domingo, 28 de agosto de 2011

Costela da Mãe com Preguiça

Vou confessar que eu sempre tive um medo do caralho de cozinhar carnes! Toda vez que rolava de fazer alguma comida era a boa e velha massinha com um molho metido a besta.
Depois de agum tempo fazendo um trabalho psicológico de aproximação das carnes, começando com bifes, depois carnes de panela, eu cheguei até a famigerada costela bovina.

Eu achava que costela era uma carne complicada! Tem o osso, muita gordura, e na minha cabeça só era servida em churrascos, mas, como a receita envolvia cerveja e o fato de que nessa receita não é necessário temperar a carne, tomei coragem e comprei 2kg de costela de boi.



Quando eu olhei pra ela, e ela olhou pra mim, ofereci a ela um pedaço de pudim e o curioso foi QUE ELA DISSE SIM pensei FUDEU, não sei nem por onde começar. Pois amiga, fica a dica. Não se intimide com a costela. Afinal de contas é só um pedaço de carne, certo? A pior parte da Costela da Mãe com Preguiça é limpar a costela. Sim, ela vem cheia de sebo e com muita gordura. O primeiro passo da receita é retirar o máximo de gordura que a sua habilidade com facas he permitir. É legal já pedir no açougue uma costela magrinha pra poupar o trabalho sujo depois, ok?

Limpa a costela, corte 3 cebolas tamanho GG em rodelas, forre o fundo da panela de pressão (panela de pressão é a melhor amiga da mãe que cozinha, eu tenho uma de 7l pra fazer comida prum batalhão) com as cebolas. Cooque a costela em pedaços (não muito pequenos porque ela derrete) sobre as cebolas. Esmigalhe 2 cubinhos de caldo de costela em cima da carne já na panela. Abra 2 latinhas de 350ml de cerveja clara geladas, enquanto você toma uma, joga a outra na panela. Tampe a panela de pressão e ligue o fogo, quando começar a apitar é só contar 1h de cozimento e saborear!

Aqui em casa a Costela da Mãe com Preguiça é sucesso absoluto de público e crítica! Espero que ela agora passe a fazer sucesso no almoço de domingo de outras mães com preguiça!

PS: A minha Costela da Mãe com Preguiça fica pronta em 20 minutos! Vou tirar as fotos e postar na nossa Fan Page no Facebook! Corre lá!

BOM DOMINGO

Almoços de Domingo para mães que não cozinham


Oi gentem! Bom, depois do Sutiã ter bombado devido à nossa aparição no Maior Fraldário On Line do Braseel (meninas do Minha Mãe Que Disse, o que dizer? Vocês são mara!), eu decidi passar a falar de um assunto SUPER  polêmico entre mamães modernosas. A hora de cozinhar. Me explico: Eu não cozinho durante semana. Não dá! A empregada faz o almoço e a noite eu só esquento pra gente comer. E mesmo assim as minhas noites de segunda a sexta são uma loucura sem fim, é menino querendo que eu faça cachorro-quente na segunda feira, bebê tentando subir no banquinho da cozinha pra tentar abrir a torneira da pia na terça; bebê e menino disputando corrida de velotrol/motinha pelo apartamento enquanto eu frito bife na quarta; bebê chorando porque quer mexer a panela de sopa na quinta; menino chorando pra eu pedir pizza na sexta.

Enfim, esse breve relato foi só pra vocês sentirem muita pena de mim e resoverem fazer um a vaquinha pra me pagar uma semana em um SPA na Finlândia se contextualizarem. Eu e a cozinha somos sinônimo de caos durante semana. Aí chega o sábado e o maridão e eu almoçamos fora cosminínu. E finalmente chega o domingo. Ah domingão, quando eu era criança pequena lá em Itapira os domingos eram cheios de comidas FODÁSTICAS que minha mãe fazia.
Daí eu cresci, saí da casa da minha mãe, e domingo geralmente era dia de ressaca, portanto eu almoçava uma coca cola bem gelada e só ia conseguir comer (miojo) na hora do fantástico.
Ok. Agora eu sou mãe de família e comecei a sentir uma vontade nunca dantes sentida de fazer almoços de domingo. Mas como ó céus se eu não sou um ás na cozinha????
E assim foi que eu comecei a garimpar receitas que geralmente envolvem cerveja em seu preparo fáceis e a família começou a bater ponto aqui em casa, cunhados, cunhadas, sobrinhos, primos, tios... Aquela bagunça, galera tomando uma cervejinha pra esperar o amoço, eu com coque espanador, pano de prato no ombro, ouvindo um Zeca pagodinho, tomando uma cerveja gelada e me sentindo a maior MATRIARCA de todos os tempos!

Eu nunca pensei que fosse dizer isso mas EU ADORO COZINHAR PRA FAMÍLIA! E as vezes eu faço isso de maquiagem e salto alto, bem estilo desperate housewives (mentiraaaa).

Enfim, isto posto, fui acumulando algumas receitinhas domingosas fáceis e gosotosas e resolvi que deveria compartilhar com o mundo tais achados! Segue então, no próximo post, uma das minhas receitas preferidas! Costela da Mãe com Preguiça (posso falar que um dos motivos de eu querer compartilhar aqui minhas receitas é que eu dou nomes espetaculares pra elas?).

PS: Estou fazendo a Costela da Mãe com Preguiça nesse momento, daí que né, não tirei fotos do começo do preparo, mas nada que o google não resolva, nos próximos domingos prometo tirar fotos de todos os detalhes sórdidos!

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Hoje estou na casa DAZAMIGA!

Sabe que a blogsfera materna já me trouxe muitas surpresas boas, e junto com as surpresas, pessoas melhores ainda! Duas dessas pessoas totalmente fodásticas, a Roberta do Piscar de Olhos e a Flávia do Astronauta fundaram a organização holística, óráculo materno dos tempos modernos, praticamente o nosso fraldário de shopping on line . To falando do Minha Mãe que Disse.

E essas pessoas glamurosas me convidaram pra escrever um post lá no MMQD no dia de hoje! Preciso falar que eu dei pulos de alegria e até dancei o " Mickey, Mickey, Mickey Mouse"? Não né!

Então todos pra lá agora ler o POST DO SUTIÃ 44 NO MINHA MÃE QUE DISSE. Dica da amiga ASSISTAM AOS VÍDEOS das amiga magia gentem. Preparem-se para a incontinência urinária de tanto rir!

Enjoy it!

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

O Dia em que roubamos o Mickey



Bom, daí que com 2 anos o Theo anda aparecendo com novidades do mundo lá fora aqui em casa. Primeiro foi uma história de “Mickey, Mickey, Mickey Mouse” que muito me assustou, afinal de contas eu nunca assisti o Mickey com ele! Como assim? De onde vem esse Mickey?


Da sala de vídeo. Sim. Na sala de vídeo o Theo assiste A casa do Mickey e tantos outros desenhos que eu nem sei e pronto, chega em casa cheio de novidades.

E por culpa da sala de vídeo e do Mickey o Theo ficou louco por ele. É só pintar o tal do rato em qualquer lugar que ele já começa a cantar “Mickey, Mickey, Mickey Mouse” ensandecidamente como se não houvesse amanhã, pulando e rebolando a bunda de fralda porque né, meu filho é meu filho e conseqüentemente nada discreto.

Este final de semana tivemos aniversário do priminho pra ir, e enquanto papai e Lucca resolviam problemas vídeo-gamísticos, fomos eu e Theo até a loja de brinquedos pra comprar o presente do primo.

Todo mundo lembra da sensação de ser criança e entrar numa loja de brinquedos certo? Não??? Então me deixe relembrar você... Você é um serzinho em formação, de apenas 80 cm, com uma imaginação deveras fértil e com a sensação de que as prateleiras da loja se estendem até o infinito! E então você vê, lá, em uma pilha de destaque, várias caixas transparentes com nada mais nada menos que o “Mickey, Mickey, Mickey Mouse” dentro!

Pronto! O Theo gudunhou no tal do Mickey na caixa plástica e nada nem ninguém o fazia soltar o brinquedo. Deixei ele curtir aquele momento (leia-se, sentei ele com a caixa do Mickey do meu lado enquanto procurava um jogo pra comprar pro primo) e então chegou a hora de pagar o presente e ir embora, deixando o “Mickey, Mickey, Mickey Mouse” pra trás.

Mas quem disse que o Theo gostou da idéia??? Não minha gente, o Mickey era Lindo! Era amigo! Era novinho! E era dele. Pronto acabou. Assim que eu disse: “Filho, vamos guardar o Mickey de volta” ele me surpreendeu! Não, ele não gritou, chorou, se jogou no chão ou coisas afim. Ele simplesmente SAIU CORRENDO DA LOJA DE BRINQUEDOS SHOPPING AFORA COM UM MICKEY FURTADO, AFANADO, ROUBADO, SUBTRAÍDO DE OUTREM NAS MÃOZINHAS!

E eu, como qualquer mãe normal e controlada, saí correndo e gritando atrás dele pelo corredor do shopping “Filho, volta aqui, devolve isso, isso não é nosso THEEEEEOOOOOOO”.

Algumas lojas depois, eu consegui alcançar o pequeno meliante que tinha, estrategicamente, deitado em cima do seu objeto de furto dentro do quiosque de Yoguberry. Agarrei Theo e “Mickey, Mickey, Mickey Mouse” e voltei com cara de derrota calma e parcimônia para loja de brinquedos, onde a vendedora me aguardava , acompanhada do segurança.

Coloquei o Theo no chão e falei com a voz mais firme que os 5 minutos de corrida de salto alto me permitiam: “Filho, o Mickey não é seu, ele mora aqui, com os outros Mickeys e vai chorar se for embora, acho melhor você devolve-lo onde achou”.

Ele foi lá, colocou o Mickey roubado, agora já desfalecido dentro da caixa, ao lado dos outros Mickeys, olhou bem pras caras da vendedora e do segurança e começou a cantar “Mickey, Mickey, Mickey Mouse” ensandecidamente como se não houvesse amanhã, pulando e rebolando a bunda de fralda.

E agora, já posso rir?

(ou ainda eu posso ir pra Disney e ver o Theo cantar “Mickey, Mickey, Mickey Mouse” ensandecidamente como se não houvesse amanhã, pulando e rebolando a bunda de fralda por dias a fio...)

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

PAI

Hoje vamos falar aqui sobre o personagem mais injustiçado da história da maternidade.

O PAI.

Sim! Esse cara que teve uma participação, digamos, FUNDAMENTAL, na confecção do bebê.

O Pai é o cara que estava do lado de fora do banheiro lendo as instruções do exame de farmácia pela vigésima vez enquanto você mijava no palito; o cara que olhou os 2 tracinhos no exame e leu as instruções de novo, dessa vez em inglês e espanhol, porque né, vai que muda!

O Pai, aquele que passa 4 meses desacreditando que exista um 3º passageiro na família, quando no 5º mês surge na esposa uma barriga de um tamanho que jamais ele imaginou possível. O pai é o cara que passa os outros 4 meses conversando com uma barriga, justificando pra barriga porque o berço ainda não chegou, ou comemorando o gol do Corinthians com a barriga.

Pai é aquele que sai correndo quando estoura a bolsa, meio rindo de nervoso, chega no hospital depois de ter violado metade das regras do Código Nacional de Trânsito enquanto conversava com a barriga, tentando convencê-la de não virar um neném enquanto ele não conseguisse levar todo mundo, mãe pai e barriga, sãos e salvos até o hospital.

No hospital o pai não é ninguém, até ser colocado em uma sala onde a mãe sente dor, a barriga sente medo e o Pai sente que vai morrer ali mesmo, ainda bem que ele já está num hospital.

Na hora em que o bebê nasce o Pai acha que a sua função essencial é contar os dedos dos pés e das mãos do bebê, umas 15 vezes, pra se certificar de que está tudo bem (oi?). Outra conhecida função do Pai na maternidade é esclarecer pras enfermeiras que não, ele não está chorando, na verdade ele está com uma irritação no olho, na verdade uma irritação em cada olho... O Pai acaba chamando o gerente do hospital pra reclamar que tem alguma coisa errada com o ar condicionado da maternidade por que não é possível ter tanto olho irritado num lugar só! (E todos os outros pais com olhos marejados e testa colada no vidro do berçário concordam plenamente).

Quando o recém-nascido chega em casa a função do pai é se desesperar enquanto a mãe dá o banho, e segura um neném minúsculo, mole e ensaboado com uma mão só!

Pai é o cara que inventa uma classificação maluca pros cocôs do filho, é aquele que acorda de madrugada assustado e quando dá por si a mãe já levantou, pegou o bebê, amamentou, botou de volta no berço e voltou a dormir!

Ele é o cara que fica no fundo da apresentação de dia dos Pais na escolinha, porque nessas datas comemorativas o ar condicionado da escola tem um problema bem parecido com o da maternidade.

O Pai vai ensinar coisas que você, como mãe, jamais conseguiria! Vai ensinar a levantar sozinho depois de um tombo, a dar o drible da vaca, vai ensinar que homem só chora quando o ar condicionado está desregulado.

E um dia esse Pai vai dormir, e quando acordar aquele bebê, que andava a passos bêbados, se tornou um jovem, cheio do frescor, da vontade e da certeza de ter super-poderes que é essencial a todo o jovem! E esse Jovem vai olhar pro Pai e dizer “ Tchau”. Dessa vez tchau mesmo, não como das outras vezes em que esse tchau significou um “até mais tarde”, vai ser um “tchau adeus”.

E o Pai vai ser o cara que vai continuar lá, reclamando do ar condicionado, com lágrimas nos olhos, desejando com todas as forças de seu corpo que tenha conversado o suficiente com a barriga, com o bebê, com o menino enquanto foi tempo. E desejando também que ele tenha aprendido o drible da vaca e tenha virado um verdadeiro Corinthiano.

Uma homenagem aos melhores pais do mundo, cada um do seu jeito, mas ambos meus heróis.

Para o meu Pai, Dodô, que leu comigo toda a coleção do Monteiro Lobato e sempre me contava uma piada nova no jantar. Pai, eu diria que o culpado por este blog é você.

E Para o meu marido, BIG, um Pai como poucos, que conversou com a barriga, comemorou gol com ela, e vive reclamando do ar condicionado. Quero deixar claro que quando você piscar e perceber que os meninos cresceram eu vou estar lá, mais eu vou chorar de verdade, não vou reclamar do ar condicionado.




segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Quem foi que disse que seria fácil?


Daí que o Theo foi promovido! Do berçário pro mini-maternal antes de fazer 2 anos ou sair das fraldas. Hoje foi o primeiro dia que deixamos ele na escolinha pela porta dos maiores e eu já fiquei emocionada, com lágrimas nos olhos, pensando que o tempo passa muito rápido e daqui a pouco ele tá na faculdade agora ele ia ter as atividades, não ia mais poder tirar a soneca, nem ia ficar com as berçaristas que conhecem ele desde que ele tinha 7 meses, que não ia mais ver os coleguinhas bebês...


Preciso falar que eu quase desisti de deixar ele na escolinha o trouxe pro Banco? Pois é, mas meu marido é um Pai consciente e afirmou que tava mais do que na hora dele ser promovido, afinal de contas ele já tava ficando irritado com a Rotina do berçário (ou seja, mamar, dormir e trocar de fralda). E emendou ainda que talvez essa mudança tenha alguma coisa a ver com o fato dele ter mordido a Gabriela 2 vezes em 2 semanas.

Pronto. Tocou no ponto, e agora eu tenho que voltar um pouco no tempo pra contar que sim, é verdade, o Theo mordeu a Gabriela, a mesma caipirinha das fotos, o que me leva a crer que o namoro dos dois vai bem ao estilo novela Mexicana...



2 semanas atrás...



...Ninguém sabe direito o que aconteceu, a Tia Helena me disse que foi trocar a fralda do Gabriel e quando voltou o Theo já tinha mordido a mãozinha da Gabi. Fui buscá-lo na escolinha e ela me contou que tava de mal dele porque ele tinha mordido a amiguinha. O Theo ouviu toda a narração do fato de cabeça baixa e beiço derrubado.

Botei ele na cadeirinha do carro já pensando. “Ferrou! Eu não entendo o suficiente de psicologia infantil pra explicar pra um bebê de 1 ano e 10 meses que não pode morder a amiguinha. Comé que eu faço? Mordo ele pra ele ver que dói? Ligo pra minha mãe? Ligo pra Super Nany? Ligo pra mãe da Gabriela e peço desculpas? Sento e choro?” . No caminho de volta pra casa eu fui cogitando todas essas possibilidades, e cheguei à conclusão de que a única solução era conversar com ele, mesmo tendo certeza de que em muitos momentos eu ia parecer a professora do Charlie Brown!

Desci ele do carro e comecei:

- Filho, a mamãe sabe que você mordeu a Gabriela hoje, mas não pode fazer isso! Ela é sua amiga (não, eu ainda não admiti o namoro), e a gente não morde os amigos, nem os inimigos! A gente não pode morder ninguém! Isso é muito feio! A mamãe não quer mais que você morda a Gabriela, vocês têm que brincar junto, igual você faz com a mamãe. E amanhã você vai pedir desculpa pra Gabi, vai dizer, “Gabi, desculpa, a gente é amigo”. Tá bom filho?Não pode!

Agora o que o Theo entendeu:

- Filho, a mamãe blá blá blá mordeu a Gabriela blá, blá não pode blá blá blá! Blá blá amiga (não, blá blá blá blá blá), e blá não blá blá amigos, blá blá blá! Blá blá não pode morder blá! Blá blá blá feio! A mamãe não quer blá blá blá blá Gabriela, blá blá blá blá blá, blá blá blá mamãe. E blá blá blá blá Gabi, blá blá “ Gabi, blá blá blá blá blá”. Blá blá filho?Não pode!

Resultado da aplicação da minha psicologia infantil: O Theo passou o dia seguinte inteiro fugindo da Gabriela, não queria chegar nem perto dela! Não brincaram juntos, nem compartilharam mamadeiras e nem se abraçaram. Acabou a amizade/namoro! Fim! Porque, afinal de contas, tudo que ele entendeu do que eu disse se resumiu à seguinte frase: Gabi, filho, não pode!

A tia da escolinha achou que eu peguei meio pesado (porque eu fiquei a noite inteira e a manhã seguinte repetindo tudo isso pro Theo) e a Gabi também achou que eu peguei pesado! Ficava correndo atrás dele, tentando abraçá-lo a força, pulando em cima dele pra chamar atenção até que... ELE MORDEU ELA DE NOVO.

Pausa dramática nesse ponto da história: GENTE, EU NUNCA ACHEI QUE O MEU FILHO FOSSE MORDER UM COLEGUINHA! Afinal de contas, eu até já contei isso aqui, EU era a vítima dos valentões quando era criança. Eu sempre fui mordida! Nunca mordi! Por algum motivo cósmico que foge do meu alcance o meu filho resolveu mudar de time, e sei lá, acho mais fácil lidar com a situação quando o filho da gente é a vítima, o bonzinho, o injustiçado, que um dia irá resolver defender os fracos e oprimidos, fundar uma ONG e contar todas suas humilhações infantis em um blog!

Agora falando sério, o fato é que é muito difícil lidar quando se está do outro lado, quando é o seu filho quem mordeu/bateu/chutou/empurrou/tomou o brinquedo ou qualquer outra coisa que a gente acha muito feio uma criança fazer. E eu confesso que não está sendo fácil lidar com essa fase do Theo, ele anda querendo distribuir tapas lá em casa e até já me mordeu uma vez!

E não adianta fazer de moderninha, a gente sempre acha que a culpa é nossa! Que não estamos dando atenção suficiente, que a criança está violenta porque não nos tem 24h por dia ao lado dela, e que portanto merece mais carinho/atenção/colo/brinquedos/vontades satisfeitas nos momentos em que a mãe está presente.

E eu particularmente acho esse caminho muito perigoso! Porque as frases aí de cima representam pura e simplesmente uma mãe tentando justificar o mau comportamento do filho. E o pior, se anulando pra isso! Anulando a educação que está dando, a correria toda pra trabalhar e ser mãe, culpando a si mesma ao invés de admitir que o filho fez uma coisa errada e deverá sentir as conseqüências. A vida é assim, o mundo é assim! Não é o fato de trabalharmos fora que leva algumas crianças (como o Theo, ui! Doeu) a morder outras! Ou na época das nossas bisavós crianças eram anjos que só mordiam alimentos? NÃO MESMO GATAS!

É duro admitir (muito duro) mas nossos filhos fazem coisas erradas. E ponto. Porque crianças aprendem assim, testando limites, num jogo eterno de tentativa e erro, e a culpa nossa de cada dia só nos faz entrar perdendo na brincadeira.

Feita toda essa reflexão, eu dei outra bronca no Theo. Ele chorou sentido porque eu fiquei muito brava, brava mesmo, com a segunda mordida na Gabi!

E eu chorei sentido também naquela noite (escondida no banheiro e sem borrar o rímel), pois não é fácil olhar nos olhos de um bebê e sentir que ele ficou magoado com você! Não é fácil passar as poucas horas do dia que restam na companhia do nosso filho dando bronca! Não é fácil dizer que o que ele fez foi muito feio! Não é fácil dizer não...

Mas, enfim, quem foi que disse que seria fácil?

Já aviso que após a última bronca o Theo não mordeu mais ninguém (a Gabriela agradece), e u estou só preparando meu repertório e meu coração mole pras próximas broncas que virão... Ah se virão!