quarta-feira, 20 de julho de 2011

O não-dente, o PUM e o creme sem enxágüe

O Não-dente





Gente, tá faltando um dente no Theo. Sim, isso mesmo. Nasceram todos os que já deveriam ter nascido até agora, menos um! Bem da frente!

Então ele tem 1 ano e 10 meses e já tem janelinha. Abre um sorriso e fica dente, dente, dente, não-dente, dente, dente, dente, dente... Eu confesso que já tinha percebido o não-dente há algum tempo, mas pensei que era um dente com preguiça de nascer, que logo, logo o Theo ia começar a babar horrores e o não-dente viraria dente.

Acontece que durante uma das minhas visitas quinzenais à dentista (sim, de 15 em 15 dias eu levo o Litle Big na dentista pra apertar o aparelho ortodôntico) a Dra. Bia deu uma olhada no não dente e falou: - Vai ter que dar um pique com o bisturi pra esse dente sair viu.

Pronto, quer me matar do coração? Como assim bisturi? Tá Louca? Bebeu? Eu sabia que essas anestesias de dentista iam deixando a pessoa meio maluca com o tempo, mas essa foi demais! Bisturi na gengiva do meu filho só por cima do meu cadáver!

Depois dessa reação totalmente plausível, vinda de uma mãe digna, glamurosa e controlada, fiz o que qualquer uma de vocês faria. Liguei pro pediatra pra falar mal da dentista:

- Alô, Dr. Marcelo? É a mãe do Theo e do Litle Big tudo bem? (sim, eu minto nessas situações, porque né, até explicar que eu sou a madrasta, mas que sou eu que levo no pediatra, mas que nem era sobre isso que eu queria falar... Mais fácil mandar um “mãe do Lucca” despretensiosamente).


- Oi Mariana, tudo bem. Algum problema com os meninos?


- Ai Dr. Marcelo, problema, problema não tem. Na verdade não com os meninos. É a dentista deles que tá louca de pedra, coitada. Você acredita que ela cogitou abrir a gengiva do Theo no bisturi pro não-dente dele, sabe aquele, que eu já mostrei pro Sr. Umas 253 vezes?, então, pra ele nascer... Tá bem louca ela né, coitada? Então to te ligando pra saber se você conhece algum dentista que não bebe água da privada pra me indicar.


(depois de quase engasgar e rir durante 2 minutos)


- Mariana você não existe! Calma! É supernormal acontecer isso! E a gengiva é aberta sem maiores traumas ok? Mas como eu já tinha te respondido nas outras 253 vezes que você me perguntou sobre o não-dente, vamos esperar o Theo fazer 2 anos e ver se o não-dente vira dente, ok?


- Dr. Marcelo, por acaso a Dra. Bia te ligou? É um complô?


- Tchau Mariana! Bom dia!

Tu, tu, tu....

Por isso eu vou passar os próximos 2 meses fazendo todo o tipo de simpatia existente pro não-dente nascer. Alguém conhece alguma? Alguém? Oi?

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O Pum

O Theo agora avisa quando solta Pum! Olha bem pra nossa cara e fala em alto e bom som: PUM!

Daí que eu estava domingo com ele no supermercado. Eu empurrando o carrinho e ele sentado no bebê conforto. Eu falava o nome das frutas e ele repetia emendando o único elogio que ele sabe: LINDA.

Muita Mexerica LINDA, Banana LINDA e Pera LINDA depois, quando o supermercado todo já tinha se convencido que também queria ter um filho pra ouvir ele chamar a Mexerica de LINDA ele manda. PUM! E corredor de legumes todo vem abaixo rindo.

Eu pergunto orgulhosa: " Quem soltou Pum filho" ele responde com cara de sério: "A mamãe".

Humilhação em Supermercados. A GENTE VÊ POR AQUI!

Antes de alguém comentar eu quero esclarecer que NÃO FUI EU QUEM SOLTOU O PUM!

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O creme sem enxágue

Fechamento de trabalho, correria all day long pra fechar todas as pendências, passo 10h aqui no banco, saio e pego 2 carros quebrados no caminho, antes de chegar em casa passo no mercado pra comprar leite ninho e consigo gastar R$38,00 (oi? 38 pilas? Nestlé faz fortuna no meu fracasso), chego em casa, brinco de carrinho, faço mamadeira, dou danoninho,entro na Toca, assisto Mecanimais, Patati-patatá, Backyardigans, aí entro no banho junto com o Theo (ufa).

E só meia hora depois que o banho terminou eu percebo que tem alguma coisa mto errada com o cabelo dele. A louca que voz fala não tirou o condicionador da cabeça do filho. Então amigos, se o meu marido perguntar digam que a Johnson&Johnson lançou um Creme sem Enxágue infantil. GRATA.

Antes que alguém pergunte, não, nem passou pela minha cabeça colocar ele de volta o banho.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

FÉRIAS - EU TE ODEIO!

Ah as férias de julho! Férias de julho me lembravam tantas coisas boas! Primeiro, 4 semanas sem aula, sem lição de casa, sem provas, sem ter que acordar cedo, sem buyling (sobre esse assunto ler o post anterior).

Eu geralmente passava as férias de julho na casa da minha vó, que morava a 15 minutos (a pé) da minha casa. Mas não era só eu quem passava as férias lá! Eu, meu irmão, minha irmã, meus oito primos e eventuais amigos nossos também freqüentavam a colônia de férias da minha vó. E era legal demais! A gente comia pão fritinho com manteiga, leite batido com goiabada, brincava de pega latinha (e a Preta, minha irmã, sempre se escondia no mesmo lugar). Todo mundo caia do murinho que separava a cozinha da sala de jantar (mas só o meu irmão, Padrão, rachou a cabeça né, fala aí!). Enfim, a casa da minha vó era a nossa Disneylandia caipira (Preta e Pedro, eu citei vocês de propósito, porque eu sei que vocês me Lêem mas quase nunca comentam. E eu sou rancorosa e levo as coisas pro lado pessoal, portanto, cadê os comentários da família???).

Enfim, hoje eu sei que o que pra gente era a maior diversão de todos os tempos pra minha mãe era um alívio, já que ela, via de regra, não tirava férias em julho. A colônia de férias da vovó era a solução de todos os problemas!

Pois então vamos avançar 25 anos e chagamos até hoje, 13 de julho, data em que o Little Big está de férias e eu não. Vocês, leigos em assuntos maternos podem estar pensando “já li 3 parágrafos e ainda não entendi onde essa mulher quer chegar...” Pois eu explico: Se seu filho (tá, ele é meu enteado, mas é meu filho na prática né galera?) sai de férias e você não, numa cidade como São Paulo, e todos os seus parentes mais próximos estão a mais de 150km de distância, e se seu outro filho não está de férias, bom, é o Armagedon! É um desastre! Um Tisunami na rotina de qualquer mãe.

Explico: Moro num prédio com muitas crianças, todas da idade do Little Big, o que é ótimo porque ele tem muitos amigos. Mas a maioria das crianças freqüenta a já exemplificada colônia de férias da vovó, o que é péssimo porque o prédio fica deserto o mês de julho todo. Renegado à turma dos sem vó, sobram no prédio Little Big, Larissa e Giovana. Essas duas últimas só brincam de Barbie, fora de cogitação (ok, nada contra se ele quiser brincar, as vezes até rola dele se enturmar na brincadeira das meninas e, na boa, não vejo nada de mal nisso, acho aliás coisa de menino muito bem resolvido).

No final das contas ele acaba ficando o dia todo dentro do apartamento, jogando vídeo game, assistindo Nicklodeon e Cartoon, mexendo no computador e LIGANDO NO MEU CELULAR!!!



Agora imaginem a cena, lá estou eu, 9h30 da manhã, sentada na baia do auditado, pegando evidências, levantando fluxo, anotando tudo no meu caderno sem nível (com um surfista na capa – alou pessoal dos suprimentos de escritório, acaba com a credibilidade do auditor esse negócio de capa de caderno colorida, além de ser muito anos 80 né, vamo combiná) e de repente toca meu celular. Número de casa, eu sabendo que o Little Big está lá só com a minha secretária (e fiel escudeira, Di! Te amo mais que chocolate!) atendo. Ele: - “Mari, não consigo abrir o saco de pão”.


E o dia tá só começando...

10h30 – Ele me liga pra perguntar se a Giovana pode ir lá em casa.

12h30 – Liga pra perguntar se precisa comer toda a salada.

14h00 – Quer saber se falta muito pra eu chegar.

15h00 – Liga e eu não atendo porque estou em reunião.

16h30 – Me pergunta, indignado, porque eu não atendi as últimas 6 ligações. Respondo que estava em reunião. Ele quer saber sobre o que era a reunião.

17h30 – Quer que eu dê sugestões sobre o que ele pode fazer porque está de saco cheio de ficar o dia inteiro dentro do apartamento.

18h00 – Liga pra ter certeza que eu já saí.

Pois é minha gente, o post poderia acabar aqui. O dia também. Mas ainda temos o segundo tempo de toda mãe que trabalha. O meu começa quando vou buscar o Theo na escolinha (que graças a Nossa Senhora do Bom Parto não tem férias de julho). Quando chego em casa e os dois se encontram, depois do Little Big ficar o dia inteiro guardando a energia característica dos meninos de 9 anos pra esse momento, minha sala vira palco de ensaio do Circo Du Seu Léu. Eles ficam correndo pelo apartamento (a pé ou sobre veículos de 3 rodas, aqui em casa conhecidos como bibi), gritando um pro outro, ouvindo Britney Spears, pulando, pedindo mamá, água, suco, coca, cachorro quente e até um cachorro de verdade!

As 8h30 amarro coloco os dois na mesa pra jantar (geralmente eu fico sem jantar pra poder agir rápido caso um deles derrube o copo de suco ou queira jogar o prato de comida na parede – juro, já aconteceu).

As 21h30 é hora do banho. Nessas férias eu desenvolvi nova técnica: coloco os dois dentro do Box com um balde de brinquedos e corro pra arrumar os respectivos pijamas.

NOTA: Importante esclarecer que o Big resolveu fazer um curso intensivo de inglês no mês de férias escolares porque né,julho é um mês tranqüilo (PRA QUEM?HEIN?OI? – desculpa, precisava desabafar).

As 22h00 quando está todo mundo limpo e trocado, eu coloco no Discovery Kids pra ver se o sono deles chega. Mas quem chega é o papai e aí, é claro, eles precisam fazer toda a apresentação do Circo du Seu Léu again!

Lá pelas 23h00 conseguimos convencer os dois a deitar na nossa cama (sobre esse assunto ler o post sobre cama compartilhada) e depois de uns 40 minutos os dois dormiram.

23h40 é hora da mamãe tomar banho e arrumar a mochila do berçário pro dia seguinte. Se tudo der certo, consigo dormir as 24h20. Eu já comentei que no dia seguinte acordo as 6h30? Não? Ah então, tem esse detalhe.

Portanto, Férias de Julho, eu te amei, te esperei, te curti durante anos... Mas, posso falar que agora EU TE ODEIO? Pronto, falei.