segunda-feira, 25 de abril de 2011

Baby Holiday

Pra você que foi pra praia com seu bebê neste feriado o post pode ter vindo tarde demais. Mas eu aconselho a todas as mães: Leiam até o fim. Se eu evitar que alguma de vocês passe por situações parecidas já valeu o Blog para todo o sempre amém!

Ah o verão! O verão permitia que você desfilasse seus biquinis de lacinho e que usasse sandálias de tirinhas e salto alto! Podia ficar até mais tarde no happy hour, curtindo aquela brisa morna da noite! E era tempo de praia e de piscina em condições precárias de habitação. Você podia acampar, ficar num apartamento com mais 17 pessoas ou passar 14 horas na piscina do prédio e virar um pimentão...





O verão ERA essa estação de brisas, mini saias e biquinis de lacinho! Porque agora, depois da maternidade, o verão é a estação das boinhas de braço, das brotoejas e do protetor solar fator 85 que custa 100 reais o tubinho de 150g!




Para evitar que algumas de vocês passem por apuros já conhecidos de minha pessoa, segue um breve guia prático de desastres muito corriqueiros no verão materno:

1- Mamãe top-less: Lá está você, toda glamourosa de biquini de lacinho, caminhando pela praia com a cria. E eis que chega a hora de dar a mamadeira, a papinha ou de amamentar mesmo! Saiba então você, ó mãe despreparada, que biquinis de lacinho exercem sobre os bebês uma atração fatal. É impossível pegar um bebê no colo usando um biquini desses sem que a criança tente (e muitas vezes consiga) desamarrá-lo. E então você se pega pagando peitinho sem estar em Ibiza e morrendo de vergonha da situação periclitante. Mas lembre-se, a culpa não é do seu filhote, e sim da Cia. Marítima que inventou que um pedacinho de pano amarrado no quadril é o que há de Zéquici no verão.
Fica a Dica: Se joga no maiô amiga! Vai por mim, ficar com a barriga branca é muuuito melhor do que pagar peitinho pro vendedor de milho verde!
2- Brotoeja não é catapora: Minha gente, deixa eu esclarecer uma coisa sobre a derme infantil. Brotoeja é uma alergia causada pelo próprio suor do bebê, que não está muito acostumado a soar, e fica todo cheio de bolinhas vermelhas que podem até descascar. Catapora, ou varicela, é uma doença causada por um vírus transmitida pelas secreções do trato respiratório ou pelo contato com as cataporinhas de alguma outra criança doente. Geralmente elas começam na cabeça e tronco e COÇAM MUITO.
Fica a Dica: Brotoejas também coçam, mãs aparecem principalmente onde há dobrinhas propenssas a ficarem húmidas (pescoço, virilha e etc). Portanto, Maizena neles, ainda não inventaram nada melhor contra brotoejas! Mas se rolar a dúvida, não exite em ligar pro seu pediatra e atrapalhar as férias dele em Itaparica. Mãe com calor tem preferência de atendimento!

3-Piscinofobia: Começa discreta. Antes você mergulhava de cabeça na piscina, fazia coreografias de nado sincronizado e dava as famosas "bombas" para molhar os transeuntes secos que passavam pela borda. Aí você vira mãe e passa praticamente um ano sem entrar na piscina. E quando entra está acompanhada de ninguém menos que a pessoinha mais importante da sua vida. E o bebê A-DO-RA piscina. Pular na piscina, afundar na piscina, engolir água da piscina. Tudo para o seu total e completo desespero que passa a acreditar que o bebê pode se afogar só de enfiar o dedão na água! Eu desenvolvi um medo agudo que me faz achar que estou afogando até em aulas de hidroginástica! E o portão da piscina do prédio aberto então? Dei bronca nos filhos alheios pra que não se repetisse mais! Virei a chata da piscina. Acho que até o Theo fazer 18 anos vou querer colocar a boinha de braço nele.
Fica a Dica: Boinhas de braço foram substituídas pelo coletinho girls! Que mantém o bebê mas estável na água e o impedem de arrancar a bóia sozinho!
4-Bebê a milanesa: Passar proteor solar no bebê SÓ ANTES DE SAIR DE CASA. Se você chegar na praia e só aí for passar protetor minha filha, vai preparar bebê a milanesa, já que a areia exerce uma enorme atração sobre os pimpolhos, perdendo apenas para o biquini de lacinho no quesito verão. Ele vai querer enfiar a mãozinha na areia, o pézinho, vai queer jogar areia em você e VAI TENTAR COMER AREIA. É fato, quase todo o bebê faz isso. Agora, raciocina comigo gata, você lá, toda trabalhada no maiô, com a mão cheia de banana boat kids 80, correndo atrás do seu filho de 2 anos que tá achando que a areia da praia é farofa??? Já pensou? Então, se você passar o filtro solar antes vai poder correr atrás dele sem a meleca na mão, já é um adianto certo? (já aviso aos navegantes que mesmo assim ele vai comer areia, então escolha uma praia que não seja frequentada por animais)!
Fica a dica: Aquele peixinho da mônica é o maior tratante, nunca acredite nele e sim em seus instintos maternos! Eu já cheguei a passar filtro solar de 20 em 20 minutos à sombra. No próximo verão a neurose melhora, believe-me!

5-O Golpe do Hotel Baby-friendly: Antes de ser mãe a gente topava qualquer negócio no verão. Eu já fiquei acampada sem água e já me hospedei em Trancoso em pleno surto de dengue hemorrágica (abre parênteses, fica aqui registrado que se o Theo, em qualquer momento de sua vida, quiser viajar para qualquer lugar onde haja um surto de doenças contagiosas eu poderei amarrá-lo no pé do berço a fim de assegurar sua integridade física e minha integridade mental, fecha parênteses). Mas eu não era mãe, e depois que a gente é mãe fica muito mais neurótica sensata! Por isso, antes de me hospedar em qualquer hotel eu verifico se:

a) Possui banheira?
b) Possui carrinho (pra que eu não precise levar o meu no avião)?
c) Permite que eu entre na cozinha para preparar papinha e suco, a popular copa baby?
d) Possui piscina infantil/baby (sobre esse tópico ver também o ítem 3 - Piscinofonia)?

Fica a Dica: E por fim, mas não menos importante, pergunto se na mesma época haverão mais mães com bebês hospedadas, assim eu não fico sozinha conversando sobre fraldas,cocôs, melecas, vacinas, papinhas, escolinhas, desmame, desfralde, brotoejas, piscinofobias e por aí vai!

Bom, acho que esse breve guia já vai evitar que muitas de vocês vivenciem desastres como os que eu vivenciei no verão passado! (mas se evitar que alguém pague peitinho pro vendedor de milho eu já ganhei o dia).

quinta-feira, 14 de abril de 2011

A mãe e o Supermercado e Ode a mãe solteira



Supermercado sempre me pareceu um local "baby friendly", ou seja, você poderia passear por lá, bela e formosa, com o seu bebê, mamadeira, fralda de boca, talco, hipoglós, mordedor e brinquedinhos à tira-colo. As pessoas não te olhariam torto, ou fariam comentários enquanto você tenta colocar um saco de arroz no carrinho com um bebê de 10 kilos no colo.
Estava enganada! Supermercado é o local com o maior número de palpiteiros por metro quadrado! Na fila preferencial então... Mas não existe mãe que seja maior alvo de comentários supermecadais do que a mãe sem o ítem de série, ou seja, o Pai. A mãe sozinha (que não necessariamente é solteira, no meu caso o marido viaja pelo mundo enquanto eu vivo, trabalho e troco fraldas em solo tupiniquim mesmo) é presa fácil.
Conto aqui minha traumática experiência...


Era quarta feira e minha geladeira se equivalia à dos tempos de faculdade. Só tinha água e catchup dentro. Até a fralda do Theo estava chegando ao fim e com o Big nos EUA eu teria que encarar a ída ao Extra sozinha. Meti o Theo no cadeirão do carro e fui feliz com minha singela lista de uma página inteira, cantando Adriana Partimpim.

Cheguei no mercado e vi que a preocupação com a segurança dos bebês é zero. Nenhum bebê conforto tinha cinto de segurança!!! Como assim??? O Theo ja anda, então era fato que ele ia querer ficar de pé no carrinho, dando tchauzinho para os velinhos apavorados do caixa preferencial. Respirei fundo e mentalizei: "Depois de 14 horas de trabalho de parto, encarar o supermercado na quarta a noite é fichinha".

E lá fui eu, e o Theo que ainda estava distraído com um brinquedinho que eu havia levado ( Fica a dica, nunca, jamais, em hipótese alguma saia sem brinquedos).
Depois de 10 minutos de concentração no brinquedo ele resolveu que ia ficar em pé no carrinho e nada nem ninguém iria faze-lo mudar de idéia. Peguei ele no colo e apelei, liguei pro meu cunhado que veio me socorrer.
Cunhado a postos o Theo resolveu cagar. Pra fora da fralda. Sujar o tio e ele próprio (até a meia mais precisamente) no meio da sessão de iogurtes, requeijão e afins. Os demais consumidores ficaram mega incomodados com a cagada do Theo. Aloooou, bebês cagam e fraldas não são um dispositivo de segurança a prova de falhas e vazamentos!
Mais um sinal de que supermercado não é lugar de bebê, as pessoas me olhavam torto enquanto fui com o pequeno cagado procurar um trocador. Não tinha trocador. Tive que trocar ele em cima da pia do banheiro mesmo, enquanto po Theo se divertia em arrancar todos os papéis toalha do suporte grudado na parede. Infra-estrutura zero!
Sai do banheiro indignada e, ainda sob os olhares de censura dos colegas da sessão de iogurte, coloquei o Theo no bebê conforto pra que ninguém mais saísse do supermercado com a camisa suja de merda.
Pronto, ele começou a esguelar! Gritou tanto que até a vendedora da sessão de celulares, lá do outro lado do mercado, veio ver o que estava acontecendo!
Tentei dar mamadeira e nada, água e nada, papinha e nada... Então meu cunhado pegou um pêssego, lavou e deu na mão dele. Pronto. O milagre do Pêssego. Era isso que ele queria, como eu não entendi né?
Terminei de fazer a compra enquanto o Theo comia o pêssego e chacoalhava sacolinhas vazias sentado bonitinho no bebê conforto.

Carregar e descarregar o carro é outra aventura. Conte com a ajuda de estranhos!

Subi com o Theo e meu cunhado subiu com as compras que eu resolvi que só ia guardar no dia seguinte. Pus o Theo pra dormir e deitei vitoriosa. Sobrevivi ao mercado sem marido! Rá! Sou capaz de tudo!!!!


4 horas depois...


O Theo acorda aos berros no berço. Fui buscá-lo e parecia cólica. Fiz o exercício de encolher a perninha mas não parecia funcionar. Deitei ele na minha barriga, cantei, chacoalhei, ofereci mamadeira, e quando meu repertório já estava acabando, meu desespero aumentando e eu quase acordando minha mãe lá no interior, ele fez cocô! Mas ainda chorava... Estranho...
Fui trocá-lo e a hora que abri a fralda minha perna bambeou. Vi uma coisa assim, amassadinha, parecia uma folha de papel, não, parecia um SAQUINHO PLÁSTICO!!!!

MEUDEUSDOCÉUCARAMBA,MEUFILHOENGOLIUUMMSACOPLÁSTICO! Que espécie de mãe era eu, que fazia compras enquanto o filho engolia uma matéria não biodegradável, feita de petróleo na minha cara???? Será que era grave??? Eu ia ter que levar ele SOZINHA para o PS infantil, onde iria ser interrogada pelo conselho tutelar. Depois ia sair uma matéria bem sensacionalista "Mãe alimenta filho com sacolinhas de supermercado". Era o fim! E eu uma péssima mãe...
Na intenção de ver se ele tinha mastigado (???) a sacola, ou se ela tinha saido inteira, enfiei a mão na merda e puxei aquele negócio que... ERA A CASCA DO PÊSSEGO!

Dicas preciosas:

- Não vá ao supermercado sozinha com um bebê a não ser que isso seja estritamente necessário;
- Verifique se o estabelecimento possui bebês conforto com cintos, trocadores e funcionários bem dispostos;
- Não se desespere se seu bebê cagar a casca do pêssego, ele ainda não tem idade para digerir isso;
- Se ele tiver mesmo engolido uma sacolinha plástica você pode se desesperar a vontade.


* * *

Ode à Mãe solteira...
Mãe solteira, você é o ser mais foda, mais corajoso, mais responsável, mais desbravador e mais abençoado que existe!
Não é nada fácil segurar a barra de um filho sem ter alguém pra dividir com você. Filho é a melhor coisa da vida da gente, mas isso não quer dizer que a gente não precise de ajuda.
E você, sozinha, é capaz não só de ir ao supermercado, mas também leva pra escola carregando mochila, bolsa, note book, chave do carro e neném;
Você toma banho e coloca o bebê dentro da banheira no box com você e depois sai molhada com ele, passando frio enquanto enxuga e troca seu filho;

Você não teme a tarefa de fazer cocô quando está sozinha com seu filho acordado! Não! Você é valente e o coloca no berço cheio de brinquedos dentro pra ele se distrair enquanto joga tudo no chão;

Experiência própria de uma mãe que não é solteira mas está passando por situações que só as solteiras passam.

A todas as mamães solteiras, aquele abraço e a minha eterna admiração!