de outra catástrofe.

 A catástrofe da lição de casa.

Tudo começa com a seguinte cena: Eu chego e pergunto se o Lucca teve lição pra casa. Ele responde que não. Eu pego a agenda e vejo que não só teve lição como tem também uma pesquisa pra fazer. Boto ele pra fazer a lição na escrivaninha do quarto. Depois de 5 minutos vejo que ele ligou a TV. Desligo a TV. Dou bronca e depois de 30 segundos ele vem me dizer que está com uma dificuldade. Olho a apostila e percebo que ele nem começou a fazer os exercícios. Explico tudo. 45 minutos depois ele me chama dizendo que terminou. Vou corrigir e ele respondeu a pergunta 1 na 3 e a 3 na 1. Mostro que está errado. Ele chora e diz que está cansado. Pergunta aos universitários: EU TAMBÉM POSSO CHORAR E FALAR QUE EU ESTOU CANSADA? Hein? Pode isso Arnaldo? Ou a Regra é clara e, mãe que é mãe só chora de felicidade quando filho passa no vestibular ou de orgulho nas festinhas da escola?

Alguém sabe COMO LIDAR? Como acabar com os escândalos matinais e o show da lição? Alguém já passou por isso e tem um conselho sábio? Alguém tem um ombro amigo? Ao alguém quer me dar um abraço? Moro em sao Paulo, proximo ao estadio do Morumbi. GRATA.

Mas eu to bem, to ótima, acho que tudo isso é só uma fase e logo logo o Lucca vai estar levando a Valeska pra dormir na minha casa e vai ser a vez do Theo não querer fazer a lição. Pensando bem é melhor não pensar no futuro! Afinal de contas ser mãe é viver intensamente, cada dia, cada momento e lembrar-se sempre que, em casos de vômito e lição de casa não vale pedir ajuda pra se limpar nem desistir, afinal de contas, a Regra é clara: a Maternidade não é para os fracos.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Essa brincadeira é de menina?

Daí que não é todo mundo que sabe mas, quando eu fiquei grávida achava que era uma menina.


Achava não, eu tinha CER-TE-ZA-B-SO-LU-TA que estava carregando uma ervilha feminina dentro do meu eu. E pra confirmar a minha loucura eu fazia todos os tipos de testes curandeirísticos espalhados por essa internet de meu Deus e só achava que prestavam aqueles em que o resultado era – MENINA.

A minha loucura ensandecida foi tanta que eu convencia todo e qualquer ser humano a minha volta de que ia ter uma filha mulé! E pra ser mãe de menina eu ia ter que começar a me comportar toda trabalhada na phyneza que Deus não me deu, mas que a Glorinha Kalil vende em forma de livro. Já tinha até me preparado pra comprar as roupas do balé e pesquisei aqueles pacotes de manicure mãe & filha, sabem?

O único que não entrou nessa loucura de baby girl foi o Beto. Ele foi o único do contra, que olhou bem pra minha barriga ainda não-barriga e disse: É outro menino. E num é que era mesmo? E ele e o Lucca fizeram comemoração estilo Xou da Xuxa na sala de ultra som (Menino, menino, menino!). Yes, humilhação na sala do ultra som, a gente vê por aqui.

Logo com 12 semanas o Theo já foi mostrando os documentos todos pra mãe dele parar com a palhaçada, e então eu dei adeus aos protetores de berço cor-de-rosa e olá para a Hot Weels; me despedi daquela menininha idealizada (a Nina) e dei olá pro meu filhote real e todo macho que crescia a cada dia.

O Theo nasceu, cresceu e hoje a minha vida é um misto de bolas de futebol, carrinhos, mamadeiras do Corinthians, cuecas do Ben 10 e aulas de Jiu Jitsu (que eu juro, ainda vou dar uma incerta numa quarta-feira a tarde qualquer pra ver aquela criatura fazendo aula de Jiu-jitsu).

Mas nem só de artes marciais e futebol vive a infância do meu filho porque o Theo também adora brincar de... COMIDINHA. Eu acho o máximo ele falar que vai fazer batatinha pra me dar, e fingir que mexe a panelinha de mentira. Nunca, jamais, em hipótese alguma eu repreenderia meu filho por ele querer brincar com algum brinquedo tido como feminino.

Mas tem gente que não pensa como eu...
Nesse final de semana estávamos no berçário do clube, local historicamente freqüentado por filhos e babás. Eu não deixo o Theo sozinho lá porque eu não tenho babá quando tem muita criança porque vira meio um salve-se quem puder e as monitoras não cuidam de ninguém porque estão ocupadas evitando que ninguém perca um olho em alguma brincadeira (menos Mariana, menos). Ontem era um dia que tinha muita criança.

O Theo assistiu um pouco de desenho, jogou bola e depois resolveu brincar na mini-cozinha montada no berçário. Falou que estava fazendo batatinha e bolo de Chicolate. Eu dando as orientações (Ai gente eu sou muito participativa né, quero botar ordem até na brincadeira!): “Isso filho, mexe a panela de batatinha, agora coloca o bolo de chicolate no forno, deixa a mamãe experimentar...” Enfim, a gente tava se divertindo um bocado, ele bancando o gourmet e eu impressionada com a capacidade de brincar de faz-de-conta do meu mestre cuca de 2 anos.

Até que ela apareceu, vamos cahamá-la de Felícia*(os nomes foram trocados para preservar a identidade dos envolvidos). Felícia é a chata do berçário, grita com as crianças menores, não quer dividir os brinquedos, belisca os colegas quando a tia não está vendo. Felícia tem 4 anos e está no berçário quase todos os dias, porque sua mãe faz ginástica e seu pai joga bola, então não sobra muito tempo pra Felícia que, de tanto ficar no berçário assumiu o topo da cadeia alimentar do local.

Felícia olhou bem pro Theo, olhou bem pra mim, respirou fundo, revirou os olinhos e disse:

- Ele é menino. Ele não pode brincar de comidinha.

Daí eu pensei: Cadê a mãe dessa menina minha gente? Que machismo é esse? Preciso providenciar um exemplar de “O segundo Sexo” pra dar de presente pra ela. É um absurdo criar meninas já com esse machismo desde bem pequenas, pra elas crescerem achando que lugar de homem é no escritório e lugar de mulher é na cozinha.

E enquanto eu pensava em levantar-me e perguntar pra tia do berçário quem era a mãe da Felícia, o Theo olhou bem pra cara dela e mandou:

- Eu posso brincar sim. O meu pai faz comida na minha casa.

E voltou a mexer a batata imaginária e a me oferecer pedaços fictícios de bolo como se Felícia fosse invisível.

Que Bevauir que nada minha gente, o negócio é dar o exemplo mesmo, pra criar Meninos e PRINCIPALMENTE meninas cada vez menos machistas!

E você, mãe de menino ou de menina? Já passou por alguma situação parecida? Como lida com as diferenças entre os gêneros? Deixaria sua filha brincar de carrinho e seu filho de boneca? Abre seu coração!


sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

A mãe, a mulher, a empregada. E quem vai lavar o prato do miojo?

A cada 100 trabalhadoras no Brasil 17 são empregadas domésticas, somando ao todo um exército de 7 milhões de mulheres que lavam, passam, cozinham, cuidam de crianças, colocam água nas plantas, guardam roupas nas gavetas e decidem o que a família vai comer no almoço. Na casa dos outros.


Uma dessas casas dos outros é a minha casa. A Di está lá em casa a mais de um ano e se não fosse ela eu simplesmente não conseguiria dar conta do recado. Afinal de contas são 4 pessoas em casa, um bebê recém-desfraldado e uma criança de 10 anos que leva muito a sério o slogan da Ommo. Porque se sujar faz bem, ele gosta e costuma colocar as roupas de sair pra ir jogar bola (mas a Di não deixa ele passar nem da porta).

Di virou uma espécie de 007 lá em casa. Ela descobre onde estão todas as coisas de todas as pessoas de todo o Brasil toda a família. Faz o almoço todos os dias, lava e passa a nossa roupa, e joga air wick fresh matick (não é ótimo falar isso gente? Quase um mantra? Repitam comigo: air wick fresh matick) deixando a minha casa cheirosa. Ela também me conta quais amigos do Lucca falam palavrão e impede que ele execute idéias como subir em cima da cuba da pia do banheiro e colocar meio corpo pra fora da janela. Só pra olhar quem estava na piscina.

Quando eu chego em casa e o jantar já está pronto, é só esquentar; as roupas limpas e guardadas e a casa cheirando air wick fresh matick. E tudo que eu preciso fazer é limpar o xixi que o Theo acabou de fazer atrás da cortina, fazer mamadeira pra um, providenciar Yakult pro outro, convencer o outro de que jogar vídeo-game sentado na cama é melhor do que jogar vídeo game em pé no assento da cadeira; arrumar as malas de escola do dia seguinte; corrigir lição; colocar todo mundo pra tomar banho; convencer todo mundo a comer; tirar a mesa; ameaçar todo mundo de morte se não escovarem os dentes; colocar todo mundo pra dormir.

Daí que eu já ficava cansada o bastante com os meus afazeres em casa mesmo tendo a Di todo dia, e eu nunca imaginei o quão caótica minha vida ficaria se o elemento “Di” fosse subtraído da equação.

E então aconteceu. Numa segunda feira, sem maiores explicações, chueguei em casa e nada cheirava air wick fresh matick. Ela não tinha ido. Tentei ligar no celular dela e nada. Então coloquei um lencinho no cabelo, um avental e empunhei um espanador de penas de avestruz. .. Mentira. Eu praguejei até contra a quadragésima geração da Di porque né, não custa avisar galera. Resultado: Eu de terninho e havaianas lavando louça, roupa, fazendo comida enquanto o Theo corria atrás de mim pela casa pedindo colo.

No dia seguinte ela me ligou, estava em casa e disse que precisávamos conversar. Pronto. Acabou com o meu dia. Ela ia pedir demissão, eu tinha certeza. Cheguei em casa já esperando o pior. Mas na verdade ela queria me contar que estava grávida e não tinha ido na segunda porque teve que fazer uns exames e demorou pra caramba e ela não sabia como me dar a noticia, ficou sem graça. Que coisa né. Todo mundo lembra do dia em que foi contar pro chefe que a cegonha estava batendo na porta? Que vinha um novo integrante pra família? Que o seu enjôo matinal não tinha nada a ver com a máquina de café da copa? Que, enfim, o gato tinha subido no telhado? Então, eu estava passando por isso, só que na posição oposta à que eu estava a 3 anos atrás.

Claro que eu fiquei muito feliz com a notícia (mais feliz ainda em poder continuar contando com ela lá em casa) e tentei deixá-la tranqüila quanto ao emprego e a gravidez também, afinal de contas o trabalho de empregada doméstica não é bolinho e grávida não tem agilidade nem pra andar reto. Mas eu gosto muito dela e quero que ela se sinta segura nesse momento.

Enfim, tudo isso me fez perceber que a minha família não está preparada pra sobreviver sem uma empregada.Eu não estou preparada. Na ausência dela, TODOS os afazeres domésticos ficariam sob minha responsabilidade transformando assim a minha vida, que hoje cheira a air wick fresh matick, em uma vida com cheiro de cocô. E Ponto.

É engraçado como o trabalho doméstico é automaticamente direcionado para a mulher, e mais engraçado ainda como a gente acaba abraçando essa tarefa, muitas vezes sem pedir ajuda. É cultural, é social, eu sei, mas é extremamente massacrante também.

Acho que está na hora de fazer uma reflexão importante, como mãe, mulher, trabalhadora e ser humano. Até que ponto a responsabilidade é só minha? Não estamos todos vivendo e usufruindo do mesmo espaço? Pois então, nada mais justo do que dividir as tarefas, sem ficar pesado pra ninguém.

Vocês sabiam que os homens dinamarqueses passam, em média, 18 horas por semana executando tarefas domésticas? Isso dá mais ou menos 3 horas por dia. O suficiente para lavar, passar, cozinhar, botar criança no banho e fazer uma comidinha.

Os homens brasileiros passam em média 4 horas por semana executando tarefas domésticas. São 35 minutos por dia. O que é tempo suficiente pra trocar uma fralda, e reclamar do cheiro do cocô por 30 minutos. Colocar a cerveja no freezer e esperar 35 minutos até ela ficar gelada. Cozinhar um miojo e ficar 32 minutos em frente a televisão (e depois largar o prato sujo no braço do sofá).

Enfim, é triste minha gente! A minha sorte é que eu acho que o passaporte do meu marido foi adulterado e ele é na verdade um dinamarquês disfarçado. É um cara que lava, passa, passa pano, bota criança no banho e faz um bacalhau ao forno muito do gostoso.

Mas eu sei que somos exceção. Essa história de dividir trabalho doméstico não acontece em praticamente nenhum lar desse meu Brasil. E sabe de quem é a culpa? NOSSA.

Quem é que cria os meninos pra comer miojo e as meninas pra lavar os pratos? NÓS.

Num futuro muito próximo, a profissão de empregada doméstica só vai ter lugar em museu aqui no Brasil. Estamos indo pelo mesmo caminho que muitos países desenvolvidos, essas mulheres que são hoje empregadas domésticas estarão ocupando outros postos de trabalho. E todas nós, bancárias, operárias, jornalistas, professoras, médicas, enfermeiras, arquitetas, engenheiras... Teremos de lidar com o fato de que nossas casas não vão estar cheirando air wick fresh matick quando chegarmos lá. E todas nós temos hoje o mesmo desafio: Criar nossos filhos e filhas para que daqui a alguns anos seja natural lavar o prato do prórpio miojo. Ou estamos fadadas a viver aquela vida que cheira cocô, pra todo o sempre.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Um Xuper paXeio

Quem tem um filho de 2 anos com energia suficiente pra deixar Angra II no chinelo e mora num apartamento pequeno o suficiente pra deixar o banheiro do Shopping no chinelo, sabe muito bem que tem hora que a coisa fica feia. Não dá pra entreter durante mais de 4 horas “in dor”, não importa quantos DVDs da Disney você tenha em casa gata, assim como adulto, criança também quer sair, ver gente (mais precisamente os avós e o pai que viajou a trabalho), socializar.


Por isso, e porque o maridão tá no México a trabalho (alou, marido, já faz um mês, já deu muita saudade, tá na hora de voltar ok?) resolvi caçar programas infantis paulistanos/cinzentos/em dia de garoa. As opções são muitas, mas como o Theo tem 2 anos, eu estou sozinha aqui em SP (e no Brasil e no mundo (coitada de mim gente) e ainda não comprei aquelas mochilas/coleira em que a guia é o rabinho do macaco) fiquei bem em duvida sobre qual programa fazer.

Parques abertos não dava porque tava chovendo o suficiente pro Ashton Kutchner surfar na marginal.

Cinema é muita concentração pro meu filho. Depois de 40 minutos sentado ele ia começar a falar bem alto: “Mãe tá doendo sua bunda?” ou “Mãe soltei um pum e fedeu” ou “Mãe essa moça aqui do lado é feia”. Trauma de cinema. Sério, o Theo é o chato do cinema. Nossa última tentativa foi tão traumática que eu tenho certeza que a próxima vez que eu for ao Shopping vou ver fotos dele com os dizeres de PROCURA-SE O MINI-CHATO DO CINEMARK em baixo.

Zoológico tava fora de cogitação, bicho não gosta de se molhar tanto quanto a gente. E girafa não tem guarda-chuva. É importante ressaltar (sério Mariana?).

Portanto, como vocês podem ver, por pura falta de opção, fomos ao SP Market no Parque da Xuxa. Eu dirigia pra lá pensando na minha derrota materna porque né, vamo combiná...

Eu sou do tempo em que a Xuxa usava os shorts da Carla Perez e era totalmente Marlene Matos com as crianças.

Eu também sou da época da boneca assassina da Xuxa.

E da nave da Xuxa pegando Fogo. E de ajudantes de palco denominados “Praga” e “Dengue”.

Por essas e outras, eu não queria levar o Theo no parque da Xuxa. Mas ele estava chorando muito, estava chovendo muito, e ir pro Parque da Xuxa era mais perto do que ir pra casa da minha mãe em Itapira.

Chegamos ao shopping e o Theo dormia na cadeirinha, porque tava na hora da minha musculação diária. Malhei o bíceps por uns 15 minutos, até achar o fraldário do shopping, onde emprestam-se carrinhos (Dica: No parque também tem carrinhos mas custa R$10,00 – sim minha gente 10 pilas – enquanto os do shopping são de graça e é permitida a entrada deles no Parque). Coloquei ele no carrinho e ele instantaneamente acordou, pegadinha do malandro.

O shopping é bem sinalizado e tem placas do “Mundo da Xuxa” espalhadas por todo lado. Mas é CLARO que eu me perdi. Encontrado o parque, fui comprar as entradas (sim, crianças acima de 2 anos e adultos pagam o mesmo preço, R$59,00). Achei meio caro, mas eu já tava lá, o Theo já tava acordado e já tinha visto o Tcutchucão.

Os brinquedos são bem cuidados, quase não tinha fila, só nos brinquedos mais requisitados como o Splash e o Carrinho de batida, mas não passava de 15 minutos.

Pontos altos: A maioria dos brinquedos foi projetada pros pais poderem ir junto. O Theo achou o máximo eu ter me molhado toda no Splash. Tem poucas filas, o que pra uma criança de 2 anos é ótimo, o Theo foi 4 vezes no mesmo brinquedo. O atendimento é muito bom. Tem um teatrinho lá dentro que as outras mães estavam falando muito bem. Eu e o Theo não fomos porque eu fiquei com medo dele mandar um: “Mãe soltei um pum e fedeu” no meio do Hamlet do parque da Xuxa. Melhor não arriscar. Tem um castelo da transformação, onde as meninas podem virar princesas, bailarinas e PAQUITAS. Eu só não fui porque não vendia fantasia de Paquita do meu número.

Pontos baixos: Achei meio caro, talvez uns 45 pilas tava bem pago. Não tem áreas de descanso pras crianças, ou um lugar mais calmo pras lactantes amamentarem. As opções de comida são um LIXO resumem-se a um carrinho de cachorro quente, um Frans Café e o famigerado Mc Donald´s. O Theo nunca tinha comido Mc Donalds, mas ficou alucinado quando viu as batatinhas da propaganda. Como pra tudo nessa vida tem uma primeira vez, foi a estréia do Theo na Junk food. Ele só comeu a batatinha e tomou o suco de laranja.

Só fomos embora porque ele teve um desentendimento com uma menininha vestida de paquita dentro de um carrinho de bombeiro (a Paquita queria dirigir com as 2 direções, buzinar as 2 buzinas... A garota vai longe eu diria). Ele já estava com sono. Chegamos em casa, dei banho, janta e antes das 20h00 ele dormiu. E eu não sabia se eu depilava minha perna ou meu bigode ; se fazia a unha ou tirava a sobrancelha; se batia um bolo ou fazia um pão. Ai gente me deixa que eu sou louca, e levo meu filho no Parque da Xuxa, mas né, quem nunca?



Dados do Passeio

Nome: - Parque O Mundo da Xuxa

Endereço: - Av. das Nações Unidas, 22540, Jurubatuba, São Paulo.

Preço:- R$59,70 por pessoa (como pessoa entenda-se criaturas acima de 24 meses)

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Uma mãe que promete

Eu prometo não mais deixar meu filho enfiar a mão na boca do jacaré, ou meu enteado brincar de cavalinho com ele...


Quando um ano novo começa todo mundo faz uma listinha de promessas com a mais sincera intenção de cumprir até o ano terminar.


Acontece que quando você é mãe até essas tais listas mudam. Saem de cena promessas como perder 5 kilos, aprender esperanto ou começar a fazer Power Ioga pra ficar com o braço igual ao da Madonna. Não minha gente, depois que a gente é mãe as promessas são totalmente diferentes. Segue a minha singela lista:



Em 2012 eu prometo:



1- Não achar que eu sei mais sobre doenças bronco respiratórias do que o pediatra dos meninos, formado na USP e pós-graduado em alguma Universidade fodona de algum país chiquérrimo da Europa (mas ainda posso tentar convencê-lo de que o xarope de guaco com mel da minha avó dá de mil a zero na bombinha pra asma que o Lucca tem que usar);

2- Parar de comer os restinhos do prato do Theo, afinal de contas o Theo já tem 2 anos e 3 meses e os “restinhos” dele consistem em 1/3 de uma coxinha de frango, 2 colheradas de arroz, meia porção de batata frita e por ai vai... Não, eu não vou prometer que vou fazer dieta nem emagrecer;


3- Acabar com a técnica do suborno com o Theo. Ele não vai precisar me dar beijos pra eu pegar os carrinhos dele na prateleira, ou pra colocar o DVD do Carros pela milionésima vez;

4- Vou parar de perguntar o nome e sobrenome das amigas do Lucca na escola, só pra imaginar com que tipo de piriguetes meninas ele está tendo contato nessa fase de pré-pré-adolescência. Afinal de contas elas só tem 10 anos e dançam o “Cu Duro” no recreio brincam de boneca no saguão do prédio;


5- Preciso escrever um livro do tipo “Como ser uma boa madrasta em 10 lições básicas” porque né, vamo combiná, cadê literatura de auto-ajuda que atenda a esse público específico (e afoito por um ombro amigo), esse das madrastas que tem a guarda do enteado? Oi? Mais alguém querendo ajuda nesse departamento de madrasta gente boa que cria enteado? Não? Foi o que eu pensei;


6- Quero ir viajar pra algum lugar com água sem ficar pensando “Pronto, fudeu, vai afogar agora! Cadê o salva Vidas?”, ou pra algum lugar com cavalo e ficar pensando “ É agora que o cavalo sai galopando com o meu filho e/ou enteado e/ou marido e eu tenho que Bancar a Glória Pires em Memorial de Maria Moura e cavalgar atrás!”, ou pra algum lugar com carro, trânsito, mendigo e ônibus e ficar pensando “Se soltar da minha mão atropelou, não solta da minha mão! Olha essa praça! É a cracolândia européia! Agora é a hora que eu conto a história do homem do saco!”... Enfim, eu poderia continuar por horas a fio! Eu prometo, resumindo, ser menos paranóica preocupada;


7- Vou falar menos de como o Theo é desenvolvido, esperto, educado, engraçado, irônico, amoroso, carinhoso, organizado... E eu comentei que ele só tem 2 anos? Não é porque é meu filho não viu;


8- Vou falar menos de como o Lucca é inteligente emocionalmente, maduro, de como ele leva numa boa a nossa relação madrasta/enteado, de como ele é um irmão mais velho dedicado, atencioso e eu já mencionei que ele canta várias músicas em inglês com a pronúncia perfeita? Não é porque ele é meu enteado não, viu;

9- Prometo que eu vou comprar menos sapatos e colocar o dinheiro dos sapatos não comprados na aplicação pra faculdade dos meninos;


10- Escrever mais, muito, se possível diariamente;


Agora me ajudem: Qual das promessas eu vou descumprir primeiro? Porque se tem um esporte olímpico que eu pratico é o Descumprimento de Promessas De Final de ano SEM BARREIRAS!