terça-feira, 17 de julho de 2012

Didi Mocó, Natacha e Teatcher, ou o meu relato de aniversário!


Falar em público nunca foi uma dificuldade para mim, nunca mesmo, desde pequena eu sou assim, meio Silvio Santos sabe. Vejo uma aglomeração de pessoas e já me dá aquela vontade louca de gritar “Ma Oe”.

Senhor Abravanel, o inventor das colegas de trabalho e do microfone parafusado na camisa. Um idolo.

Então, quando as phynas da área do Varejo do banco onde eu trabalho entraram em contato pra eu fazer uma palestra sobre ser mãe e trabalhar eu nem titubeei. Aceitei na hora, já prevendo que eu poderia manifestar o meu lado Abravanel.

Mas gente, quando eu comecei a montar minha apresentação eu percebi que eu to longe, MUITO LONGE, de ter sangue Abravanel. Eu to na verdade muito mais pra DIDI MOCÓ, vestido de Maria Bethânia, tendo um caso de amor com o Mussum!

Num me olha assim! Tive filhos e virei o Didi!

Eu não consegui fazer nem um mísero, único, solitário, singular, filho único de mãe solteira slide sem piadinha. O que é isso minha gente? Um vício, um problema genético, uma mutação ocasionada pela overdose de ocitocina durante o parto? MISTÉRIO! Acho que tinha que ter um Globo Repórter só sobre mães que viram comediantes depois do parto. E o Sérgio Chapelin começaria o programa dizendo “O Globo repórter trás com exclusividade a revelação do mistério que paira sobre grande parte das mães do nosso país: A Síndrome de Didi Mocó”.

Daí que eu queria mandar um abraço apertado pra todas as queridas que estavam lá na minha palestra, vendo do que uma mãe Didi Mocó é capaz! E também dizer que eu to aí gente, to na pista, quem quiser fazer uma palestra interessante toda trabalhada na piada interna sobre maternidade é só me chamar!

Agora mudando de assunto, mas não de tema porque né... Monotemática FOREVER.

Eu andei ficando mais velha (leia-se quase balzaca). Daí que o Lucca apareceu com um presente pra mim logo de manhã, no dia do meu aniversário, e eu já me preparei pro que vinha depois. CHANTAGEM DA MAIS BAIXA, SEM NÍVEL OU ESCRÚPULOS.

Olhou pra minha cara com aqueles olhos de “você nem é minha mãe e eu fui o primeiro a te dar presente de aniversário”, e pediu: ”Mari, agora que você já ganhou seu presente, eu queria fazer massinha. Sabe massinha de farinha? Então, a Natasha me deu a receita e falou que é muito fácil de fazer!”

Pausa dramática nesse momento da história. Corta para a minha cara de indignação. Prezados leitores, analisem comigo esta frase: “A Natasha me deu a receita”.

Primeiro, quem é Natasha?

Segundo, quem foi que autorizou um dos meus meninos a manter qualquer tipo de conversação com um ser humano chamado Natasha? Sim, porque Natasha é nome de menina moderninha, que deve ter mãe moderninha, que deve preparar a filha desde muito pequena pra ela destruir os coraçõezinhos puros e inocentes de filhos de mães Didi Mocó como os meus!

Oi, eu sou a Alice Dellal, mas pode me chamar de Natasha!

Natasha não é bom, não é nada bom. Eu me arrisco a dizer que Natasha é pior que Jennifer (pausa pra eu já me desculpar, se você é uma das 12 leitoras  do Blog que se chama Natasha, ou se sua filha chama Natasha, me desculpe, eu tenho sérios problemas mentais e você não deve levar em consideração cerca de 70% do que eu falo/escrevo. Mas se você, ou sua filha não chamam Natasha, be prepared, Natasha não é bom, ela usa salto 15 e saia de borracha, já bem diz o Capital inicial que não me deixa mentir).

Eu, já muito puta da vida com a Natasha e seus planos malignos pra fazer o Lucca sofrer de amores durante o ensino médio inteiro (gente, ainda bem que a minha terapeuta não lê o blog) olhei bem nos olhos dele e perguntei: QUEM É ESSA NATASHA??? PORQUE ELA TE PASSOU A RECEITA DE MASSINHA? É SUA NAMORADINHA É? PODE ME CONTAR JÁ ESSA HISTÓRIA!

Corta a cena pra cara de incrédulo do Lucca, que saiu devagarzinho e foi perguntar pro Beto se eu estava bem, enquanto eu pegava a farinha e o Ki-suco repetindo em voz alta. “Natasha, era só o que me faltava, e eu que não gostava da Jennyfer, Jennyfer era muito melhor. Pelo menos a Jennyfer não usava saia de borracha, coisa mais demodé”.

Agora me fala se eu vou ficar bem quando aparecer namorada de verdade aqui em casa??? Gente, me segura que eu to Creize, quase proibi a massinha home maide por puro ciúmes! E O FILHO NEM É MEU! (mas mora comigo e me deu presente de aniversário assim que acordou, o que me dá todo o direito de surtar por causa da Natasha).

Agora falando do outro filho, presente dele foi olhar bem na minha cara e falar “Mãe I LOVE YOU”. Daí que eu me derreti toda no inglês do Theo e perguntei: 
Filho, foi a professora de inglês que te ensinou?
Ele olhou pra minha cara e falou: 
Não mãe, foi a Teatcher.
Corta a cena, pra minha cara embasbacada, entra a trilha sonora dos trapalhões com Didi, Dedé, Mussum e Zacarias vestidos de presidiário na abertura de programa de televisão mais politicamente incorreta EVER!
E que venham as Natashas e as Jennifers, pois eu as receberei com muita massinha feita em casa!