sábado, 19 de dezembro de 2009

A mãe e o GPS


Às vezes nós subestimamos a velocidade com a qual uma criança é capaz de ficar traumatizada. Pense na sua infância, ou melhor nos seus traumas de infância e veja quão singelas foram as situações que os causaram.
No meu caso por exemplo, bastou tomar um caldo, seguindo de um rola na saudosa praia da Sununga em Ubatuba (onde caiçaras surfam em "aspirinas", o que é muito legal de se ver quando você não acabou de engolir 6 litros de água salgada e perdeu a parte de cima do bikini na frente dos amigos do seu irmão). Pronto! Trauma de mar.
Depois teve o clássico filme "Conta comigo", no qual uma turma de meninos sai a procura de um outro menino, e na ausência de qualquer adulto responsável acampa no meio do mato, conta histórias de terror nojentas sobre gordos que vomitam, encontram o menino morto na linha do trem e no final, já todos adultos, descobrimos que os amiguinhos morreram e o único que sobrou foi o cara que contava histórias de terror de gosto duvidoso. Fobia de linhas de trem. Outro trauma.

É tão fácil traumatizar uma criança que a gente quase nunca se dá conta.
Como na vez em que Mr. Big tinha que fazer um trabalho da pós, e Little Big e eu voltamos sozinhos da casa de VacaPri. A gente só tinha que atravessar a ponte estaiada (para LB é a ponte Estrelada), achar o estádio do Morumbi e ir pra casa ouvindo Edson Cordeiro cantando Bee Gees (não subestimem o gosto musical de Litle Big). Mas não... Eu não era intelectualmente capaz de achar o caminho de casa após deixar o MEU Big indefeso na casa de VacaPri, a mulher que ligou 12 vezes no celular dele quando soube que nós estávamos namorando. Fora o fato de que chovia granizo, eu estava com o carro do meu cunhado, e Litle Big insistia em pular sobre o câmbio do carro pra por "repeat" no Bee Gees.

Em alguns minutos eu estava perdida. Numa avenida grande, que tinha outra avenida grande do lado nas margens de um rio que começava a transbordar fazendo com que carros e caminhões lançassem cocô nas calçadas. Eu estava perdida, com o carro alheio, no meio da enchente de dejetos de são Paulo com um menino de 7 anos recém completos. E BIG ESTAVA NO APARTAMENTO MA-RA-VI-LHO-SO DA VACAPRI! Ok, nada podia piorar a situação certo? Eraado. Eu entrei em pânico! No fundo acho que foi tudo culpa do edson cordeiro. desliguei o rádio enquanto me perguntava em voz alta "Onde eu tô caralho? Ai meu deus me perdi com Little Big, o Big vai me matar! Tomara que essa água não suba mais. Onde eu tô???????"

Após ouvir todas essas palavras de conforto, Little Big respirou fundo e fez o que seu pai faria. Assumiu o controle da situação!

"marinha, eu sei onde a gente tá, meu tio trabalha aqui ó"- apontando a editora onde trabalha o titio boa pinta. Estávamos na marginal pinheiros. Ótimo, bom começo. Fiz o único caminho que eu sabia. Fui até meu antigo apartamento na Vila Madalena, e voltei pro morumbi. passamos por várias ruas alagadas enquanto eu tentava fazer little Big encarar aquilo como a maior aventura do mundo.

E assim ele ficou traumatizado. Andar de carro comigo é sempre, desde aquele fatídico dia, um momento de pura tensão! Essa semanas voltamos do oculista só nós e o Theo.
A cada minuto ele me dava um boletim visual imitando a careta do Ervilho na caderinha. Se passaram 20 minutos até que Little Big reuniu toda a coragem que um menino de quase 8 anos pode ter e perguntou: Mari, você tá perdida de novo? Porque eu sei onde a gente tá. Tá pertinho da nossa casa tá, não precisa ficar com medo não.

Pronto. E assim eu consegui fazer com que Little Big adquirisse um senso de localização invejável, uma ótima visão periférica além da enorme capacidade de ler placas de ruas e avenidas em São Paulo. Tudo isso vendo pelo lado bom. Do ponto de vista mais realista, serão anos de terapia pra superar o trauma que eu causei.

Portanto se você é mãe, madrasta, tia, tem amigas com filhos ou simplesmente é nó cega no trânsito paulistano em São paulo como eu, não arrisque gata, compre um GPS.

Vale o investimento agora pra não ter que gastar com o analista depois!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Amor de mãe

... Ou minhas margaridas azuis


Sabe, ser mãe é bom pra caralho! É a coisa mais punk-rock que eu já vivi na minha vida, mas eu já tinha tido uma experiência hard core antes. Eu fui mãe antes de o Theo nascer!
Little Big apareceu na minha vida, chutou toda a macumba e plantou margaridinhas azuis no meu quintal! Quem fez nascer a mãe em mim foi ele. Little Big me pariu!
No começo ele teve alguns enjôos, rolou um certo estress, a parada foi tensa, mas com o passar dos meses Little Big sacou qual era sua responsabilidade: Me nutrir pra ser mãe! Com toda propriedade que um menino de 6 anos pode ter.
E assim um belo dia eu acordei pensando em fazer um bolo pra ele, com ele! Saí carregando um casaco, caso ele sentisse frio, e lambuzei a cara dele de protetor solar na praia. Eu era mãe! Contei histórias, cobri na cama, dei beijo de boa noite e bronca pra comer.

Mãe é pra sempre. Filho é pra sempre. E no meu caso, Little Big também é pra sempre, não importa a quantos quilometros de distância ele esteja, as margaridinhas azuis vão continuar no meu quintal.

Porque um dia eu nasci mãe, e foi ele quem me pariu.

Ps: Little Big, sua mãe-torta te ama.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Pequeno guia prático do banho do recém nascido

... Ou o surgimento do Abominável




Apesar do Ervilho ter sido um ser aquático durante meses, a simples idéia de enfiá-lo todo molinho em uma banheira e com a outra mão ensaboar e enxaguar seu corpinho me deixava de cú na mão.
Ok, no hospital eles ensinam o banho técnico, e vc assiste tudo enquanto sua màe tira fotos, sua sogra da palpites e o Big anota o passo a passo numa cadernetinha porque é aplicado pra caralho. Mas em casa minha gente, tudo é diferente...

Você está a dias sem pentear o cabelo, dormiu menos de 4 horas durante a noite e tem alucinações com o choro do bebê (sabe aquela sensação muito real de que está ouvindo o toque do seu celular, fica horas procurando ele na bolsa e quando encontra vê que ninguém te ligou e conclui que tomou cerveja demais? É tipo isso, só que com chorinho de bebê e sem (infelizmente) a parte da cerveja).

Entre um mamada, uma fralda de cocô e uma soneca, tem a hora de tomar banho, que geralmente é meio dia porque mãe é tudo igual e nenhuma quer que o bebê pegue um resfriado. Então você adia o seu almoço, depois de já ter adiado o café da manhã porque era hora de dar de mamar, e começa o ritual:

1. Separar os apetrechos do banho: Banheira, sabonete, toalha, fralda, roupa que vai colocar, termometro, pomada pra assaduras, toda a coragem que deus lhe deu e se fosse possível mais 4 braços.
Enquanto isso, o Theo está no berço olhando importante para o móbile que ganhou do Tio Pedro, solta até gritinhos de alegria.

2. Encher a banheira com água na temperatura ideal. Tava frio então liguei o chuveiro quente. Botei a banheira no chão do box e comecei a encher. Banheira cheia, coloquei no suporte com meu muque materno e meti o termômetro na água. Quente demais. Joguei água fria, esperei um pouco. Termômetro outra vez. Ainda quente. Fui na cozinha buscar uma jarra pra por mais água fria. Passei pelo quarto do Theo onde ele já se desentendia com a girafa do móbile. Meti mais água fria. Ficou muito frio. Caralho! Coloquei mais água quente e desisti do termômetro, resolvi medir a tempêratura no estilo old scool, com o pulso mesmo.

3. É chegada a hora da verdade. Tirar a roupa do bebê e começar o banho! Cheguei no berço onde o Theo já tentava esganar a pobre girafa indefesa com as próprias mãos, segurei ele bem pertinho de mim e ele parou de chorar na hora! Mega fofo. Tirei a roupinha dele e fui recaputalando o passo-a-passo da aula de banho da maternidade (cadê a caderneta do Big???): Enrolar o bebê pelado na toalha; lavar primeiro a carinha e a cabeça, secar tudo; Meter ele na água e rezar para que você tenha sangue frio e coordenação suficientes para segurar um reçem nascido com uma mão enquanto com a outra aperta o frasco do sabonete líquido!

4. Enrolei o Theo na toalha e ele não estava gostando nada da idéia, pois apesar de ser recém-nascido ele não nasceu ontem e tava irritado com os bracinhos imobilizados. Começou a gritaria! Depois que eu lavei a cara e a cabeça dele tudo parecia ir muito mal! Ele se esguelava, se debatia, tinha um negócio muito errado... Caralho, quando é que vão inventar um leitor de mentes de Bebês?

5. Desenrolei o bebê. Ele chacoalhava as mãozinhas e as perninhas enquanto eu me sentia a criatura mais incompetente da face da Terra. Peguei ele peladinho, dei uma chacoalhada e cantei a música preferida dele, que como bom Corinthianinho adora o Jorge da Capadócia do Jorge Ben. Ele se acalmou, todo grudadinho na mamãe. Coloquei ele na água quentinha e começaram as caretas esquisitas, sendo a mais famosa delas a cara de Zacarias... Tava fazendo careta mas tava quietinho! Tudo ia bem! Segurei ele com uma mão e fui pegar o sabonete com a outra quando aconteceu!!!

6. Não, eu não afoguei o Theo na banheira, ele não engoliu sabão e o termômetro da banheira não caiu na cabeça dele (e sim, eu morro de medo que tudo isso aconteça). O que ocorreu foi a primeira manifestação do alter ego do Ervilho, a saber: A abominável criatura do cocô!

O abominável é implacável
Seu cocô é poderoso
Se safar é impossível
Ele vai cagar de novo.

E com esse versinho todo jocoso, fui derrotada pelo Abominável que se cagou (literalmente) de rir da minha cara, enquanto eu dava pulinhos e gritinhos segurando um bebê em meio a água quentinha cheia de cocô.

Ps: Tirei ele da banheira e pus na toalha, onde o Abominável fez MAIS cocô E xixi.
Ps2: Tive que começar tudo de novo. Mas depois que tirei a água cagada, mandei o termômetro e o roteiro do banho técnico à merda!
Ps3: O Theo adora banho, e só deixou o Abominável se manifestar uma vez. Tudo indica que foi a vingança contra o episódio da Vacina. Aqui se faz, aqui se paga...

Esse post é uma homenagem às queridas amigas Tia Baranga, Karina e Vanessa, que estão tomando coragem para terem seus ervilhos próprios. Gente, o Theo cagou na banheira e eu não tive nojo em momento algum! A única preocupação era que o  cocô da água contaminasse o umbigo-cotoco dele! coisa de mãe...

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Meu relato de Parto!!!

... ou, A verdade sobre a amnesia neonatal!



O início das contrações

Era sábado a noite, e sábado a noite aqui em casa é a hora sagrada da pizza! Enquanto eu apoiava o prato de pizza no barrigão de nove meses senti a primeira dor. A barriga embaixo do prato de pizza ficou dura. De um jeito muito esquisito e inexplicável (juro eu morria de ódio quando ouvia outras grávidas falando essa mesma frase), eu sabia, tinha chegado a hora do Ervilho nascer. Minha mãe, Big e Little Big foram avisados da eminência do parto.

...enquanto isso, no ap do ervilho...

Ok. O barato já tava bem loco pro meu lado aqui dentro! To de ponta cabeça a dois meses, esse apto tá ficando cada vez menor pra mim, eu mal consigo mexer meus braços, a cabeça então, nem se fala. Encaixou igual rolha num lugar aqui e não sai nem com reza brava. Pra completar a desgraça, as paredes do apê agora estão se voltando contra mim... Vou entrar pro Minha casa Minha vida do Lula e financiar um apê novo pela Caixa.

A bolsa Rota

Fui deitar (porque dormir minha gente, com aquela barriga tava mega foda). Acordei umas 3 vezes sentindo dor. O Big pulou cedo da cama e foi fazer faxina (Juro!!! Teve um negócio que chama "instinto de aninhar", geralmente quem tem isso é a mãe, mas eu tava muito ocupada sentindo dor). Acordei e resolvi tomar um banho, depois de uns 2 minutos em pé mijei na calça.
Opa! Perai! Mijar na calça tá meio fora de contexto. Olhei pro chão e vi a água. Mas e aí, 'ó dúvida cruel, será xixi ou líquido amniótico??? Ok a dúvida pode parecer bem idiota pra quem nunca ficou grávida, mas believe me, no final meu bem, com um bebê de quase 4 kilos com a bunda apoiada na sua bexiga, vc mija e nem sente (cadê o glamour galera?), por isso eu tive que me expor ao ridículo e realizar a análise clínica da poça (ser mãe é se transformar num laboratório de análises clínicas ambulante).
Depois de observar atentamente que a poça não tinha cor, que o cheiro não era de xixi e de descobrir que a história do cheiro de água sanitária é invenção tive certeza, era hora de ir pro hospital!

...enquanto isso, no ap do ervilho...

Vazamento!!! Vazamento!!! Cadê o síndico desse estabelecimento??? Vai dar infiltração no apto debaixo e eu vou ter que pagar a reforma. Hoje não é meu dia de sorte

A ida para a maternidade

Enquanto o Big enfiava malas, cadeirinha, lembrancinhas, documentos, Little Big, meu pai e minha mãe dentro do carro, eu só pensava em comer, vai saber que horas eu ia poder comer de novo né não? Barriga cheia, fomos todos felizes e contentes para o carro a caminho da maternidade. O Big gargalhando de nervoso, Litle Big achando que eu ia parir no carro em movimento, minha mãe na mais perfeita calma enfermeiral que só enfermeiras possuem na presença de uma grávida tendo contrações, e meu pai que parecia sentir mais a dor do parto do que eu. Chegamos na maternidade eu e minha ausência de glamour sentada numa toalha pra não "vazar"no sofá chick (Fica a dica: A partir das 37 semanas, ande com uma toalha no carro). Apesar de eu ter certeza de que o ervilho ia nascer, precisei ser examinada e fui pra sala de pré-parto (que consiste em um quarto de hospital no qual você sente contrações durante horas, o pai do bebê fica nervoso em progressão geométrica, mas assiste o jogo do Corinthians, a obstetra entra de tempos em tempos, comenta com o pai que o Ronaldo está gordo bagarai, ignorando a sua cara de cólica menstrual elevado ao cubo e o irmão mais velho acha que o bebê vai nascer lá), comecei a tomar ocitocina.e as contrações"putaquepariuquedor" aumentavam a cada hora. Nesse momento me deu um estalo! Meu filho ia nascer e me ver naquele estado, descabelada e totalmente desprovida de glamour???? Claaaro que não! Me levantei e fui pro banheiro com a minha necessáire de maquiagem a fim de glamourizar um pouquinho a minha pessoa que trajava uma zequicí camisola verde-hospital com uma fenda traseira deixando a bunda à mostra, e como acessório, um suporte para soro devidamente ligado à veia no braço esquerdo. Eu tava na merda mas ia parir de rímel, blush e gloss.

... enquanto isso, no ap do ervilho...

Pronto, fudeu! Descobriram que o vazamento vem daqui e vão me despejar.

A fase expulsiva

Depois de 12 horas eu não tava mais achando graça nenhuma em sentir dor. Me serviram um café da tarde depois de muita insistência. Enquanto eu devorava vorazmente as torradinhas do hospital, vi o Big roubar um saquinho de bolacha e nós quase tivemos uma DR (Fica a Dica: Parir da fome! Providencie um lanchinho clandestino ou contente-se com a comida de hospital). Fui (finalmente) pra sala de parto e foi lá que o bixo pegou. Entrei na banheira pra "dar uma relaxada" (juro, a hora que a enfermeira me falou pra relaxar eu quase levei pro lado pessoal e parti pra agressão física. Quem relaxa com 5cm de dilatação?), tive que fazer pose e sorrir pro Big tirar fotos. Isso é que é amor. Vocês vão me perguntar se dói muito, sim dói, e se não fosse o anestesista eu ia ter subornado o time de enfermeiras pra me fazerem uma cesariana, mãsssss, Deus abençoe o Sr. Peridural, inventor da anestesia que me proporcionou a sensação mais esquisita da minha vida: fazer força sem sentir músculo nenhum da cintura pra baixo.
Fiz muita força, não dá pra explicar o quanto, mas cada célula do meu corpo existia pra isso: fazer meu filho nascer!

... enquanto isso, no ap do ervilho...

Opa! Chegou o rápa! Tão me botando pra fora! Meeedoooo, quero minha mãe...

O Nascimento

A obstetra me avisou, era a última oportunidade que eu tinha de fazer força, se o Theo não nascesse ia ter que fazer uma cesárea. Faz me rir! 14 horas depois e ia ter que fazer uma cesárea??? Respirei fundo e senti, o Theo ia nascer. Big chorava, eu ria, gargalhava. O Theo não chorou assim que saiu, foram os 5 segundos mais longos da minha vida, depois de ser atendido pela pediatra eu ouvi meu filho chorar pela primeira vez, e soube que minha vida tinha mudado pra sempre... Meu pai ligava pro Big de 2 em 2 minutos, ameaçando invadir o centro obstétrico pra tirar sastifação com a médica, e Litle Big já quase chorava de nervoso no saguão do hospital.

... enquanto isso, ervilho pensa...

Gente, que que é isso? Cadê minha água quentinha? Tá frio pra caramba aqui fora, minha cabeça dói. Me enrolaram num pano esquisito e meteram uma toquinha de gnomo na minha cabeça! Cacete, fui preso e estou sendo torturado, só pode ser, enfiaram um tubo na minha garganta! Se eu pego essa enfermeira desapercebida... Tão me levando pra outro lugar... Opa! Eu conheço essa voz... Mas num to enxergando nada, que cheirinho bom! To começando a gostar... Peraí, me tiraram do colo gostoso, tão me levando pra outro lugar, quanta luz... Opa! Tão pingando um negócio no meu olho! Ahhhhhhhh ardeu! To tentando entender o que eu fiz pra merecer tudo isso. Quero voltar pro meu ap.

Chegando no quarto da maternidade

Quando o Theo nasceu levaram ele pro meu colo só um pouquinho e já tiveram que colocar ele no oxigênio. Se eu cansei nessas 14 horas, tendo conciência de tudo que acontecia, calcule o Ervilho que nem sabia o que se passava! Estava só o pó, tadinho. Depois pingaram o nitrato de prata no olinho dele, arde pra caramba mas todo bebê que nasce recebe o colírio, pra evitar infecções. Ele foi ficar em observação no berçário central e eu fui pro quarto. Queria levantar mas fui proibida pela enfermeira. Queria ver o Theo de novo, mas ele estava em observação. Queria dormir mas não conseguia pregar o olho! Big deitou no sofá e não parava de repetir que estava impressionado com a minha força na hora de parir. Eu também estava. As 4 da manhã o Theo chegou, com a cabecinha pontuda e morrendo de fome. Sentei na cama exausta e amamentei pela primeira vez o meu filho. Agora eu sei porque tenho tanto peito, pra ser restaurante de Ervilho, com muito orgulho.

...enquanto isso, no berçário central...

To enxergando nada, que covardia! Aposto que é pra eu não reconhecer meus torturadores. E agora, que que eu faço? Choro né! Perai, tem mais gente aqui chorando... Drepois de muito insistir consegui trocar uma idéia com a Joana, que está no berço do meu lado esquerdo, também não enxerga mais porra nenhuma e tem certeza que fomos abduzidos por ovnis, já que ela diz que um laser rasgou a parede do ap dela. Do meu lado direito estão Hélio e Heitor que estavam dividindo uma kit-net, também estão cegos e acham que tudo isso é uma conspiração dos EUA contra os bebês da América Latina. Pelo jeito ninguém sabe ao certo o que está acontecendo, mas ninguém tá gostando nada disso!
Depois de horas de Teoria da Conspiração com meus mais novos Brothers de berçário, chegou uma enfermeira (na verdade um ET segundo a Joana, e uma agente da CIA segundo Hélio e Heitor) me embrulhou numa coberta e me levou pro colinho gostoso. Senti o melhor cheiro do mundo e de repente, uma voz gostosa me perguntou se eu estava com fome e pá! Comecei a sugar! Agora sim! To no céu! Morri e fui pro céu... Que gostooosoooo mãe!

Indo pra casa

Depois de 3 dias de maternidade, tivemos alta. Colocamos o Theo na cadeirinha devidamente trajado numa roupinha fofa que tinha até rabinho. Assim que o carro andou ele dormiu. Mal chegamos em casa já nos preparamos pra leva-lo pra tomar vacina e eu nunca achei que uma agulha minúscula daquela fosse me causar tanto terror! Na medida que o enfermeiro enfiava devagarinho a agulha no Theo, as lágrimas rolavam sem que eu tivesse controle de mim! Ele chorou sentido, e a cada suspiro dele meu coração ficava mais pequenininho e tudo o que eu queria era tomar aquelas vacinas no lugar dele, pra que a dor viesse toda pra mim.

... enquanto isso, Ervilho diz...

Tava tudo tão bom, depois de momentos de terror achando que tinha sido abduzido ou torturado pelos yankes, eu e a turma do berçario do 1o andar descobrimos que na verdade a gente tinha nascido! E nascer é um negócio assim, meio aterrorizante mesmo, por isso que as nossas mãe nos dão de mamar, pra compensar todo o resto. Acho que agora tudo vai melhorar pra mim. Já me despejaram do meu ap, pingaram ácido no meu olho, me fizeram passar frio e fome, só que agora eu tenho a minha supermegacheirosaeapetitosa mamãe, e o meu grandefortecheirosocorajoso papai! ninguém mais vai tirar o cirme de creme! Rá! To indo pra nossa casa e a palhaçada acabou pro meu lado! Me despedi da galera do berçário e fui pra casa pensando: Até que tem uma lógica todo mundo cantar Parabéns pra você no dia do seu nascimento. Parabéns pra mim!!! Sou muito fodástico! Sobrevivi ao meu nascimento e agora é só correr pro abraço!

Ps: Depois desse rompante de otimismo, Theo foi surpreendido mais uma vez quando adentrou a sala de vacinação do posto de saúde e foi picado no braço e na coxa! Tinha sido traído, pois quem o segurou pra que o torturador o furasse foi sua própria supermegacheirosaeapetitosa mamãe! Enquanto seu grandefortecheirosocorajoso papai assistia tudo com lágrimas nos olhos.

E é por isso que os bebês não se lembram do seu próprio nascimento, pra não ter raiva do pai e da mãe pro resto da vida!

Ah, e pra que a gente não ter memória de fotos como a que ilustra esse post! 1o banho do Theo, ainda na maternidade, com direito a muita careta! Apresento a vocês o recém-nascido mais pop da blogsfera (e mais lindo também! Sem a mínima cara de joelho hahahahahah)

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

O Theo Nasceu!

Dia 27 de setembro! Ele é lindo, nasceu com 3, 430Kg, 47cm e muita bochecha!

Juro que entre um cocô, uma mamada e um banho, aproveito uma soneca do meu neném pra contar tudo aqui no blog, até porque o nosso parto foi uma aventura! 14 horas de aventura pra ser mais específica...

Gente, sou mãe!

Oh god...

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Pra saber antes de nascer

Durante toda a gravidez, desde o primeiro momento em que eu senti sua presenca, milhoes de coisas passaram pela minha cabeca, conselhos, historias, piadas... Tanta coisa pra te dizer! E agora, que o seu mundinho ja esta de ponta cabeca dentro de mim e que eu estou prestes a ver seu rostinho e ter o meu mundinho virado de ponta cabeca, preciso fazer um pequeno resumo do que eu quero que vc saiba...

- Voce mudou minha vida pra melhor, me fez uma mulher completa, realizada e mais corajosa!
- Quando o papai disser que eu sou preguicosa, nao acredite nele (70% do que o papai disser pra voce e exagero, lembre-se disso)!
- Escute seu irmao mais velho! E apresente ele pra todo mundo na escola! Acredite em mim, quando vc menos esperar vai precisar dele.
- Nao se preocupe com problemas de adultos antes de fazer 18 anos.
- Se apaixone. Muitas vezes. Quantas forem necessarias pra encontrar alguem que faca vc se apaixonar de novo todos os dias!
- Tente compreender as mulheres (eu sei, essa e foda, mas a mamae vai te ajudar)
- Tenha orgulho do seu pai. Ele e um guerreiro desses que a gente so ve em filme! (e e por isso que a mamae o ama tanto, ele tem poderes especiais)
- Nao coma na Rua, por mais gosotoso que o cahchoro-quente pareca. Na falta de opcao compre um fandangos!
- Cuide dos seus amigos, tenha-os sempre por perto
- Cerveja e sempre melhor que destilado
- Eu e o papai estaremos sempre do seu lado, nao importa o que aconteca
- Nunca use pochetes
- Curta muito os seus avos!
- O bicho preferido da mamae e a joaninha, porque e fashion, com bolinhas, e o bicho preferido do papai e a Mamae! (mas as vezes e aquele esquilo que voa tambem, ele ainda nao se decidiu)

Estamos esperando por vc, nao faz 9 meses nao, faz mais de 20 anos!

Mamae te ama Theo! Vem logo!

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Parto do Princípio


Acredite eu ou não, meu neném já tem oito meses. Sim 8! E eu, como pessoa culta e profunda conhecedora da cultura popular aprendi nos idos anos de 90 com o poeta da minha geração, Cumpádi Uóxinto, que é depois de 9 (repito 9) meses que se vê o resultado (isso com Carla Peres ainda sem Peito jogando o cabelinho de neutrox freneticamente).

Portanto minha gente, daqui a apenas 1 mês, ou 30 dias, ou 4 semanas, o Theo bate na portinha avisando que chegou, e nada nem ninguém o fará ficar mais uns 2 mesesinhos na minha barriga pra eu me acostumar com a idéia (e pra dar tempo de Big e eu comprarmos nosso sofrido apartamento).

E quer saber, com apartamento ou sem, eu tô é muito da ansiosa em ver a carinha do meu filho, segurar ele pertinho do meu peito, dar de mamar (o que eu espero que ele faça muito, pois continuar com o sutiã 84 no pós-parto ninguém merece).
Mãs, pra tudo isso acontecer, de alguma forma Theo vai ter que sair.

E é nesse momento fatídico que me surge aquela cena de Renascer, na qual a mãe ensanguentada se descabela de tanto gritar e soprar uma garrafa, e penso comigo: A rede Globo não sabe o mal que causou às famílias brasileiras! O ministério da Saúde deveria processar essa emissora de televisão por disceminar o pânico do parto normal entre as famílias. Esses dias, quando falei pro Big ler o capítulo “O acompanhante do parto” do Livro “O que esperar quando você está esperando” – livro este que fará parte da minha Fogueira da Grávida (idéia da Ana, amigona e grávida de Gêmeos – oh God!) juntamente com as minhas meias Kendall e o óleo de Amêndoas Paixão – Big me responde todo sabido: Não preciso ler, é só pedir uma bacia com água quente, toalhas limpas e uma tesoura na hora do parto. HEIN??? E faz o que Dr. Dollitle da obstetrícia moderna? Joga a bacia com água na minha cabeça e se enforca com a toalha? Tudo culpa do Benedito Ruy Barbosa.

Mas voltando ao assunto, pra quem nunca ficou grávida deve ser difícil entender, mas é uma agonia que cresce no mesmo ritmo que a sua barriga, e quanto maior ela fica, mais difícil é imaginar a hora de parir.

Hoje em dia tem cesariana, você agenda o cabeleireiro e a manicure pro dia anterior e chega na maternidade na hora marcada com a sua malinha pra ter 7 camadas de pele e músculos cortadas (além da parede do útero) e aí retiram o seu bebê. OPA! Perái, hora marcada e poder estar cheia de glamour pro seu filho te ver gata já na primeira vez que te olhar tudo bem, mas cortar 7 camadinhas do meu eu? Aí também já é demais.

Outra opção é o parto natural, bem no estilo Juma do Pantanal (vocês perceberam que eu acho exemplos de novela didáticos né?). O parto natural é realizado à moda de nossas avós (no caso de muitos leitores do 44, bisavós). Tem gente que se empolga e faz parto na água, em casa, na sala... Cada um no seu quadrado né. Em linhas gerais rola tudo sem nenhum tipo de analgesia ou intervenção médico-cirúrgica como soro com ocitocina, que serve pra acelerar o trabalho de parto, ou a episiotomia. Esta última é o terror de muitas grávidas, e se trata de um corte realizado no períneo (é minha gente, lá mesmo) pra facilitar a saída do bebê. Apesar de ser tudo devidamente costurado depois do parto, não é nada agradável imaginar a situação, convenhamos. Mas sem esse cortesinho do mal pode acontecer uma coisa ainda mais temerosa, que se chama laceração. Sendo curta e grossa meu bem, não deixou o médico cortar, a cabecinha do bebê sai mesmo assim, lacerando (ó minha Nossa Senhora do Bom Parto, já sinto lágrimas nos olhos) o corpo da mãe. Lacerar é mal!

A terceira alternativa é um parto normal hospitalar. Nesse o bebê sai por onde a natureza mandou que saísse, no entanto tem sempre um anestesista de plantão pra te dar aquele barato na hora da necessidade. Eu sou adepta dessa última opção. Não acho bacana marcar a hora pro meu filho nascer, acho que ele é um serzinho muito do esperto que sabe muito bem quando estará pronto pra sair de dentro de mim, mas também não acho saudável não aproveitar a sorte de parir no século 21 e poder tomar uma peridural. Soprar garrafa é coisa do benedito Ruy Barbosa.

Pronto, decidido qual o tipo de parto preferível (sim, porque se nada der certo, ainda pode ser que role uma cesárea) vem a preparação pro trabalho de parto.

Unindo meus conhecimentos científicos adquiridos em novelas e seriados, ao oráculo dos nossos tempos – Google, eu virei uma verdadeira enciclopédia do parto normal, pode perguntar que tá na ponta da língua minha gente!

Mais uma sugestão do livro-do-mal-da-grávida “O que esperar quando você está esperando” era fazer um plano de parto. Eu achei bem bizarro planejar o implanejável, já que o único que já tem um plano infalível pro meu parto é o Theo, e esse plano consiste em sair de mim de qualquer jeito. Mas sou aplicada e vou fazer o tal plano. Vamo lá:

Preparação pré-parto: To fazendo Yoga e alguns exercícios específicos pra ajudar na hora do parto. Um deles o Theo odeia e chama “sapinho”. É bem ridículo, tem que juntar as mãos e os pés e esticar e encolher umas 15 vezes. Muito fácil pra quem não está com um barrigão de 8 meses colega.

Detecção dos sinais do parto: Ahá, nessa eu to craque demais! A barriga desce porque o bebê encaixa (ai que fofo) e melhora a maldita falta de ar dos últimos meses de gravidez; A bolsa pode estourar vazando líquido amniótico que tem cheiro de água sanitária (detalhe importante pra distinguir se você está mijando na calça ou parindo); você sentirá contrações, primeiro indolores e esparsas, depois mais doloridas e contínuas, até ficarem constantes de 10 em 10 minutos. Aí é hora de ir para o hospital!

A ida para a maternidade: É legal ter uma rota pré-estabelecida e um motorista de plantão pra essa tarefa. No caso do Big entrar em colapso ou não estar comigo na hora, vou ter que pegar um táxi (eu preciso avisá-lo que se isso acontecer eu vou matá-lo com as minhas próprias mãos – vai pra to do list do parto) e ter um acompanhante reserva no pente, no caso ou minha mãe ou o Titio boa pinta ou tia Baranga, são muitas opções. Pensei em montar o bonde do parto do Theo e ir todo mundo pra maternidade na minha escolta.

Enxoval da mãe e do bebê: Devidamente preparados, o do Theo composto por vários macacões fofos, inclusive um do super homem; e o meu dentro de uma bolsa onde se lê a frase “SHE’S LOST CONTROL” em letras garrafais.

Lista de Anestesias que você aceita tomar durante o trabalho de parto (pra ser entregue ao anestesista):

Caros Sr(a) Anestesista do Parto do Theo,

Como eu não fiz 6 anos de faculdade, mais dois de residência e especialização, creio não ser eu a pessoa mais indicada a escolher qual anestesia aceito tomar, mas já que faz parte do plano de parto segue uma lista singela:

- peridural
- morfina
- éter
- RAC
- demerol (com a condição de que eu não morra igual o MJ)
- santo daime
- chá de cogumelo
- mentos com coca cola
- hals preto
- vodka

- aculpuntura

E tudo mais que a medicina e o google permitirem.

Muito Obrigada.

Ps: Apesar dos muitos palavrões e insultos que o Sr(a) e a minha obstetra estão ouvindo agora, sou uma mulher fina e educada e sei que no fundo é tudo culpa do Big, que não está ouvindo mais nada pois já desmaiou.


Tudo pronto! Agora é só imprimir este post e entrgar para as enfermeiras e médicos que participarão do parto.

Brincadeiras a parte, depois de toda a investigação superegodescontrol que fiz sobre o parto e os prós e contras de cada tipo, sei que o melhor que eu posso dar pro meu neném é a chance dele nascer de parto normal. Não tenha medo, parto normal é natural, a recuperação é N vezes mais rápida e eu juro que a cabecinha do bebê fica redondinha depois de algumas semanas hehehehe.

Visitem o site da ONG Parto do Princípio (movimento para o qual o título deste post é uma homenagem) e do GAMA (Grupo de Apoio a Maternidade Ativa). Informe-se e cuidado com cesárias desnecessárias, pois tem muito médico por aí querendo marcar o seu parto entre o jogo de buraco e o Happy Hour!

Sutiã 44 na luta pra que as Ervilhas e Ervilhos venham ao mundo quando estiverem prontos, e não quando vagar a agenda do obstetra!

Parto do Princípio (por Denise Ahrends)
Parto do Princípio
Porque parto com amor
É parindo que me reparto
E sempre me multiplico
Desde o princípio
Parto por inteiro
Com quem vier
Com quem me quiser
Parto com prazer
Parto do respeito
Por uma vida melhor
Parto porque acredito
Que um bom parto é possível
Parto com amor
E por amor vou partindo... ... e parindo

Faltam 4 semanas! Ai meu períneo....

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Um amor cheio


A gente desencontra um do outro
Mesmo dentro do mesmo cômodo
Porque amor não chega pronto
E esse preparo é todo único

Cheio de ingredientes estranhos
No meio do meu amor tem receio
Esprança, desejo e os seus olhos castanhos
Meu amor por você é um amor assim, cheio

Eu te amo tão intensamente
Que até parece insanidade
Então seguro firme no meu receio
Que também é ingrediente
Necessário pra disfarçar a intensidade

De tudo que sinto
Que pula em mim
De toda sua virilidade que eu queria um pouco minha e hoje sei
Que vai me grudar em você por um tempo que não se pode contar
E não adianta fazer poesia
Fingir de fria
Ou gritar

Porque meu amor por você é assim, cheio
De sentimentos que vão além do pouco tempo que temos
Eu te amo sim, e é só
Se você não vê
Entao me descabelo, falo sem nexo e choro no banheiro
Porque meu amor é cheio
Bonito, feio, promissor e maldito
Desde o começo

E assim, meio sem nexo, é que eu outra vez digo que te amo, mesmo se eu não quisesse. Assim eu explico borboletas no estômago quando você me liga (detalhe, você mora comigo!).

sexta-feira, 17 de julho de 2009

A Família do Futuro



Esses dias, na festinha de aniversário de 2 anos do filho de um amigo nosso, (que é um bebê muito parecido com o diabo da tasmânia versão baby dos looney tunnes) aconteceu um negócio comigo que fez pensar no tipo de família modernosa que eu to construindo.

Na festa tinha piscina de bolinha e outras crianças, o que para Little Big é suficiente pra fazer uma balada; tinha cerveja gelada e amigos de longa data , o que para Big pai é suficiente para fazer uma balada; e tinha crepe e os docinhos decorando a mesa do bolo, o que pra mim tem sido suficiente pra fazer uma balada.

Papo vai, papo vem, Litle Big se acabando nas pinturas corporais e na piscina de bolinha, eu me acabando no crepe e Big pai se acabando na cerveja. O retrato de uma família feliz na festinha de criança (quem diria meus caros, já que um ano atrás era assim que eu era recebida em festinhas infantis).

A balada acabou tarde pra todos nós, eu empanturrada, Big pai meio breaco e Little Big sem os tênis, sem o casaco, e sem a mesma cor de pele com os quais havia chegado na festa. Enquanto Big Pai tomava a última cerveja, sai em busca dos Tênnis e do casaco (Tênnis embaixo da mesa do bolo e casaco compondo a decoração da porta da festa – coisas de Little Big) colocando tudo em Little Big que reclama do calor. Eu tentava explicar pra ele que só ele sentia calor porque estava correndo e pulando e produzindo energia, mas que nós estávamos com frio pois estávamos sentindo a temperatura do ambiente (tá legal, a explicação do calor por causa do pula-pula foi bem tosca, mas com criança não adianta tentar explicar muito elaboradamente). Ele acabou cedendo e colocando o casaco e os tênnis enquanto eu dava graças a Deus por poder mandar a roupa suja dele de volta pra Mãe.

Foi quando aconteceu, mais uma vez, o mesmo erro inevitável de quem nos vê nesse tipo de situação. Uma mulher adulta tentando convencer uma criança a colocar os tênis e o casaco só pode ser a mãe! Ou ainda tentando negociar no Supermercado se leva o Danoninho ou o Chamyto Big, só pode ser mãe! Que pede pelo amor de Deus pra o menino não nadar no fundo, e quando ele pergunta o que é fundo inventa uma unidade de medida baseada nas pernas do pai que faz o menino rir pra caramba, entrar na brincadeira e (ufa!) não nadar no fundo, é mãe né cacete!
Não minha gente, hoje em dia temos 1 divórcio pra cada 4 casamentos no Brasil. Isso formalmente, pois ainda não existem dados para as uniões estáveis e respectivas dissoluções. E como eu bem sei, graças ao bom Santo Antônio, meu chapa, os papais e mamães separados não viram celibatários, pelo contrário, eles tendem a começar novos relacionamentos, casar novamente, ter outros filhos... E assim nasce o que chamam por aí de família prisma, diferente da família piramidal tradicional com pai mãe filinhos cachorro e papagaio. Eu prefiro chamar de família do futuro!

Aliás, eu queria mesmo era difundir esse conceito pra todo país pra que situações como as que eu passo com Little Big não voltem a acontecer. Geralmente ele finge que não escuta a Tia desconhecida no supermercado: “Nossa, como seu filho é lindo, é a sua cara” haahahahaha
Ou o salva vidas da Praia: “Acho melhor obedecer sua mãe hein rapaz!”
Nessas horas ele costuma olhar pra mim e me lançar um olhar de missão secreta, do tipo, “Mal sabem eles que você na verdade é minha amigona, a minha Marinha, e não minha mãe”, e eu correspondo com um olhar “Tolinhos” e saímos contentes do recinto zombando da ignorância alheia.
Mas nesse dia da festinha seria diferente, pois Little Big, tanto quanto eu, queria era respeito para com a nossa família do futuro, ora bolas, Mãe é Mãe e Mari é Mari! Eu até tento colocar um pouco de ordem na bagunça, mas não sou mãe, e isso faz toda a diferença.

Assim que o pobre gordinho já meio embriagadado lançou, enquanto eu enfiava o moleton pela cabeça, desarrumando mais ainda o cabelo da criança: “Se preocupa não Little Big, que mãe e tudo igual” Biggzinho repondeu na Lata “Mas ela não é minha mãe!”.
Confesso que há tempos eu esperava ouvir algo do tipo, e suspirava de alívio sempre que a atitude dele era de indiferença com essas reações que a nossa proximidade causa. Já tinha até ficado acostumada a lançar o olhar secreto e sair por cima da situação, mas nesse dia ele resolveu responder e, no duro, a minha primeira reação foi ficar triste pra caramba. Little Big é parte importantíssima da minha vida hoje, e foi quem acendeu em mim o muito de mãezona que nem eu sabia que tinha. Aprendi sobre Pokemons (que segundo ele “involuem”) e sobre o Ominitrix do Ben 10, sobre Play Station e sobre como contar histórias para meninos. Aprendi que se eu disser pra ele que cobras comem ratinhos de “alobatório”, esses ratinhos vão ter óculos de grau e avental. Aprendi a dar bronca na hora da mãnha, aprendi a perdoar a birra, aprendi a beleza que é ver alguém se transformar em irmão, e ter a chance de acompanhar isso pro resto da vida.
Enfim, meio sem querer esse menino acabou significando muita coisa pra mim. Mas mesmo assim, eu não sou mesmo a mãe! E quer saber, foi bom um de nós ter tomado essa atitude, porque logo depois, chegando no carro eu ganhei um abraço todo suado e com a tinta da pintura do batman, enquanto aquele menino esperto olhou pra mim e disse: “Sabe, já tava cansado de confundirem a gente, você não é minha mãe, você é a Minha Mari!” É Little Big, Sou mesmo! E essa é a nossa família do futuro, que daqui uns 3 meses ganha novo integrante!

quinta-feira, 25 de junho de 2009

A parte mais bonita do meu corpo é a minha barriga



Ok, eu to repetitiva, mas sabe como é. Ando ligeiramente grávida 24 horas por dia... Por incrível que pareça, entre óleos pra estria; vitaminas pra gestação, Ultra-sons e medinhos constantes do tipo: “Será que eu vou saber/querer/conseguir trocar fralda?” outras coisas, ainda, acontecem na minha vidinha.

Eu ainda passo mal pelo meu ex-chefe-propaganda-de-cueca-da-Calvin-Klein-Big (mas agora ele é meu noivo, pai do meu bebê e a gente tá comprando um apartamento – assunto pra um post todo a parte).
Little Big está cada vez mais me fazendo derreter por ele, e ainda me ensina coisas muito legais como a Música de abertura do Ben 10 e a usar o slogan do Cartoon Network como mantra( “Cartoon, a gente faz o que quer!”)
O trabalho continua sendo trabalho, com a diferença de que agora eu tenho que tentar entender de contabilidade, o que pra mim equivale ao serviço ingrato de um chinês preso na confecção clandestina aqui no centro de Sampa.
Eu virei “adevogada”de verdade, com direito até a carteira da OAB e, claro, pago uma anuidade de R$500 paus por isso...
Mas, mesmo com tudo isso acontecendo, e sendo muito assunto merecedor de post aqui no Sutia 44, eu hoje carrego a responsabilidade de um 44 no peito e de um bebê no ventre. Portanto meus caros o Theo vai continuar sendo assunto preferencial por aqui.
Mesmo que inesperadamente, como aconteceu hoje...

Eis que chega a hora do almoço e uma pessoinha dentro de mim avisa: “Mãe, tá osso, pode mandar ver na comida que o negócio por aqui tá racionado”, essa mensagem que o cérebro do Theo mandou pro meu foi rapidamente etendida pelo estômago no meio do caminho.
Restaurante do trampo, 11 reaus à vontade incluindo o suco e a sobremesa, paraíso da grávida!
Tudo corria bem até eu e Big adentrarmos uma Van pra ir retirar a minha carterinha de “adevogada” numa cerimônia pra lá de chata perto da Paulista. O convite pedia: Traje condizente com a profissão. O que no meu caso significa o acumulo de funções advogada-mãe-peituda.
Não tive dúvida, coloquei a única calça preta que ainda me serve, uma maxi-pull de malha cinza que deixa a minha barriga linda, e passei rimel e blush, o que é suficiente pra me deixar o mínimo apresentável. Eu tinha o máximo que me era permitido de glamour aos 6 (sim gente já são 6) meses deste estado interessante.
Mas no meio do caminho Theo e meu almoço tiveram um desentendimento sério na minha barriga. Não sei se foi a melancia com a rúcula, ou a laranja com o strogonoff, só sei que o barato ficou feio foi pro meu lado, que só tive tempo de descer da van no subsolo do trampo e chegar à privada mais próxima. E eu que pensava que essas coisas só aconteciam até o 4º mês. Me lembrem de usar a carteira da Ordem pra uma coisa realmente útil: processar os Autores de “O que esperar quando está esperando”.
Meu rímel borrou, me descabelei toda, fui vomitar num banheiro unisex e por isso tive que me equilibrar, em pé, pra acertar a mira no vazo (me dei melhor do que o pobre deficiente-peniano que usou o banheiro antes de mim, porque mijar pra fora da privada assim só tendo o pau torto mesmo), enquanto eu e o Theo botavamos o almoço pra fora, Big assistia à cena e tentava acalmar os 8 bombeiros da empresa que apareceram por lá e já chamavam a ambulância. Homem é tudo cagão mesmo...

Cheguei na solenidade numa situação nada solene. Com cara de quem aproveitou o cabelo e a maquiagem do dia anterior e com o Theo ainda tendo problemas de convivência com o meu almoço. Peguei a carteira antes que todo mundo e fora do salão-solene cheio de recém advogados usando trajes condizentes com a profissão mas incondizentes com o bom gosto. Gestante enjoada tem dupla preferência.

Nessas horas a gente até se pergunta: “Minha Santa protetora das mulheres parideiras, tem que ser assim tão cruel e desprovido de glamour carregar um bebê? Não precisava tanto amiga! Você podia ter pelo menos deixado a gente manter a nossa dignidade e maquiagem intocáveis...”

Mas esse momento descontrol dura poucos minutos, só até eu sentir os chutes do Theo enquanto ele faz a dança da vitória dentro do apê dele, após a brava luta contra o almoço-monstro.

Vale passar mal quantas vezes forem necessárias pra sentir o neném chutar e pra se olhar no espelho e pensar pela primeira (e talvez única!) vez na vida: A parte mais bonita do meu corpo é a minha barriga!!!

terça-feira, 2 de junho de 2009

O pequeno dicionário de uma grávida


Assento preferencial

Lugar nos transportes públicos reservado a pessoas que fingem que dormem ou a senhoras com crianças acima de 12 anos no colo. Você, grávida desprovida de meio de trasporte póprio (leia-se – pobre), tem que ir de pé no corredor mesmo.

Barriga

Se você já não tinha (sei sei) vai passar a ter, se você já tinha, depeça-se daquela cultuada pancinha de chop e de alô para o apê do seu bebê. Cresce em progressão geométrica. Causa ogeriza em mulheres mal resolvidas e faz com que desconhecidos queiram tocar sua pança.

Bebê

A coisa mais linda desse mundo que, por enquanto, só você sente, conhece e entende. Com apenas 4 meses de existência ele já é campeão de natação na casinha dele, e seu principal divertimento é treinar viradas olímpicas, futebol e Muai Tai.

Big

Ver verbete “Pai”.

Enjoô

Algo que você vai sentir das coisas mais esquisitas: café-com-leite, desodorante Avanço, bolacha água e sal, sua vizinha, enfim, pode ser de qualquer coisa e tem uma consequência óbvia e igualmente escatológica.

Estrias

Invenção de uma entidade do mal que não gostava de mulher e achava que além de menstruar, engravidar e ter celulite, a gente merecia mais um castigo. Inspirado no animal mais Kitch que já existiu, a zebra, o ser do mal (ou como diria o Titio Boa-Pinta Cramunhão) resolveu desenhar em locais estratégios (peitos, cintura, bunda, coxas e qualquer outro local que lhe possa proporcionar elogios) as listras bregas do maldito animal. E matou dois coelhos com uma só caixa d’água. Além de bagaçada você fica bem “out”, porque estampa de zebrinha vamo combiná né gente...

Fome

Seu mentor intelectual durante a gravidez. O dia foi bom se você comeu. Mas não qualquer coisa e sim pratos exóticos como: Banana com mussarela e molho branco ao forno; Pêssego com sal; Arroz feijão mostarda e garapa; comida japonesa; abacate com limão açúcar (esse eu to com vontade agora!) e por aí vai... Vou patentear tudo e vender pro Fasano depois que o Theo nascer.


Glamour


Característica da qual você estará totalmente desprovida.

Hugo

Aquele cuja presença será constantemente solicitada nos 4 primeiros meses de gravidez.

Idade Gestacional


Cálculo cabalístico e misterioso realizado por curandeiros da tribo para determinar quando você engravidou. A única pessoa que sabe a data exata é o bebê, e ele vai nascer a hora que ele bem entender. Ou seja, não faz a mínima diferença.

Líquido Aminiótico

A piscina olímpica do bebê, dotada de Raias para treinamento do esporte preferido.

Mãe

Acostume-se com a idéia, vc já é mãe, mas não caia na tentaçao de fazer o que eu fiz e dar castigos alimentares pro seu bebê ainda na barriga. Vai por mim, que vomita é você.

Nascimento

Para alguns o milagre da vida. Para mim um absurdo da natureza, algo que vai completamente contra as leis da física que com certeza deve ter sido inventado pelo mesmo Cramunhão iventor das estrias, que certamente é homem mas não gosta de mulher, e que nunca, jamais, vai ter que fazer uma coisa tão grande sair por um buraco tão pequeno! Deus abençoe a peridural, e tenho dito!

Pai

Aquele que te deixou neste estado. Um ser do sexo masculino que geralmente acaba engordando junto com você, que morre de medo de te ver deitar de bruços e que ganha o dia quando consegue sentir uma cambalhota com a mão na sua barriga e é a única pessoa do mundo que ainda te acha gata com 11 kilos a mais.

Seios

Me nego a comentar esse tópico, próximo!

Ultra-som

O filme mais emocionante da sua vida inteira. Ele dura poucos minutos, a imagem é péssima, só tem um ator principal que aparece pelado e não diz uma só palavra. E eis que de repente bate um coração a 152 por minuto. O seu dispara junto e você finalmente acredita que no ventre cresce uma nova vida, fazendo todo o resto parecer café pequeno diante do milagre que já é dentro de você.

domingo, 24 de maio de 2009

Não é que eu vi o Silvio Santos?




Talvez se eu tivesse visto essas cenas alguns meses atrás não teria me abalado tanto... Mas sabe, o fato de ter um neném de cinco meses dentro da gente muda mesmo o modo de ver todas as coisas no mundo, todas mesmo, inclusive o Silvio Santos.

Tudo que envolve o Silvio Santos nesse país vira circo e acaba em pizza! O cara foi pré-candidato a presidente em 89, e eu corto o meu pau fora se ele não ganhava do Collor e ia transformar Brasília no Topa Tudo Por Dinheiro institucionalizado, nada muito diferente do que já acontece hoje em dia (aliás, apostar em tudo que NÃO é novidade é especialidade do Sr. Abravanel! Se tem uma coisa que o ex-camelô e detentor da dupla peruca+dentadura mais horrendas desse país sabe muito bem, é que a máxima do Chacrinha é a verdadeira lei de Lavosier na televisão: Nada se cria, tudo se copia).

Em 2001 um maluco tentou sequestrar o cara, ou uma das centenas de filhas dele, e até o Alckmin foi parar na porta da mansão no Morumbi pra negociar com o sequestrador. Tudo isso sendo televisionado, é lógico, até a fuga cinematográfica do sequestrador e sua misteriosa morte por asfixia quando a polícia conseguiu finalmente botar as mãos no cara.

Copiando descaradamente, o Seu Silvio resolveu elevar a condição de máxima estrela a menina Maisa Silva, vinda da periferia, de alguma cidade do ABC paulista e montada com roupinhas e cabelo identicos ao da Shirley Temple, a menina de repente tinha 3 programas de TV na mão, inclusive um quadro de entrevista só pra ela, e ainda uma paródia no Panico da TV, onde é chamada toda semana de monstro.

Crianças prodígio enfiadas na televisão antes mesmo de saírem das fraldas são comuns nos EUA, a própria Britney (de quem eu sou fã, mas acho que ela devia contratar o mesmo figurinista da Maddona pros seus Shows) é um exemplo vivo disso! Esteve na mídia a vida inteira, apresentava programa infantil do Disney Chanel aos 4 anos, e hoje aos 27 tem seus dois filhos, seus surtos ligados a cortes de cabelo e até sua ausência de calcinha transformadas em notícia pelo mundo afora.

A Maísa estava indo pelo mesmo caminho, e muita (muita mesmo) gente se irritava só de olhar pra cara dela, estampada exaustivamente em todos os programas do SBT. Mas nessas últimas semanas a menina chata e pentelha me comoveu, e como mãe que eu já sou, me derreti toda e me senti até culpada por não parar pra pensar que por trás do personagem que alguém inventou pra ganhar dinheiro, existe uma criança de 7 anos que nunca mais vai poder ter uma infância normal.

Meu enteado tem 7 anos, e ele gosta de Ben 10, de contar e inventar histórias, de brincar de caracol e de subir em árvore. Ele é uma criança normal, que está aprendendo muitas coisas na vida do jeito mais legal que existe pra se aprendeer, Brincando!

Quando eu vi a Maisa chorando e correndo pra mãe no programa do Silvio, a mãe fazendo sinal de que não ia acolhe-la, não ia pegá-la no colo e dar um beijo na cabeça que doía para sarar, imaginei o desespero daquela criança. O que fazer se a mãe não ia ajudar? A quem recorrer? Quanto vale um carinho, um abraço, quanto vale mostrar pro seu filho que ele é a coisa mais importante da sua vida? Pros pais da Maisa vale o salário que o Silvio Santos paga. E se ele paga ele pode tudo com aquela criança, ele comprou a menina e tem o direito inclusive de ridiculariza-la na frente do Brasil inteiro, a chamando de medrosa e fechando a conversa com chave de ouro, com a máxima machista: "Se continuar desse jeito não arranja marido".

Como diria o sábio Raul Seixas: Não é que eu vi o Silvio Santos? Sorrindo aquele riso franco e puro para um filme de terror...

Ainda não entendi como aquela mãe não voou no pescoço do Véio Abravanel, e tirou aquela peruca dele na base da porrada! Mas de uma coisa eu tenho certeza, pelo resto da vida ela vai se arrepender de não ter acolhido a filha naquele exato momento.



Foi um daqueles segundos que faz diferença na vida da gente, como no dia em que a minha mãe me autorizou a bater na Talita, ou como quando ela fez a minha fantasia pra eu dançar da 4a série e todo mundo tinha comprado. Cheguei lá diferente do resto e sabe o que ela me disse? Que eu era diferente porque era especial (abafa o caso de ter faltado grana pra fantasia no fim do ano). O que importa é que eu dancei toda importante, mesmo com todas as outras crianças reparando que eu era a única galinha do Saltimbancos com penas diferentes. Pra minha mãe eu era mais do que diferente, eu era especial! E ela nunca precisou me botar na televisão pra eu entender isso.


terça-feira, 21 de abril de 2009

Ervilha ou Ervilho

Quem já ficou gravida(o) sabe que antes da barriga aparecer e de vc desconfiar qual é o sexo do seu neném aparecem 3 tipos clássicos de pessoas:

1. As que acreditam em crendices popularescas
Ex: Mande uma grávida mostrar a mão, se for com a palma pra cima é menina, com a palma pra baixo é menino. Se a barriga for pontuda (?????) é menino e redonda (que na minha opinião é o que é toda a barriga) é menina. Pros mais tradicionais tem a velha técnica da linha com agulha na ponta, se ela fizer um círculo em cima da mão da grávida é menina, se fizer linha reta é menino. Pros moderninhos tem uma porrada de sites na internet baseados nas culturas incas, chinesa, tupi-guaranense e biriguense! Tem pra todo gosto! É a vertente Drauzio Varella, tem sempre uma explicação " científica".

2. As que tem pressentimentos
Ex: Do tipo que tem síndorme de Mãe Diná, acreditam em forças do além, no sobrenatural, espírito santo, exus, e po aí vai... Sismam que seus sonhos são premonitórios e que por isso o sexo do seu neném tá mais que sabido! E ainda vem te dar a notícia com pose de sábio com cajado " Fique tranquila, pobre camponesa, seu bebê será uma linda menina" pronto, falou pela bunda! E com pose de profeta, isso me irrita tanto... Vertente Inri Cristo. Sem mais explicações.

3. As que tem certeza
Ex: São aquelas que (ai que ódio) sempre acertam! E não porque fazem experiências científicas com a grávida, ou porque tem mania de profetizar. Elas só sabem. E dizem isso na maior cara de pau, bem na sua cara! O represantante mais odioso dessa categoria na minha gravidez foi o Tio Boa Pinta (pois sendo irmão de Mr Big ele não poderia ser outra coisa senão boa pinta).
Vertente Jô Soares, que sempre sabe mais sobre o tema da entrevista do que o próprio entrevistado.

Mas, independentemente de opiniões, palpites, certezas e demais provações que uma mãe tem que passar, a única criatura capaz de revelar o sexo de um neném, é o próprio neném, que está no apê dele, numa nice.

Então, apresento a vocês o bebê mais aparecido na blogsfera!



Pois é minha gente, eis que agora, além de Mr. Big, eu tenho outro homem na minha vida, e um daqueles que adora exibir os documentos por aí!
Esse é O ErvilhO, que depois de tanto ser chamado de Ervilha resolveu mostrar o pinto logo 3 semanas antes do esperado pra acabar com o mal entendindo!


Vou fazer um novo blog, cueca Zorba 02!

Ps: Titio Boa Pinta, como boa perdedora que sou, admito que você estava certo!
Isso não quer dizer que eu vá adimitir isso na frente do Ervilho.

Ps2: Big, você também estava certo, mesmo louco de vontade de ter um sutiãzinho 02 pra te fazer compania!

domingo, 5 de abril de 2009

Estrelismo de uma Ervilha II

Continuando a Saga de Ervilha em seu apê, cinco semanas atrás...








Pois é Ervilha, você tentou disfarçar mas não deu! A preferência está mesmo declarada!!!



Após a minha missão junto com a tia Baranga fracassar, e de nós termos saído da sala da médica com um vídeo só do seu apartamento Duplex cheio da sua comidinha de Ervilha, bem como com uma fotinha sem vergonha da sua bundinha-ervilha-de-19-milímetros, minhas suspeitas se confirmaram!



Não adiantou nem eu te colocar de castigo e comer batata do Mac pra gente passar mal (aliás essa foi a maior idéia de giríco de toda a minha gravidez, já que quem passa mal sou só eu, vc continua recbendo a sua comidinha de Ervilha delivery na porta do seu Duplex, tenha eu vomitado ou não! É a beleza do corpo humano... Nem castigo eu posso te dar ainda!



Mas vamos aos fatos:



Foram semanas de agonia, pois se eu aprendi uma coisa sobre maternidade até agora foi que mãe é tudo desesperada, e que a gente chora em comercial de fralda!

Portanto Ervilha, o seu não batimento de coração, e o seu Apê desabitado foi motivo de longas noites em pranto com a mamãe pensando: " Será que o meu neném não gostou das dependências do apê??? Será que a comida tá pouca??? Será que não está crescendo direito???" E por aí vai!



Mas se você acha que isso é o pior da história, está enganada Ervilha! O pior era o seu pai, o digníssimo Mr. Big, na maior calma do mundo dizendo que tudo isso era suspense seu! E que você tava preparando a maior balada no seu apê pra quando ele fosse te ver na televisão!



Logo que ele disse isso eu rodei a baiana! Como assim??? Eu sou a mãe e você ia fazer festa no apê pro papai??? Pois eu vou dedar! Saiba desde já que ele não vomitou nenhuma vezinha!!!! E também não passa creme pra estrias, e também não vai ter que te fazer sair por um orifício muito menor que a sua cabeça! Humpf! Mãe tem preferência...



Mas você, como Ervilha estrela que é, fez exatamente o que eu temia! E na segunda visita ao consultório da médica lá estava você, no seu apê, comendo a sua pizza delivery e com o coração batendo em ritmo de rock´n roll, do jeitinho que o papai tinha falado!



Não preciso nem dizer que ele me encheu o saco durante semanas... Mas tudo bem... A saga continua, temos vários ultrasons pela frente e eu ainda tenho semanas a fio para vomitar!



Ahh o papai falou que só vomita quando souber o sexo! (quando você estiver grande o suficiente eu te explico como e porque!)

quinta-feira, 2 de abril de 2009

A Vida dos Outros

É impressionante o fascínio que a vida alheia produz em todo mundo hoje em dia. Saber da vida dos outros parece preencher o vazio que certas pessoas sentem na própria vida.

Pois é minha gente, esse papinho é muito chato e mega clichê em tempos nos quais a intimidade sexual de Suzana Vieira, uma senhorinha de mais de 60 anos que tem todo o direito de ser otária em sua vida amorosa, é capa da Veja, mas infelizmente eu vou ser obrigada a falar sobre essa chatisse por aqui!
Dar um google na Priscila do Big Brohter é coisa que qualquer pessoa sem nada mais interessante pra fazer está sujeita. Agora, dar um google no nome de uma pessoa que não mostra a bunda na televisão, que não é uma senhora de idade tendo casos amorosos com caras desequilibrados mas que na verdade é alguém que senta do seu lado no escritório é coisa de gente mais idiota ainda.
Meu blog finalmente virou notícia!!! E eu descobri que muita gente que nem me comprimenta direito no trabalho sabe sobre o meu ervilha.
Mas vamos à parte absurda da história toda:

Minha privacidade acabou! Bem, é meio bizarro eu falar em privacidade quando tenho um blog no qual faço piadinhas infames sobre a minha própria vida, mãaasssss, SoL não é meu nome verdadeiro (tchãn, tchãn, tchãaaannnn), é a minha identidade secreta! Protegida sob meu alter ego, escrevi o Sutiã 44 acima de qualquer suspeita, e continuei sendo a Clark Kent comum no meu dia a dia. Pelo menos era isso que eu pensava... O que eu não esperava era que, além dos leitores e amigos que sempre comentavam no blog, tinha mais gente ainda interessada na minha vidinha.

E fácil assim me vi com um problema muito semelhante ao de Angelina Jolie (rá, vai brincando comigo!): Pessoas que eu mal conheço, mas que me conhecem e se interessam por mim, sabem da minha vida através do blog! Lêem todos os meus textos e comentam no escritório buxixando entre si e tentando descobrir a identidade dos personagens, de Mr. Big passando por Tia Baranga e chegando a Ervilha, toda e qualquer pessoinha citada aqui neste humilde veículo de comunicação foi alvo de fofoca no meu ambiente de trabalho e, pior, enquanto eu estava de férias!

Confesso que eu achei isso muito engraçado no começo. Imaginei as figuras que trabalham comigo (são muitas as figuras, não vou entrar em detalhes pra não me comprometer) lendo o Sutiã 44 e tendo um momento de bom humor, boas histórias e textos bem escritos em seu dia (o blog é meu, eu escrevo o que eu quero e aqui eu não preciso ser humilde!) e pensando: “Puts, será que a vida dela é assim, tão mais engraçada do que a minha???” Bom colegas figuras, adianto a vocês, SIM, É!

Me peguei encafifada com as implicações negativas que isso podia me trazer na empresa, mas pensei: “Eu tenho licença literária pra escrever aqui, e em nenhum momento ofendi qualquer pessoa, então, So Sorry guys, me deixem ser feliz e continuem lendo e comentando –entre si é claro, porque os coleguinhas nunca teriam bola no saco pra deixar um cometário no blog - quem sabe assim eu não bato meu próprio recorde de visitas?”

Mas, por via das dúvidas, e pra não deixar meus colegas com a pulga atrás da orelha procurando uma maneira pra me prejudicar na empresa por causa do blog, lá vai uma aulinha de Direito Trabalhista: A nossa Constituição assegura o meu direito à privacidade, ele é inviolável, e caso seja violado posso pedir indenização – no meu caso milionária, já que eu fiquei famosa e posso ser considerada no trabalho praticamente uma pessoa pública vítima dos paparazzi (art 5º inc X); as nossas Leis Trabalhistas dão o direito ao EMPREGADOR de dirigir e fiscalizar o TRABALHO de seus empregados. Uma vez que essa fiscalização ultrapasse os limites das tarefas que o empregado tem de cumprir, dá direito a indenização.

Se eu quisesse divulgar meus textos no trabalho teria mandado todos eles para caixa de email de vocês! Como não fiz isso meus caros, minha privacidade, e vontade, deve se manter protegida (ou vocês querem ver as fotos do Orkut nas quais vocês aparecem em trajes de banho circulando pelos emails da empresa? Não querem correto! Pois entao, essas fotos fazem parte da vida privada de vocês, e ninguém, a não ser vocês mesmos tem o direito de divulgá-las, caso contrário é violação de privacidade. Ficou fácil de enter com o exemplo coleguinhas limitados?)
Além disso, se eu não coloquei meu nome verdadeiro, e sim a minha identidade secreta (tchãn, tchãn, tchãaaannnn) no blog fica claro que eu não tinha a mínima intenção de que ele fosse acessado ou lido por gente como vocês. Novamente, violação de privacidade e bisbilhotamento agudo já que vocês fuçaram tanto que acham que descobriram que o blog é desta Clark Kent que trabalha com vocês, (mas vocês têm certeza que é dela mesmo?).

Portanto, caros coleguinhas, vocês é que deveriam ficar apreensivos quanto à sua situação na empresa, já que estão utilizando ferramentas diponibilizadas por seu empregador para fofocar sobre a vida de outros funcionários, de maneira maliciosa e maldosa, envolvendo, inclusive, um bebê que ainda nem nasceu. Que vergonha hein!!!

Por fim, continuem acessando o blog, lendo os textos, se divertindo com ele e comentando entre si, afinal de contas deve ser muito triste ter uma vida medíocre e precisar comentar sobre a vida dos outros para ter um pouco de alegria no seu dia. Eu permito que vocês continuem acompanhando o meu blog como se fosse a novelinha do trabalho de vocês.

Apenas tomem dois cuidados importantes: Não usem as ferramentas de trabalho pra isso! Como boa advogada já avisei a vocês sobre os riscos.

E nunca, jamais, comentem maliciosamente sobre o filho de alguém, vocês não sabem do que uma mãe é capaz nessas horas!

BOA LEITURA!

... e cuidado colegas blogueiros,

“Big Brother is watching you!”
George Orwell, no Livro “1984”

… no nosso caso:

“Big Google is watching you!”
SoL, no blog “Sutiã 44”

sexta-feira, 27 de março de 2009

Boizinho de Chuchu




O ano de 1948 foi um ano bissexto. Em 1948 o Corinthians venceu o Nacional por 4 a 2. Nasceram Mikael Barishinikov, Hans Donner e Al Gore. Em 1948 minha vó casou com o meu vô. As mulheres usavam cabelos presos com grampos aparentes, batom vermelho e ainda não trabalhavam fora de casa. Na verdade a maioria delas não chegava nem a estudar.

Minha vó me ensinou a fazer roupas de retalho pras minhas bonecas; a fazer bolachinha de nata; a tomar leite batido com goiabada, a gostar de gatos; me ensinou a espetar palitos no xuxu pra ele virar um boi; me ensinou que se eu arrancasse as folhas da samambaia dela ela ia me dar tamancada na bunda (e depois uma abraço apertado e pão fritinho com manteiga); me ensinou a brincar de pega latinha, ovo chôco, STOP, pular corda e comer melancia cuspindo só o caroço no chão.
Minha vó me ensinou a ter paciência, a saber esperar a minha vez na fila do sagu; me ensinou a fazer esfoliação com fubá e iogurte; me ensinou a ser vaidosa.

Apesar de eu frequentar muito menos a casa da minha avó, o tempo que eu morei lá foi quando eu aprendi todas essas coisas tão importantes na vida da gente, muitas vezes mais importantes do que tudo que a gente aprende pro resto da vida. Com ela eu aprendi a ser gente, e a ser feliz com um boi de xuxu. Minha vó tem aquela carinha de vovó, cabelinho branco e pelos de gato grudados no casaquinho de lã e, por incrível que pareça ela me ensina coisas importantíssimas até hoje.

No último final de semana eu fui na casa da vó pela primeira vez depois que a Ervilha foi oficialmente descoberta por mim. Fui avisada de antemão que ao saber da Ervilha A vó já tinha perguntado quando ia ser o casamento. Cheguei lá preparada pra vomitar um discurso moderninho sobre como a equação gravidez+casamento (necessariamente nessa mesma ordem) não altera o produto Ervilha (já existente), produto que no caso em tela vai levar as alianças pro altar quando eu e o Big nos casarmos!

Ela estava na cozinha de avental igual ao que ela deu pra mim no dia do meu noivado. Me olhou com aqueles olhos de aguinha de quem já tem mais de 80 anos, me deu aquele abraço de vó e me disse bem baixinho que queria saber se eu ia fazer igual a ela. Mas igual a ela o que? E foi então que eu soube que em 1948, que foi um ano bissexto; no qual o Corinthians ganhou do Nacional por 4 a 2; ano de nascimento de Mikael Barishinikov, Hans Donner e Al Gore; minha vó tinha casado grávida de 4 meses, numa terça-feira, duas semanas depois de ser expulsa de casa pela minha bisavó. Ninguém da família dela foi ao casamento, ela estava sozinha, completamente sozinha. Quer dizer, ela me disse que sabia que não estava sozinha, que nunca mais estaria, ela já tinha a ervilinha dela na barriga.

A ervilinha dela só foi conhecer a mãe da minha vó quando tinha 8 meses, e assim que a mãe da minha vó viu a ervilinha sentiu uma culpa tão grande, que durou pro resto da vida. A ervilha da minha vó não enxergava, e na cabeça da minha bisavó ela não enxergava pra não ter que ver todo o sofrimento que a mamãe dela tinha passado.




Durante anos Angelina sofreu com o preconceito e a crueldade característicos de uma cidade de interior, mas não se abalou. Virou costureira, criou os filhos e ensinou os oito netos a fazer boizinho de xuxu. E agora vai ensinar a (ou o) ervilha também.




A última coisa que minha vó me ensinou foi que por trás da palavrinha mãe, existe uma palavrona, coragem.




Mas mesmo assim ela perguntou quando vai ser meu casamento... Coisa de vó!

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Estrelismo de uma Ervilha


Ervilha sua safadinha, na semana passada você me deu o primeiro susto!
Fomos eu e a tia Baranga no médico pra ver você dar tchauzinho pra gente pela televisão. A gente tava apostando pra ver em qual ritmo o seu coração ia bater, em ritmo de samba, hip-hop, rock’n roll etc... Sabe, quando os nenéns-ervilha tem só 5 semaninhas de vida eles já tem um coraçãozinho muito do malandro que bate mais de 140 vezes por minuto e dão tchauzinho pras mamães de dentro da barriga.
Mas você Ervilha foi muito estrelinha! Eu e a Tia Baranga vimos a sua casinha, a sua comidinha, mas você mesma só mostrou o seu bumbum-ervilha de 0,19mm na televisao da médica, nem deu tchauzinho e muito menos bateu o coração em ritmo de festa!

Por isso estou te deixando de castigo até sexta feira (vou comer batata-frita que eu sei que você não gosta! Hahahaha), dia que o seu papai vai comigo pra tentar te ver na TV. E se você der tchauzinho desta vez ele vai se achar o máximo, já que ficou falando que você mostrou o bumbum de 0,19mm pra gente só porque ele não estava lá!

Aê Ervilha, já tá semeando a discórdia hein! Tô sentindo que tá rolando aí uma preferência hein... Tsc, tsc, tsc

Ps: Eu e a tia baranga filmamos a sua bundinha microscópica e vamos encher o seu saco com essa história até você entrar na faculdade! Tão pequenininha e já fazendo bunda-lelê pra mamãe... Tinha que ser cria minha mesmo!

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Ervilha


São Paulo, 3 de fevereiro de 2009

Neném,

Hoje foi o dia em que eu descobri que você já está dentro de mim. Sabe, é difícil te explicar como eu me senti, mas assim que percebi você, a primeira coisa que veio na minha cabeça... Bom, na verdade não foi uma coisa, foram várias! Coisas que você tinha que saber assim que saísse de mim e já entendesse as minhas palavras. E esse turbilhão de coisas tinha que ficar guardado em algum lugar de algum jeito antes que eu me esquecesse de tudo (esquecer é uma coisa que acontece muito com os adultos, mas principalmente comigo segundo o papai).
Então, tenho nove meses pra te escrever uma carta toda vez que eu pensar em algo importantíssimo que eu preciso te contar e tiver medo de esquecer. E quando você crescer eu tenho certeza que vai querer aprender a ler mais rápido do que todo mundo pra ver como a mamãe e o papai eram enquanto você ainda estava na minha pança!

A primeira história que eu preciso te contar é a sensação que eu tive quando te descobri. Eu chorei. E o papai me abraçou e nós ficamos assim por algum tempo, até eu perguntar pra ele de qual tamanho você era, e ele respondeu todo sabido (um dia você vai perceber o quanto o seu pai é sabido!): “- É do tamanho de uma ervilha.”

Mas pra mim você já é do tamanho do mundo!!!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Baby Check!

Caros leitores, acompanhantes, outros blogueiros, amigos, familiares, inimigos e toda sorte de pessoas que me lê.
O Asssunto é sério, e eu tenho tentado manter o bom humor até tendo que mijar no palito, mas confesso que a responsabilidade só faz aumentar (junto com o tamanho do sutiã). Apaguei pois muitas pessoas queridas (que cometem o grave erro de não ler o blog) ainda não sabiam da novidade, mas, quer saber, eu continuo sendo eu!
E a Sol quando fica grácida publica no Blog a notícia, então lávai!!!



Definitivamente os fabricantes de testes de gravidez nao tem piedade diante da angustia feminina.

Os caras ja estao lidando com um dos momentos mais serios (leia-se completamente desesperadores) da vida de uma mulher e ainda querem que ela mije na extremidade de um palitinho, sem atingir o dedo e nem o visor de resultado!!!


Faca-me o favor! Agora que sou ADEVOGADA vou processar a Johnson & Johnson por me fazer passar por tal humilhacao! Canalhas! Manda a mae mijar na mao! Humpf!


A proposito, deu positivo! Estou felizassustadasurpresadesesperada e com medo de acabar a gravidez com um sutia 84! Espero palavras de insentivo e o primeiro cha de bebe organizado na blogsfera

Ps. Voce, pessoa que me le agora, e o primeiro a saber (depois de Big-pai)!

Ps2. Cruela, voce guardou o cartao do alo bebe?

Ps3. Se vcs tentarem raptar a minha Tereza, igual fizeram com a do Gu do Angu eu chamo a Swat pra voce e pra Persona, mesmo ela sendo aeromoca e eu achando isso mto legal!

Ps4. Esse notebook nao tem acento, so sorry guys!

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Tudo Sobre Minha Mãe



Quando eu tinha sete anos eu apanhava da Talita. Na verdade todo mundo apanhou da Talita aos 7 anos, era como se fosse um rito de passagem!
Talita era uma menina muito má, cerca de 8 cm mais alta do que eu, que falava com um sotaque itapipoquense digno de roça e que tinha o cabelo bom. Eu era uma paulistaninha criada em apartamento, que nunca tinha estudado em uma escola pública, usava aparelho móvel e óculos de aro cor de rosa e tinha o intelecto muito mais desenvolvido aos 7 anos do que a Talita e todos os seus 6 irmãos, juntos dentro do fusca-abacate da mãe da Talita.
Eu ia apanhar da Talita, isso era fato. Eu sabia disso, Talita sabia disso, toda a primeira série A do Grupo Escolar Júlio de Mesquita sabia disso. Era uma questão de tempo e oportunidade.
Ela me provocou durante meses, esperando que eu tomasse alguma atitude pra justificar a briga. Roubou meu casaco da Barbie, a minha caixa de giz pastel e fez todo mundo acreditar que eu quebrei o estojo da Juliana Martins, que no fim das contas também queria me bater. Ela tinha uma mente maquiavélica a Talita, e demorou meses pra executar o plano perfeito.
Eu ia embora de perua escolar, que fatalmente atrasava, por isso eu sempre acabava sozinha na porta do grupo batendo papo com o Tião-pipoqueiro, que me liberava uns piruás em troca das histórias de fantasma que eu inventava sobre o prédio da escola.

Já a Talita ia sempre embora de fusca-abacate, junto com seus 6 irmãos e, naquele dia, junto com a Juliana Martins.
Foi uma luta injusta meus caros. Foram necessários dois irmãos pra me segurar, e só mais dois pra imobilizar o Tião-pipoqueiro. A Juliana Martins só puxou meu cabelo, mas a Talita não... Ah minha gente, vocês não sabem do que é capaz uma menina de 7 anos que cresceu no meio de 6 irmãos. Ela sabia brigar, mas brigar naipe UFC.
Ao final dos 4 minutos mais longos da minha vida eu tinha levado um prejuízo de:

- Uma lancheira da moranguinho;
- Caderno do piaca-pau + estojo de três partes de tecido (daqueles que você coloca o lápis de cor de um lado, lapis-borracha-apontador no meio, e o terceiro compartimento é pra guardar as cacas de lápis apontado);
- A perna do meu óculos rosa;
- Toda a minha dignidade diante do Tião-pipoqueiro que me achava a menina mais sabida do mundo;
- A coragem de aparecer na escola de novo.

Quando a perua chegou eu vi a satisfação no rosto de Talita. Chorei até chegar em casa escondendo os ralados do joelho, e sabendo de ante-mão que só uma pessoa nesse mundo poderia me ajudar a resolver esse problema....

- “Mãaaaaaaaaaaaae, a Talita me bateu!”

E então eu vi a transformação. Aquela que sempre foi um poço de calma e parcimônia diante dos meus olhos se tornava uma versão avermelhada do Hulk. Ela pegou a sua malinha de primeiros socorros e enquanto limpava os machucados me disse muito séria: “Você vai esperar essa Talita ficar sozinha e vai sentar a mão na cara dela”.
Juro, eu esperava ouvir tudo, menos isso!

No dia seguinte a Talita foi ao banheiro na aula de Estudos Sociais e eu fui atrás. Não lembro muito bem como tudo aconteceu, flashes de tufos do cabelo-bom da Talita entre os meus dedos... A Cida, inspetora de alunos, me dando mais uns 30 segundos pra descer o braço na menina mais mal-educada que já tinha passado por aquela escola... Sangue... E o olhar de horror de Talita após os 30 segunos da Cida quando o hound acabou.

Subi pra sala da Diretora triunfante, ela já tinha ligado pra minha mãe. Só quando sentei naquele banquinho gelado senti que minha vida podia estar acabada. Eu tinha entrado para o mundo do crime... Aos nove anos estaria contrabandeando Babalus pra classe, aos 12 entraria pra gangue da 6ª série que roubava dinheiro do lanche, aos 14 ia namorar um fugitivo da Febem, ia engravidar aos 15 e virar dona de buteco na Zona rural sem nenhum dente na boca!!!! Lágrimas se esvaíam dos meus olhos, o terror era inevitável e eu já me conformava com a minha vida cirminosa quando ela chegou, vestida de branco, a primeira coisa que fez foi me dar um abraço e a segunda foi dizer pra diretora antes que ela pudesse respirar:

“Fui eu quem mandou minha filha descer a mão nessa menina. E isso eu podia ter dito pra senhora por telefone, mas essa criança é tão mal-educada e tem um futuro tão triste que a mãe dela também merece apanhar. Por isso eu vim aqui pra esperar a mãe dela chegar e sentar a mão na cara dela também!”

E assim se formou a maior crise diplomática do Grupo Escolar Júlio de Mesquita. A diretora já tinha chamado a mãe da Talita, e naquela época minha gente não tinha celular, portanto a merda estava feita. Ficamos eu e minha mãe sentadas no banquinho gélido e eu, ao invés de delinqüente juvenil, me sentia como o Mell Gibson no Filme Coração Valente, com a cara pintada de guache azul só esperando o momento de mostrar a bunda pra mãe da Talita...

Mas não foi bem isso o que aconteceu... A mãe da Talita era cozinheira em uma doceria, e o pai da Talita, bom, agente não sabia quem era o pai da Talita... Ela ficou tão envergonhada por tudo que tinha acontecido e desabafou os muitos problemas que ela passava! No fim a minha mãe acabou dando a cesta básica que ganhava do hospital pra mãe da minha carrasca. Eu e Talita assistimos tudo, eu me sentindo mal por ela e ela sentindo vontade de bater mais em mim.

Depois disso a Talita nunca mais me bateu. Também nunca mais falou comigo, e hoje eu imagino os motivos por ela querer sacanear tanto as outras crianças.
Nunca mais vi a Talita mas graças a ela eu entendi, em um dia, tudo sobre minha mãe.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

O Natal de 1987

Na foto eu e minha irmã, aqui carinhosamente chamada de Olho Junto(apelido este que é exclusividade deste humilde veículo de comunicação) sofrendo o nosso inesquecível trauma de Natal...
Quem começou a berrar foi Olho Junto e eu fui atrás, inciando assim uma cadeia de chiliques inesquecíveis no shoping onde estávamos... Notem a feição de pavor e medo de Noel, que indefeso pretendia lançar as duas pirralhas no chão, mas corria o risco de ser linchado pelos pais de máquina fotográfica analógica em punho...
Depois desse dia, Noel marcou bem a cara de Olho Junto e vice versa... Minha irmã começou sua carreira de mal caratísmo no Natal de 1987, aliciando todos os seus coleguinhas do pré na Escola Palhacinho de Ouro numa campanha que dura até os dias de hoje, intitulada: “Esperneiê e dê chiliques no colo de Papai Noel”.
Essa intifada infantil sacaneando o (nem tão) bom velinho despertou a ira do senhor de (nem tão) bom coração, que, nunca, jamais tendo esquecido a feição de OJ (Olho Junto) até hoje faz do Natal de minha irmã um verdadeiro inferno...
O nome de OJ some misteriosamente de amigos secretos, ela ganha versões piores de presentes iguais aos meus, Hennas cagam na porta de seu quarto todo dia 25, pelos pubianos brancos aparecem grudados em suas roupas...

Nós estamos agora suspeitando que Noel está tendo ajuda bélica do governo Bush para conseguir armas químicas contra Olho Junto, pois o cabelo de Pobre OJ começou a cair sem cessar a meia noite do último dia 24.
Mas avisamos de antemão ao Caquético senhor que se finge de bonzinho por aí que já pedimos ajuda do Hammas, da Al-Qaeda, da Fatah, do Sendero Luminoso, do MST, do ETA e apelamos até para o salvador de todas as pátrias Barak Obama para que a investida de Noel seja barrada!

Aí eu quero ver, Velho Safado, se a Coca-Cola vai querer te pagar aquela fortuna pra você fazer o comercial do “Natal, natal, natal...”
Sua roupa vai ter que ser verde pra combinar com o guaraná Dolly! Seu pilantra!



Seguem abaixo provas da eficiência da Intifada de Olho Junto contra o símbolo maior do capitalismo na atualidade... Papai Noel!




Local: Shoping Iguatemi


Terroristas: Pedro (7) e Júlia (4) Toledo de Moraes