quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Parto do Princípio


Acredite eu ou não, meu neném já tem oito meses. Sim 8! E eu, como pessoa culta e profunda conhecedora da cultura popular aprendi nos idos anos de 90 com o poeta da minha geração, Cumpádi Uóxinto, que é depois de 9 (repito 9) meses que se vê o resultado (isso com Carla Peres ainda sem Peito jogando o cabelinho de neutrox freneticamente).

Portanto minha gente, daqui a apenas 1 mês, ou 30 dias, ou 4 semanas, o Theo bate na portinha avisando que chegou, e nada nem ninguém o fará ficar mais uns 2 mesesinhos na minha barriga pra eu me acostumar com a idéia (e pra dar tempo de Big e eu comprarmos nosso sofrido apartamento).

E quer saber, com apartamento ou sem, eu tô é muito da ansiosa em ver a carinha do meu filho, segurar ele pertinho do meu peito, dar de mamar (o que eu espero que ele faça muito, pois continuar com o sutiã 84 no pós-parto ninguém merece).
Mãs, pra tudo isso acontecer, de alguma forma Theo vai ter que sair.

E é nesse momento fatídico que me surge aquela cena de Renascer, na qual a mãe ensanguentada se descabela de tanto gritar e soprar uma garrafa, e penso comigo: A rede Globo não sabe o mal que causou às famílias brasileiras! O ministério da Saúde deveria processar essa emissora de televisão por disceminar o pânico do parto normal entre as famílias. Esses dias, quando falei pro Big ler o capítulo “O acompanhante do parto” do Livro “O que esperar quando você está esperando” – livro este que fará parte da minha Fogueira da Grávida (idéia da Ana, amigona e grávida de Gêmeos – oh God!) juntamente com as minhas meias Kendall e o óleo de Amêndoas Paixão – Big me responde todo sabido: Não preciso ler, é só pedir uma bacia com água quente, toalhas limpas e uma tesoura na hora do parto. HEIN??? E faz o que Dr. Dollitle da obstetrícia moderna? Joga a bacia com água na minha cabeça e se enforca com a toalha? Tudo culpa do Benedito Ruy Barbosa.

Mas voltando ao assunto, pra quem nunca ficou grávida deve ser difícil entender, mas é uma agonia que cresce no mesmo ritmo que a sua barriga, e quanto maior ela fica, mais difícil é imaginar a hora de parir.

Hoje em dia tem cesariana, você agenda o cabeleireiro e a manicure pro dia anterior e chega na maternidade na hora marcada com a sua malinha pra ter 7 camadas de pele e músculos cortadas (além da parede do útero) e aí retiram o seu bebê. OPA! Perái, hora marcada e poder estar cheia de glamour pro seu filho te ver gata já na primeira vez que te olhar tudo bem, mas cortar 7 camadinhas do meu eu? Aí também já é demais.

Outra opção é o parto natural, bem no estilo Juma do Pantanal (vocês perceberam que eu acho exemplos de novela didáticos né?). O parto natural é realizado à moda de nossas avós (no caso de muitos leitores do 44, bisavós). Tem gente que se empolga e faz parto na água, em casa, na sala... Cada um no seu quadrado né. Em linhas gerais rola tudo sem nenhum tipo de analgesia ou intervenção médico-cirúrgica como soro com ocitocina, que serve pra acelerar o trabalho de parto, ou a episiotomia. Esta última é o terror de muitas grávidas, e se trata de um corte realizado no períneo (é minha gente, lá mesmo) pra facilitar a saída do bebê. Apesar de ser tudo devidamente costurado depois do parto, não é nada agradável imaginar a situação, convenhamos. Mas sem esse cortesinho do mal pode acontecer uma coisa ainda mais temerosa, que se chama laceração. Sendo curta e grossa meu bem, não deixou o médico cortar, a cabecinha do bebê sai mesmo assim, lacerando (ó minha Nossa Senhora do Bom Parto, já sinto lágrimas nos olhos) o corpo da mãe. Lacerar é mal!

A terceira alternativa é um parto normal hospitalar. Nesse o bebê sai por onde a natureza mandou que saísse, no entanto tem sempre um anestesista de plantão pra te dar aquele barato na hora da necessidade. Eu sou adepta dessa última opção. Não acho bacana marcar a hora pro meu filho nascer, acho que ele é um serzinho muito do esperto que sabe muito bem quando estará pronto pra sair de dentro de mim, mas também não acho saudável não aproveitar a sorte de parir no século 21 e poder tomar uma peridural. Soprar garrafa é coisa do benedito Ruy Barbosa.

Pronto, decidido qual o tipo de parto preferível (sim, porque se nada der certo, ainda pode ser que role uma cesárea) vem a preparação pro trabalho de parto.

Unindo meus conhecimentos científicos adquiridos em novelas e seriados, ao oráculo dos nossos tempos – Google, eu virei uma verdadeira enciclopédia do parto normal, pode perguntar que tá na ponta da língua minha gente!

Mais uma sugestão do livro-do-mal-da-grávida “O que esperar quando você está esperando” era fazer um plano de parto. Eu achei bem bizarro planejar o implanejável, já que o único que já tem um plano infalível pro meu parto é o Theo, e esse plano consiste em sair de mim de qualquer jeito. Mas sou aplicada e vou fazer o tal plano. Vamo lá:

Preparação pré-parto: To fazendo Yoga e alguns exercícios específicos pra ajudar na hora do parto. Um deles o Theo odeia e chama “sapinho”. É bem ridículo, tem que juntar as mãos e os pés e esticar e encolher umas 15 vezes. Muito fácil pra quem não está com um barrigão de 8 meses colega.

Detecção dos sinais do parto: Ahá, nessa eu to craque demais! A barriga desce porque o bebê encaixa (ai que fofo) e melhora a maldita falta de ar dos últimos meses de gravidez; A bolsa pode estourar vazando líquido amniótico que tem cheiro de água sanitária (detalhe importante pra distinguir se você está mijando na calça ou parindo); você sentirá contrações, primeiro indolores e esparsas, depois mais doloridas e contínuas, até ficarem constantes de 10 em 10 minutos. Aí é hora de ir para o hospital!

A ida para a maternidade: É legal ter uma rota pré-estabelecida e um motorista de plantão pra essa tarefa. No caso do Big entrar em colapso ou não estar comigo na hora, vou ter que pegar um táxi (eu preciso avisá-lo que se isso acontecer eu vou matá-lo com as minhas próprias mãos – vai pra to do list do parto) e ter um acompanhante reserva no pente, no caso ou minha mãe ou o Titio boa pinta ou tia Baranga, são muitas opções. Pensei em montar o bonde do parto do Theo e ir todo mundo pra maternidade na minha escolta.

Enxoval da mãe e do bebê: Devidamente preparados, o do Theo composto por vários macacões fofos, inclusive um do super homem; e o meu dentro de uma bolsa onde se lê a frase “SHE’S LOST CONTROL” em letras garrafais.

Lista de Anestesias que você aceita tomar durante o trabalho de parto (pra ser entregue ao anestesista):

Caros Sr(a) Anestesista do Parto do Theo,

Como eu não fiz 6 anos de faculdade, mais dois de residência e especialização, creio não ser eu a pessoa mais indicada a escolher qual anestesia aceito tomar, mas já que faz parte do plano de parto segue uma lista singela:

- peridural
- morfina
- éter
- RAC
- demerol (com a condição de que eu não morra igual o MJ)
- santo daime
- chá de cogumelo
- mentos com coca cola
- hals preto
- vodka

- aculpuntura

E tudo mais que a medicina e o google permitirem.

Muito Obrigada.

Ps: Apesar dos muitos palavrões e insultos que o Sr(a) e a minha obstetra estão ouvindo agora, sou uma mulher fina e educada e sei que no fundo é tudo culpa do Big, que não está ouvindo mais nada pois já desmaiou.


Tudo pronto! Agora é só imprimir este post e entrgar para as enfermeiras e médicos que participarão do parto.

Brincadeiras a parte, depois de toda a investigação superegodescontrol que fiz sobre o parto e os prós e contras de cada tipo, sei que o melhor que eu posso dar pro meu neném é a chance dele nascer de parto normal. Não tenha medo, parto normal é natural, a recuperação é N vezes mais rápida e eu juro que a cabecinha do bebê fica redondinha depois de algumas semanas hehehehe.

Visitem o site da ONG Parto do Princípio (movimento para o qual o título deste post é uma homenagem) e do GAMA (Grupo de Apoio a Maternidade Ativa). Informe-se e cuidado com cesárias desnecessárias, pois tem muito médico por aí querendo marcar o seu parto entre o jogo de buraco e o Happy Hour!

Sutiã 44 na luta pra que as Ervilhas e Ervilhos venham ao mundo quando estiverem prontos, e não quando vagar a agenda do obstetra!

Parto do Princípio (por Denise Ahrends)
Parto do Princípio
Porque parto com amor
É parindo que me reparto
E sempre me multiplico
Desde o princípio
Parto por inteiro
Com quem vier
Com quem me quiser
Parto com prazer
Parto do respeito
Por uma vida melhor
Parto porque acredito
Que um bom parto é possível
Parto com amor
E por amor vou partindo... ... e parindo

Faltam 4 semanas! Ai meu períneo....

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Um amor cheio


A gente desencontra um do outro
Mesmo dentro do mesmo cômodo
Porque amor não chega pronto
E esse preparo é todo único

Cheio de ingredientes estranhos
No meio do meu amor tem receio
Esprança, desejo e os seus olhos castanhos
Meu amor por você é um amor assim, cheio

Eu te amo tão intensamente
Que até parece insanidade
Então seguro firme no meu receio
Que também é ingrediente
Necessário pra disfarçar a intensidade

De tudo que sinto
Que pula em mim
De toda sua virilidade que eu queria um pouco minha e hoje sei
Que vai me grudar em você por um tempo que não se pode contar
E não adianta fazer poesia
Fingir de fria
Ou gritar

Porque meu amor por você é assim, cheio
De sentimentos que vão além do pouco tempo que temos
Eu te amo sim, e é só
Se você não vê
Entao me descabelo, falo sem nexo e choro no banheiro
Porque meu amor é cheio
Bonito, feio, promissor e maldito
Desde o começo

E assim, meio sem nexo, é que eu outra vez digo que te amo, mesmo se eu não quisesse. Assim eu explico borboletas no estômago quando você me liga (detalhe, você mora comigo!).