Esses dias, na festinha de aniversário de 2 anos do filho de um amigo nosso, (que é um bebê muito parecido com o diabo da tasmânia versão baby dos looney tunnes) aconteceu um negócio comigo que fez pensar no tipo de família modernosa que eu to construindo.
Na festa tinha piscina de bolinha e outras crianças, o que para Little Big é suficiente pra fazer uma balada; tinha cerveja gelada e amigos de longa data , o que para Big pai é suficiente para fazer uma balada; e tinha crepe e os docinhos decorando a mesa do bolo, o que pra mim tem sido suficiente pra fazer uma balada.
Papo vai, papo vem, Litle Big se acabando nas pinturas corporais e na piscina de bolinha, eu me acabando no crepe e Big pai se acabando na cerveja. O retrato de uma família feliz na festinha de criança (quem diria meus caros, já que um ano atrás era assim que eu era recebida em festinhas infantis).
A balada acabou tarde pra todos nós, eu empanturrada, Big pai meio breaco e Little Big sem os tênis, sem o casaco, e sem a mesma cor de pele com os quais havia chegado na festa. Enquanto Big Pai tomava a última cerveja, sai em busca dos Tênnis e do casaco (Tênnis embaixo da mesa do bolo e casaco compondo a decoração da porta da festa – coisas de Little Big) colocando tudo em Little Big que reclama do calor. Eu tentava explicar pra ele que só ele sentia calor porque estava correndo e pulando e produzindo energia, mas que nós estávamos com frio pois estávamos sentindo a temperatura do ambiente (tá legal, a explicação do calor por causa do pula-pula foi bem tosca, mas com criança não adianta tentar explicar muito elaboradamente). Ele acabou cedendo e colocando o casaco e os tênnis enquanto eu dava graças a Deus por poder mandar a roupa suja dele de volta pra Mãe.
Foi quando aconteceu, mais uma vez, o mesmo erro inevitável de quem nos vê nesse tipo de situação. Uma mulher adulta tentando convencer uma criança a colocar os tênis e o casaco só pode ser a mãe! Ou ainda tentando negociar no Supermercado se leva o Danoninho ou o Chamyto Big, só pode ser mãe! Que pede pelo amor de Deus pra o menino não nadar no fundo, e quando ele pergunta o que é fundo inventa uma unidade de medida baseada nas pernas do pai que faz o menino rir pra caramba, entrar na brincadeira e (ufa!) não nadar no fundo, é mãe né cacete!
Não minha gente, hoje em dia temos 1 divórcio pra cada 4 casamentos no Brasil. Isso formalmente, pois ainda não existem dados para as uniões estáveis e respectivas dissoluções. E como eu bem sei, graças ao bom Santo Antônio, meu chapa, os papais e mamães separados não viram celibatários, pelo contrário, eles tendem a começar novos relacionamentos, casar novamente, ter outros filhos... E assim nasce o que chamam por aí de família prisma, diferente da família piramidal tradicional com pai mãe filinhos cachorro e papagaio. Eu prefiro chamar de família do futuro!
Aliás, eu queria mesmo era difundir esse conceito pra todo país pra que situações como as que eu passo com Little Big não voltem a acontecer. Geralmente ele finge que não escuta a Tia desconhecida no supermercado: “Nossa, como seu filho é lindo, é a sua cara” haahahahaha
Ou o salva vidas da Praia: “Acho melhor obedecer sua mãe hein rapaz!”
Nessas horas ele costuma olhar pra mim e me lançar um olhar de missão secreta, do tipo, “Mal sabem eles que você na verdade é minha amigona, a minha Marinha, e não minha mãe”, e eu correspondo com um olhar “Tolinhos” e saímos contentes do recinto zombando da ignorância alheia.
Mas nesse dia da festinha seria diferente, pois Little Big, tanto quanto eu, queria era respeito para com a nossa família do futuro, ora bolas, Mãe é Mãe e Mari é Mari! Eu até tento colocar um pouco de ordem na bagunça, mas não sou mãe, e isso faz toda a diferença.
Assim que o pobre gordinho já meio embriagadado lançou, enquanto eu enfiava o moleton pela cabeça, desarrumando mais ainda o cabelo da criança: “Se preocupa não Little Big, que mãe e tudo igual” Biggzinho repondeu na Lata “Mas ela não é minha mãe!”.
Confesso que há tempos eu esperava ouvir algo do tipo, e suspirava de alívio sempre que a atitude dele era de indiferença com essas reações que a nossa proximidade causa. Já tinha até ficado acostumada a lançar o olhar secreto e sair por cima da situação, mas nesse dia ele resolveu responder e, no duro, a minha primeira reação foi ficar triste pra caramba. Little Big é parte importantíssima da minha vida hoje, e foi quem acendeu em mim o muito de mãezona que nem eu sabia que tinha. Aprendi sobre Pokemons (que segundo ele “involuem”) e sobre o Ominitrix do Ben 10, sobre Play Station e sobre como contar histórias para meninos. Aprendi que se eu disser pra ele que cobras comem ratinhos de “alobatório”, esses ratinhos vão ter óculos de grau e avental. Aprendi a dar bronca na hora da mãnha, aprendi a perdoar a birra, aprendi a beleza que é ver alguém se transformar em irmão, e ter a chance de acompanhar isso pro resto da vida.
Enfim, meio sem querer esse menino acabou significando muita coisa pra mim. Mas mesmo assim, eu não sou mesmo a mãe! E quer saber, foi bom um de nós ter tomado essa atitude, porque logo depois, chegando no carro eu ganhei um abraço todo suado e com a tinta da pintura do batman, enquanto aquele menino esperto olhou pra mim e disse: “Sabe, já tava cansado de confundirem a gente, você não é minha mãe, você é a Minha Mari!” É Little Big, Sou mesmo! E essa é a nossa família do futuro, que daqui uns 3 meses ganha novo integrante!
20 comentários:
No words to say how much I'm crying! Q fofoooo esse muleke, meu Deooos! Mas espeeeeeera... pensa se o Little Big num vai ficar *p* de ciúmes quando o Bigzinho surgir... daqui a 3 meses, Iraque vai ser fichinha! ;)
Bjos. Sucesso.
Mateus, Me emocionou muito também tanto hoje quanto no dia em que isto aconteceu..... rss
Por isso que eu te amo....
Adoooro quando o Big comenta!!!!
Também te amo!
Mateus, pode deixar que eu conto por aqui se o nosso apê vai virar a faixa de gaza hahahaha
Eu acho que não, little Big é um serzinho "involuído"
hauhauhau... *chat nos coments do 44* - Mas que deve ser uma delícia, com certeza deve. E ciúmes entre irmãos é sempre sadio... no ápice da briga entre eles, se alguém tentar criticar um dos dois, eles se unem pra arrebentar o time invasor. E saem de mãos dadas no melhor estilo "vem cá que te protejo, mano"... sei como é, somos em 6 irmãos! E irmãos, mesmo os postiços (como é o caso de 4 dos meus), parecem ter um prazer ainda maior em contar com sua coragem, ou chatice, pra sobreviver!
Bigzinho vai nascer com um belo tutor por perto! ;)
Bjus again, sucesso aos pais! E coraaagem! rssss
"um bebê muito parecido com o diabo da tasmânia versão baby dos looney tunnes"
Ainda bem que seu amigo não conhece esse blog, né?
Fica tranquilo Thiago, eles não conhecem o blog mas conhecem o filho deles! hahahaha
E a criança é mto bonitinha, o problema é o comprotamento do pirra!
Ai meu Deus! Eu também quase choro com esse post! Sério. Não deve ser fácil uma família assim mas você lida com uma graciosidade invejável!
Parabéns! Tenho certeza que sua família do futuro ainda vai ter muitas felicidades!
Ri muito com o bebê igual ao diabo da tasmânia.
hahaha!
Beijos!
Ôpa! Coração do tamanho de amendoim na área!!! Que lindo! Adorei! =D
Ainda bem que vcs sabem separar.. Mas tbm sabem AMAR :)
Eu já vi tanta não-mãe péssima e ciumenta.. Céus!
Putz... emocionei!! Agora que minha família está prestes a se tornar "mosaico" também, suas palavras me fizeram ficar feliz, sabendo que "há vida depois da separação" para os rebentos de pais separados... Bju grande... E com esse seu coraçãozão de mãe, a faixa de gaza vai ser fichinha! rs...
Sol, que saudade daqui!!! Estava realmente um tempo sumida, mas aproveitei e li todos os posts que estavam atrasados.
E olha: que mãezona que você é! Acho sensacional quando você fala do Théo, de uma maneira extremamente amorosa e ao mesmo tempo engraçada, do jeito que eu adoro ler!
Sabe, acho lindo ver aquela barrigoona de uma grávida e saber que ali dentro tem uma vida em formação. E, como não sou mãe (e ainda sou nova para me tornar uma) me contento colocando a mão naquela barriga linda. *_*
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Falando em Little Big, eu também tenho a música de abertura do Ben 10 de cor. auahuahaua
"A história começou quando um relógio esquisito, grudou no pulso dele vindo lá do infinito, agora tem poderes e com eles faz bonito é o BEN DEEEZ..." AUHAUAA
Táá, parei.
Beeijos Mil para você (e claro, para o Théo),
Bell.
gente?
o big existe.
rsss
hahahaha
claro que existe!
Não só existe como tbm 'se procria e está povoando o mundo de homens gatos para as próximas gerações!
Aguardem meninas! Little Big e Theo arrasando corações!
Adorei! Add vc nos meus favoritos!
=****
Owwwwwwwwwwwwwn, mas q fofo esse guri!!!!!
Incrível como crianças ensinam um mundo novo pra gente... mesmo não tendo catarrentos (denominação carinhosa) ao meu redor, descubro cad avez mais coisas novas qdo entro em contato com eles.
Bjussssssssssssssss
(saudade daquiii)
Tenho uma big de 5 anos e te digo! haja vida social. Festas não acabam, pelo contrario, a cada ano mais aparecem..rs
Muito bom esses momentos.
Besos
PARABÉNS, querida! Eu faço o estilo megera e já desisti de tentar driblar isso. Qualquer dia saio voando numa vassoura ao tentar INOCENTEMENTE varrer a casa...
Enfim... Me emocionei com tudo! ;*
´´Não só existe como tbm 'se procria e está povoando o mundo de homens gatos para as próximas gerações!´´
hehehee sol, assim o big vira gremlin!
saudade daqui. besos na família!
Pensar em como tudo isso começou... Em como as coisas evoluem...
E a consciência que as histórias se repetem de uma maneira linda e ordenadamente poética.
Valeu pela boa noite!
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