quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Um blog, muitas "gentes" e minha vida não cabe num arquivo
Pois então, Só dói quando eu respiro era tudo o que eu queria naquele momento, e tudo o que eu sentia também. Eu estava saindo de um mundo e indo pra outro, deixando pra trás um passado muito diferente do que iria ser o meu futuro, mas não por isso menos engraçado!
O ano de 2007 foi meu último ano de faculdade, o ano em que eu consegui meu primeiro emprego e o ano em que eu disse adeus a minha vida antiga e amigas muito queridas. Na época eu não imaginava que esse adeus seria assim, tão forte. Mas foi um Adeus mesmo! O meu blog acabou virando um jeito das minhas "minas" queridas saberem da minha vida, do Big da chegada do Theo e das aventuras de Little Big!
Acontece que em novembro de 2007, exatamente a 3 anos atrás, o Só dói quando eu respiro, para o qual eu escrevi até um post em homenagem, simpelesmente parou de atualizar!
Para o meu total e completo desespero, já que eu era totalmente viciada nos posts da Ana Paula e ria muito do jeito sincero e sacana que ela via (e descrevia) o mundo.
O que eu iria fazer????? A Ana Paula morava no Rio e pelo pouco que eu conhecia dela através do blog eu sabia que se ela tinha parado de escrever era por um motivo muito nobre, como ter ido dar aula de história em uma escola modelo em Ouro Preto, ou ter encontrado um Big pra chamar de seu e ter ido ser curadora de um museu alternativo em Paris, ou ter fugido para Gana para estudar os povos africanos... Ou ela tinha morrido mesmo e ninguém tinha avisado aos leitores do Blog. Sacanagem da mais pura.
Mas uma coisa que eu não queria aceitar, e que certamente era muito mais plausível do que a Ana ter ido morar em Gana, era que ela simplesmente tinha se enchido do Blog. Resolveu mandar pra Puta que o pariu ao vivo mesmo quem ela mandava à merda via blog. E não adianatava nem eu me desabalar de São Paulo até paragens cariocas e pedir pelo amor da Santa Protetora das Balzaquianas (amo inventar santos novos. O sincretismo religioso me permite inventar toda a sorte de Santos e Santas, vou começar a pantentear!) que ela voltasse a escrever o Só Dói, pois a probabilidade de ela me mandar à merda era muito grande também.
E foi assim que eu fiquei "orfã" de mãe! E tive que me virar sozinha pelo mundo bloguístico e pelo mundo real também, já que em dezembro de 2007 eu já estava de malinhas prontas pra ir morar com Tia Baranga num apê na Vila Madalena.
Assim que comecei a criar o meu "estilo" de escrever no blog fui esquecendo do ressentimento do sumiço do Só Dói, até que o blog da Ana Paula virou só uma vaga lembrança na minha memória.
O Big entrou na minha vida no meu primeiro dia de trabalho, e eu fui registrando tudo por aqui! Minha paixão platônica, o desespero por sentir tesão pelo próprio chefe! Minhas estratégias de conquista! E depois eu apaguei tudo com medo do pessoal do Banco e ler e me demitir por assédio sexual.
Tanta coisa aconteceu, tanta merda foi falada, piadinhas internas compartilhadas, a garvidez, o parto, o Theo... E o blog virou assim, uma terapia, um desabafo uma necessidade. Mas é claro que sempre tem um filho da puta pra foder com tudo!
E eis que meu desgosto pelo blog aflorou com essa história da Vacanônima. Juro que fiquei triste mesmo! Porra, eu sou uma pessoa legal! Tenho um blog que é até apresentável e essa vaca vem causar justo aqui???
Será que eu deveria mesmo continuar a contar coisas tão particulares, tão minhas por aqui? E não só minhas, do Big, do Theo do Little Big... Pra essas pessoas ruins continuarem lendo? Vale a pena saber que eu sou uma quase-escritora já que tenho "leitores"por aqui, e assim não ter a frustração de nunca ter exercido a profissão que sempre foi minha, desde quando eu escrevi a história da menina que roubava as gemas dos ovos-fritos quando eu estava na 2a série???
Foi assim que eu pensei em explodir o blog! Fazer um terrorismo virtual como fez a Ana Paula do só dói! Eu ia sumir e nem ia dizer Adeus! Pras pessoas ficarem se perguntando se eu tinha lançado minha patente de novos Santos e Santas e tinha sido contratada como acessora jurídica do Vaticano ou outras hipóteses absurdas que possam passar pela cabeça de pessoas criativas e bobas como eu...
Eu tava decidida, mas aí recebi um comentário por aqui. Esse aqui ó:
Dona Mila disse...
Ai, viciei nisso aqui. To linkando!
E depois fui lá no Cuspindo Pro Alto e li o último post, que estava indicando o Sutia 44 pros leitores da Mila!
Caralho! Eu ia fazer igual a Ana Paula, ia sumir sem deixar rastros nem Adeus e ia perder a chance de receber comentários como esse! De ver que pelo menos uma pessoa leu TUDO que você já escreveu, e gostou! E quem sabe mais quantas pessoas lêem e não comentam, ou lêem e dão um pouco de risada da vida, ou Lêem e acham uma merda, mas lêem! E como escritora que sou, só tenho um objetivo em escrever. Leiam. Que pensem e repensem, que pisem e exaltem, que eu seja escrachada ou elogiada... Leiam!
E é por isso que eu decidi que vou continuar chovendo no pequinique de todos vocês, como diria o saudoso Paulo Leminski. A minha vida não cabe num opala arquivo de blog, mas as partes mais engraçadas com certeza estarão aqui!
Registro o meu "Muito Obrigada" pra Dona Mila que evitou um suicídio Bloguístico (Também to te linkando gata! Não preciso nem dizer quão preciosos foram seu comentário e post) e aproveito para fazer um apelo pra Ana Paula do Só Dói Quando eu Respiro: Caralho, por um breve momento achei que você ia voltar a escrever em junho, mas você sumiu de novo... Faz isso de novo não gata! Volta que eu juro que eu vou ler seus posts todos!
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
A Vingança de Marina*
Marina é aquela que podia ser a sua melhor amiga, a sua prima querida ou até você mesma! Marina adora cabelos compridos, comprar sapatos, comer junkie food (sem engordar é lóoogico) e odeia injustiça. Marina tem medo de pombas, pois uma já acertou seu joelho num rasante mal sucedido. Ela queria ter ido fantasiada de sininho no carnaval do pré, mas sua prima mimada teve um ataque de fúria quando viu a fantasia, que inclui mergulhos no chão, puxões no próprio cabelo e por fim, vômito. E sua mãe deu a fantasia de sininho para a prima. Ela foi no carnaval da escolinha vestida de Peter Pan, e se escondeu como pôde quando as tias resolveram dar a ela o prêmio de consolação de melhor fantasia e alguém chamava pelo microfone o Marino. Marina fala “Arnaldo Antunes” e não “Antônio Nunes”. Tomou um porre, achou que era Iemanjá reencarnada e mergulhou no mar de salto alto e rímel. Engoliu quilos de areia. Ela namorou 5 longos anos e levou todas as amigas bêbadas sãs e salvas para casa.
Ela é daquelas amigas que poderia ir na sua casa fazer as suas unhas, daquelas que seriam sua madrinha de casamento, que cuidaria do seu filho pra você poder se depilar. Marina é uma menina legal pra cacete, e é daquelas pessoas que eu particularmente odeio ver se dando mal.
Acontece que tem gente (acredite se quiser) que não enxerga Marina assim, como qualquer um pode ver, tem gente que enxerga na Marina um útero.
Sim, um útero meus poucos (porém queridos e estimados) leitores! Pois Marina é saudável, jovem e bonita. E é um bom útero. E só. Pois era assim que um certo otário enxergava Marina. E foi assim que ele a tratou (muito disfarçadamente) durante 5 longos e ingratos anos.
Ele levava seu útero para passear, comprava presentes para o útero, fazia planos para o útero, dava carinho para o útero. Ele amava o útero, e não porque ele tivesse algum sentimento romântico por um órgão reprodutor comum a todo e qualquer ser humano do sexo feminino. Não minha gente, ele amava o útero porque dele sairiam herdeiros. E é só nisso que o nosso personagem Otário Patriarcalista pensa quando olha pro útero, nos pequeninos Patriarcalistasinhos que vão sair de lá um dia.
Para preservar seu amado Útero/ Marina, Otário decide que vai realizar toda e qualquer putaria e mau-caratismo com outras. E essas outras não são Útero, elas são só vaginas mesmo. E, portanto, não tem a capacidade de dar ao nosso caro Otário os herdeiros que ele tanto espera ter um dia. As outras Vaginas são só pra se divertir mesmo.
E nosso personagem Otário Patriarcalista achou até interessante a idéia de se separar de Marina. Afinal de contas ele teria seu útero de volta a qualquer momento, era só avisá-lo de que ele estava pronto para casar e ter filhos com o Útero. Ele sabia, o Útero estava caidinho por ele.
Acontece que o Otário, imbecil que é, não pensou que a Vagina da vez estaria atenta aos movimentos do Útero e pensaria, muito inocentemente, já que o Otário havia perdido seu Útero amado, era a vez dela ser o útero! Ela seria promovida de vagina a Útero!!! Mas suas esperanças caíram por terra quando Otário foi enfático ao dizer que para ele ela iria ser Vagina para todo o sempre Amém! E que ele iria aproveitar este tempo que estava sem seu Útero para fazer de boba tantas vaginas quantas ele quisesse, e então, quando o Útero estivesse morrendo de saudades eles se casariam e teriam os herdeiros.
Vagina porém tinha um celular! E um celular, caros Otários de plantão, é uma arma poderosa na mão de uma mulher (considere você esta mulher um útero ou uma Vagina). E Vagina tomou coragem e ligou para o Útero/ Marina contando todas as peripécias de Otário nos últimos 2 anos.
E ai minha gente, Marina mostrou para Otário que ela não só não é um Útero, mas que seu cérebro é órgão muito mais importante! Marcou com vagina de se encontrar em um shopping e levou Otário para lá, fingindo uma possível reconciliação. Assim que se sentaram na praça de alimentação Marina começou a relatar para Otário tudo o que descobrira através de Vagina, e assim que ele começou a tentar negar Vagina chegou e se sentou ao lado dele o deixando com cara de, como eu vou dizer, MUITO OTÁRIO!
Marina foi embora e deixou que Otário e Vagina se entendessem na praça do shopping. Saiu de cabeça erguida, balançando os longos cabelos negros ao vento do ar-condicionado e dando esperança a todas as mulheres que um dia foram tratadas como úteros ou vaginas. Pois ela é Marina, e ser Marina, meu caro Otário, é algo que você nunca vai saber o que é, pois nunca enxergou Marina, nunca sentiu Marina, nunca amou Marina.
E Vagina, que é na verdade Renata, talvez tenha começado a se ver também como Renata, já que ela mesma se enxergava apenas como vagina...
*Esse post foi escrito com consentimento de Marina, seu nome foi mudado para preservar sua identidade. Marina é mulher de coragem e sabe que não foi a primeira a ser vítima do estigma da Dupla Moral. Sim minha gente eu estudei questão de gênero na faculdade, na verdade eu fui pesquisadora-bolsista sobre o tema, e um dos conceitos mais bacanas/bizarros é esse. O homem machista latino-americano enxerga duas categorias de mulheres existentes: As Santas e as Putas; as Pra Casar e as pra Comer; As Úteros e as Vaginas. Reduzindo os seres complexos e maravilhosos que somos nós mulheres a esses estereótipos tão pequenos e limitados.
Pois Marina é Santa e Puta, pra Casar e Pra Comer, é Poesia e Prosa, Quente e Frio, é Mãe e Amante. Marina é tudo que ela quiser ser, pois é mulher e por isso é como a Lua, que a é a mesma mas tem várias Faces ( e fases).
Pois é Otário, perdeu Playboy!
Mil vivas à Vingança de Marina! Pelo fim da dupla moral na educação dos nossos meninos!
quinta-feira, 8 de julho de 2010
Os filhos de Eliza
Eu sei que não costumo tratar de assuntos polêmicos por aqui, mãsss nos últimos dias um certo caso de polícia tem revirado meu estômago. Sim, falo do goleiro do flamengo, time que, me perdoem os flamenguistas, ultimamente mais parece facção do PCC.
O que tem revirado o meu estômago não é o fato de Eliza ter sido sequestrada, estrangulada, esquartejada e que partes de seu corpo alimentaram cães. Nem o fato de Bruno, sem a mínima piedade, a ter levado pra esse destino friamente, prometendo lhe dar um apartamento. Ou o fato da esposa dele, Dayane, ter tido conhecimento de tudo e permanecido calada.
O que revira meu estômago é saber que um bebê, uma criancinha de 4 meses, que ainda mama no peito presenciou tudo isso, teve a mãe assassinada brutalmente à mando do próprio pai e agora corre o risco de ficar ou com o avô, que é acusado do estupro de uma menina de 10 anos ou com a avó, que abondonou a própria filha quando ela tinha 3 anos.
Por diversas vezes eu quis chorar ao ver as fotinhos do bebê, com o rostinho quadriculado, no colo da mãe, depois de saber que ele foi arrancado daquele colinho quentinho que parecia o lugar mais seguro e gostoso do mundo, e levado para casa de desconhecidos, até ser resgatado pelo avô estuprador.
Eu queria pegar esse bebê no colo, dar de mamar pra ele, dar um banho bem gosotoso nele pra ele poder brincar na agua da banheira, queria cantar pra ele dormir e por ele no berço, pra ele saber que no dia seguinte ainda ia ter uma família.
Não sei que espécie de mãe Eliza seria, mas já não importa agora, porque ela não pôde nem tentar. Ainda bem que o tal Bruno não vai ter contato com o bebê, porque alguém que acha normal "sair na mão com a esposa" não merece a alegria de ter um filho mesmo. Agora, porquê um bebezinho que já sofreu tanto e já perdeu tanto tem de ficar com um avô estuprador ou uma avó sem coração?
Alôu senhor juiz da vara de família de Foz do Iguaçu, eu nunca pensei em adotar antes, mas o Theo e o Little Big iam mesmo gostar de um irmãozinho, e eu ainda tenho leite e tiraria mais 4 meses de licença maternidade pra amamentar o filho de Eliza, já que ela mesma não pode mais fazê-lo por motivos óbvios. Acalente o meu coração, me deixe cuidar desse bebezinho só um pouquinho pra ele entender que o mundo não é só todo esse horror que ele passou! Quem sabe assim eu durma bem pela primeira vez desde que vi a carinha desse bebê!
Sabe o que dói mais ainda? É imaginar quantos filhos de Eliza existem espalhados por esse país.
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
A queda do nosso dente de leite

As pessoas que costumavam ler o blog (até parece que eram tantas assim hehehe) ficaram um mês sem acesso, e pelo comentário da Bell no último post eu percebi que devia a todos uma explicação! Se eu lêsse sempre alguma coisa e de repente ela explodisse, saísse do ar, desse pau, surtasse e depois voltase, eu ia querer uma explicação! É por isso que abro o coração que (pasmem) bate por trás do meu meia-taça pra vocês...
Muita coisa (muita mesmo) aconteceu nesse um mês que eu bloqueei o Sutiã44. A primeira delas foi a descoberta da minha identidade secreta (Sim, a Sol é a minha identidade secreta hohoho) no trabalho. Como o lugar onde trabalho é muito do coxinha, meu desepero foi total e completo, já que, por mais que meu chefe e colegas saibam que eu não sou normal, acho que eles nunca imaginaram que meu vocabulário de palavrões fosse tão vasto. Mas isso foi o menos (beeeem menos) importante.
O que realmente me tirou do ar, junto com o blog e toda a minha capacidade de falar besteiras foi a possibilidade cruel que a vida nos proporciona de perder pessoas que nós amamos, e a realidade mais cruel ainda da culpa disso ser nossa.
O primeiro passo foi admitir que eu amo meu Big, por que ele é o homem que me aceita como eu sou, tem orgulho do tamanho do meu sutiã, me compreende, ri das minhas piadas, lê o meu blog, comenta nele, deixa o filho dele aos meus cuidados, grita pro mundo que eu sou a mulher da vida dele, segurou minha mão quando eu fiz minha tatuagem, me salvou no dia do assalto, foi meu chefe e me pegou mesmo assim, fechou os olhos e se jogou nos meus braços sem medo de cair, e eu quase derrubei... Mas quem amou já sabe o que é recomeçar, e nesse recomeço ficou muito claro pra mim que eu tenho do meu lado um homem, com H maiúsculo, e que como ele mesmo diz, já pagou muito veneno nessa vida e que me ama de verdade.
Pois eu grito aqui, pras pessoas que me lêem e sabem mais de mim do que muita gente que me conhece pessoalmente: Big, eu amo você! E quero casa, cachorro, papagaio, chaminé e uma bacurinha que vai falar "google"antes de mamãe, porque você é o homem da minha vida e eu vou ter muito orgulho de ter uma pessoinha, que é um pouco de mim e de você, andando por aí com o jeitinho de nós dois!
Eu fiz uma tatuagem;
Doeu;
(sem mais comentários dobre isso)
To procurando outro emprego, mas isso é assunto pra outro post;
Além disso minha gente, Biggizinho entrou em harmonia com a minha pessoa, e a gente decidiu juntos que eu não sou madrasta dele não, porque madrasta já é coisa do passado (eu disse, fiz a premonição no post A namorada do papai). A gente decidiu que, apesar de eu ser namorada do papai mesmo, eu vou ser tia dele, porque tia é muito mais legal, e ele já me falou que o meu presente de natal pra ele pode ser surpresa (malandro, mal fui promovida a tia, já tá garantindo o dele! Adoro esse muleque), e sábado é a formatura dele no pré, onde ele vai ser o Rei na encenação da Cinderela.
Vai ser o primeiro Rei banguela de toda a história da monarquia, já que ele estava com o primeiro dente mole, e, sentado no meu colo, brincando comigo da brincadeira idiota que eu mesma inventei e batizei de "A brincadeira do dente mole", que para os leigos consiste em fazer a coreografia do bonecão do posto (mas com cara de Dente) Biggizinho repentinamente cospe um pequeno pedacinho de marfim branco, olha pra mim com cara de importante e diz: "Titia, meu dente caiu!"
Acho que eu sei exatamente como Biggizinho se sentiu naquele momento, quando o dente caiu. É uma fase de mudanças, onde as coisas que não fazem mais parte da gente naturalmente se vão, e o que fica é aquilo que vai fazer parte da sua vida pra sempre. Um dente de adulto que vai nascer na boca do Biggizinho. Uma família que está se formando, um sobrinho que a vida me deu e o homem que eu amo na minha vida.
ps: A foto que ilustra o post é da minha bacurinha com o Big! É sério! não me perguntem como, eu tenho meus meios escusos hohoho
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
Para mamãe e papai

Quando minha mãe viu meu pai pela primeira vez ele estava de terno, com a gravata enfiada no bolso e os cabelos molhados. Eles se cumprimentaram com um aperto de mão meio sem jeito, se olharam por alguns segundos como se o mundo todo tivesse parado num suspiro, e depois disso não teve mais volta.
Eles ainda não sabem , mais daqui há um tempo eu vou nascer, e vou ter olhos tão grandes e vivos que meu pai vai inventar um apelido pra mim na primeira vez que me pegar no colo. E vai me chamar assim pelo resto da vida, até quando for me buscar na festa do pijama na casa da Bianca, na frente da 5ª. Série A inteira, quando eu vou ficar dois dias sem falar com ele.
Minha mãe vai cantar muito pra mim, e mesmo desafinada meu pai vai achar que ela tem a voz mais linda do mundo. Uma das primeiras frases que eu vou dizer é: “Mamãe, não canta mais!”. E ela vai rir muito e contar essa história pra todo mundo.
Com 11 meses eu vou andar, numa empreitada de força e coragem pra tentar pegar o escorpião no braço do meu pai, só pra ver se é de verdade. E vou chorar quando ele me explicar que é só um desenho. Essa história não vai sair da minha cabeça até os meus 3 anos e meio, quando vou pegar as canetas da minha mãe e desenhar no meu corpo inteiro. Meu tio vai tirar uma foto minha nesse estado e guardar a lembrança da criança mais tatuada de canetinha da história da humanidade.
Nesse mesmo dia, vou tomar um banho de bucha de 40 minutos, pra aprender que tatuagem mesmo só depois dos 18 anos.
Vou esquecer a lancheira na escola no meu primeiro dia de aula, a jaqueta no primeiro dia de faculdade e o celular no primeiro dia de trabalho. E o meu pai vai repetir todas as vezes: “Você é igualzinha a sua mãe!”
Meu irmão vai me ensinar a gostar de rock, a decorar a letra das músicas mais legais em inglês (mesmo eu mal sabendo falar português), a jogar as pererecas-estrelinha no lago do condomínio da vovó e vai ler comigo os gibis da Mônica, eu vou começar a chamar minha mãe de tia por causa dele, pra desgosto da minha mãe e diversão do meu pai.
Vou ganhar um cachorro quando tiver 6 anos, que vou chamar de “Contente”, e ele vai nadar comigo na pscina da chácara no interior. Eu vou quebrar um braço quando pular da jabuticabeira da minha vó achando que vou sair andando igual o Contente, e vou ver o olho do meu pai se encher de lágrima quando me levar pro hospital.
Vou me perder na praia dezenas de vezes. E o vendedor de milho vai me achar e me devolver pra minha mãe, que vai ficar uns 15 minutos me dando bronca, enquanto eu só consigo olhar pras sardas no nariz dela... Vou chegar em casa, olhar no espelho, vou ver que são iguais às minhas e vou me achar linda.
Passarei 16 anos da minha vida achando que o meu pai é o melhor homem do mundo. Depois dos 16 eu vou ter certeza.
As minhas amigas vão achar que os meus pais são o casal mais legal do mundo, o que vai me dar muito orgulho, mas não vai me impedir de brigar com os dois pra eles pararem de fumar.
O meu primeiro bikini vai ser vermelho, eu vou adorar fazer bolas de chiclete, e não vou gostar de tomar café da manhã.
Quando eu fizer 2 anos, minha vó vai me dar de presente um kit de bolinha de sabão e eu vou gostar desse presente mais do que de todos os outros pra desgosto geral do resto da família.
Eu vou chorar toda vez que meus pais cantarem pra mim: “Mamãe vai te dar um irmão zinho...” Até ver minha mãe grávida e meu pai conversando com a barriga dela e achar aquilo a coisa mais linda do mundo.
Vou me apaixonar várias vezes, vou sofrer também, vou encher a cara pela primeira vez aos 14 anos e minha mãe vai rir de mim por duas semanas a fio, eu vou fazer xixi de pé até os 7 anos e isso vai virar lenda entre as crianças do bairro.
Meus olhos vão ser cor de mel, eu vou odiar o meu cabelo até o dia em que o meu pai me ensinar a passar leave-in e obrigar minha mãe a parar de penteá-lo. A primeira palavra que eu vou falar é “papai” e a segunda é “google”, e minha mãe vai ficar triste por isso, mas só por cinco minutos porque meu pai sempre consegue fazer ela rir.
Big, além de sempre conseguir me fazer rir, e do recorde de tempo que eu consegui ficar realmente chateada com você não bater 13 minutos, você me dá segurança pra admitir que eu quero ser mãe, de um filho seu, que eu te amo e gosto de cuidar de você, que eu gosto de cuidar da casa junto com você... Eu passei 23 anos achando que existia alguém pra mim nesse mundo, depois que eu te encontrei eu tenho certeza!
quarta-feira, 23 de julho de 2008
A Rainha do Meu Lar!!!!
... ou "Tem gente que vive chorando de barriga cheia!"
Nunca me importei em não saber cuidar de uma casa.
Nem com a minha bagunça.
Nem em comer sopa Vono toda noite.
Nem em ser uma Serial Killer de plantas (já matei 3 violetas, um lírio, uma samabaia e um pé de pimenta dedo-de-moça. E meus crimes tem até assinatura, todas morreram de sede e eu as assistia definhar lentamente, com um prazer sádico... Sabia que elas clamavam por água mas eu estava sempre com pressa pra sair ou pra chegar... tá, as vezes eu só fingia que estava com pressa hohohoho).
Todos esses graves defeitos foram superados pela mulher moderna, afinal de contas não é porque eu sou mulher que tenho que lavar um banheiro que é uma beleza, ou desenvolver receitas elaboradas nem muito menos ter tino pra jardinagem.
E o que muito me irrita hoje em dia são as pessoas (geralmente mulheres) que botam o maior cartaz do mundo porque engomam camisas e coisas do gênero. Ah... Vai tomá no cú, nem roupa na máquina eu consigo lavar decentemente (elas invariavelmente saem com muitas bolinhas multi coloridas que eu tiro com a gilette – sim eu sei que estraga a roupa e não, eu não me importo – ou com uma coloração meio tie die, num estilo bem neo hippie, mas que geralmente não cai bem nas minhas calças de terninho, fazer o que, se eu estou muito à frente do meu tempo no quesito moda do mundo empresarial).
Tudo isso a gente supera hoje em dia com uma maravilhosa invenção (feminina é lógico): a assistente para assuntos domésticos.
Eu precisava de uma, era fato!
Antes que eu matasse alguma outra planta, tomasse uma overdose de Vono ou que os fungos do azuleijo do banheiro criassem uma facção estilo PCC e se rebelassem contra mim e Baranga, a pobre alma que divide apartamento comigo e tem uma estranha atração por homens extremamente feios.
Mas a tarefa de encontrar uma profissional gabaritada para esta função não é nada simples, e faltava tempo para uma pesquisa de mercado aprofundada. Até que ocorreu o episódio de minha não escalação pra seleção oficial de um megalomaníaco trabalho escroto da empresa. Fiquei de fora, e o pior, nem reserva do esquema eu sou, digamos que eu sou gandula... Melhor, vendedora de amendoim amanhecido pra arquibancada vazia. Ou seja, sem absolutamente PORRA NENHUMA pra fazer.
Saí então à caça da minha assistente, com uma pequena lista de requisitos básicos:
1. Não pode ser crente, pois existe sexo antes do casamento no meu lar (Graças a Deus!!!!)
2. Não pode se assustar com pessoas feias, ou a Baranga nunca mais poderia namorar
3. Deve aceitar meu copo de café dentro do armário, minha pilha de sapatos, o banquinho que eu faço de criado mudo e meu pseudo-tapete extremamente brega, mas que foi presente da minha vó.
4. Precisa viver em paz com a quantidade inenarrável de jornais espalhados pela sala, pois Baranga é uma pessoa bem informada e afoita por notícias do mundo, e eu só leio a ilustrada mesmo... Do dia anterior (tenho uma tara por horóscopos vencidos, pra ver se o astrólogo acertou saca?)
5. Deve compreender meu ódio por plantas ornamentais, flores e afins e meu conseqüente amor secreto pelos fungos e suas colônias anárquicas.
6. Não pode ter preconceito com cigarro, isqueiros, cinzeiros e tudo mais relacionado ao fumo.
7. Tem que ter todas essas características sem dar opinião nas singelas vidas de Sol e Baranga.
8. Precisa ser Legal
9. Não quebrar coisas importantes (leia-se, os engradados de cerveja)
10.Fazer faxina com o rádio ligado na Clube FM, uma havaiana de cada cor, cabelo preso no estilo coque-espanador, cantando as letras de música estrangeira em português e rindo das nossas piadas (porque se não for assim eu e Baranga achamos que não fica limpo de verdade)
Lá fui eu, com minha lista singela de características profissionais, com a gana de encontrar alguém apto a enfrentar esse desafio do mundo capitalista: Dar conta do apartamento de duas solteiras em São Paulo.
Passaram-se dias, semanas, e nada... Finalmente eu me conformei de que não existia a profissional que eu procurava. Eu tava fodida, e Baranga, a contra gosto, já estava traçando a estratégia do nosso plano de contingência contra o Primeiro Comando dos Fungos do banheiro...
Quando então, em mais um dia de marasmo no trabalho, saí pra fumar meu cigarro, humilhada como tinha de ser, já que eu estou recolhida à insignificância de vendedora de amendoim amanhecido e encontrei! Ela, que eu tanto procurei!!! A rainha do meu lar! Lá no fumódromo estava Zilda, e foi amor a primeira vista!
Ela ri das minhas piadas ( e das da Baranga também, mas aí eu já acho que por educação porque eu sou beeeeem mais engraçada hahahaha), ainda fuma um cigarrinho comigo e fica toda hora repetindo “Eu não acredito que vc deixava o Mr. Big entrar aqui antes de vc me contratar...” pois é Zildinha, nem ele acredita.
Ps: Esse post é uma homenagem à todas as Assistentes para Assuntos Domésticos desse país, mas em especial à Zilda, que não perde a coragem e o bom humor nem diante de um histórico terrível de violência doméstica, física e psicológica. E eu aqui reclamando por ser vendedora de amendoim amanhecido na empresa... E ganhando pra isso! Tem gente que vive chorando de barriga cheia, né Zildinha?
Inclusive eu!
terça-feira, 27 de maio de 2008
171.69 FM - Sutiã44
Fui indicada pelas meninas do Calcinhas no Box pra participar do Blog Tracks na DELAS Web Radio!
A proposta da rádio é legal pra cacete! Quem tiver com tempo e afim de ouvir um som firmeza, conhecer blogs legais e acessar colunas e novidades interessantes, vale a pena (e é de graça minha gente, coisa rara hoje em dia...)
Pra quem nunca ouviu rádio na internet é muito fácil. Só abrir o Windows Media Player (tá, da pra usar o Winamp e o itunes também, mas nem me perguntem como!), na opção arquivo, acessar uma URL e colar o endereço que aparece na página da DELAS web radio no espaço correspondente.
Tô dando cambalhotas aqui de felicidade! Depois de tanto azar na PORRA desse mês de maio (que demorou pra acabar) tava na hora de acontecer algo de bom, né não?
Bom, é isso, 44 agora nas ondas do rádiooooo, vou encher a cara antes de entrar no ar e me afogar no raso, com certeza...
Espero que os apreciadores do 44 de plantão me acompanhem no programa, e também na embriaguez!
domingo, 16 de março de 2008
A minha Censura Particular
Galera, eu me auto-censurei!
Eu sei, foi péssimo, nem um pouco a minha cara, mas...
Sabe comé que é, mesmo morando num país gigantesco e "in the bigest city of south america" a internet fala mais sobre a vida alheia do que sonha nossa vã filosofia. E o pior, qualquer Zé da Couve pode ler este digníssimo veículo de comunicação no qual se transformou o Sutiã 44.
Portanto, por motivos de segurança, resolvi eliminar alguns posts que poderiam me comprometer (pessoal e profissionalmente, se é que vocês me entendem).
Quem leu leu, e quem não leu vai ficar meio perdido no assunto!
Só digo uma coisa: continua na mesma minha gente!
Mas eu não desisto nunca! (e gosto de homem difícil, principalmente se ele for de escorpião)
E é o seguinte, só escrevo de novo nessa PORRA quando a coisa andar!
huahuahahahu
promessa promessíssima!
Meninas da facul, suas biscates, estou com saudades!
Naná querida, além de ter me auto-censurado no blog e ter te emprestado o meu 44 (lado B hauauhah) eu ainda operei algumas modificaçõezinhas físicas aqui no ap! Espero que vc goste! Se a gente não se acostumar tudo volta ao seu lugar.
Ps: eu sei que aqui não é Orkut, mas sabe como é, recadinhos pelo blog costumam ter mais impacto.
quarta-feira, 28 de novembro de 2007
Tá todo arrependido, vai comer na minha mão!
quinta-feira, 9 de agosto de 2007
Quando a mulher honesta encontra o homem-médio
Ou ainda quem é o homem médio?
Ninguém até hoje descobriu...
Mas o dia em que eles se encontrarem será o relacionamento juridicamente perfeito.
Eles manteriam uma união estável.
Depois assinariam um acordo-pré nupicial e se casariam com comunhão parcial de bens.
Então na lua-de-mel realizariam conjunção carnal (o que a mulher honesta nunca tinha feito até aquele momento).
Da conjunção resultaria um nascituro (que já tem seus direitos resguardados pelo Código Civil).
O nascituro cresceria e se tornaria um menor impúbere.
Desconfio que a mulher honesta seja a Sandy...e o homem médio pode ser o Alkmin! (eca...)
Coisas perfeitas e jurídicas me dão um certo nojinho....Efeito da monografia!