Eu geralmente passava as férias de julho na casa da minha vó, que morava a 15 minutos (a pé) da minha casa. Mas não era só eu quem passava as férias lá! Eu, meu irmão, minha irmã, meus oito primos e eventuais amigos nossos também freqüentavam a colônia de férias da minha vó. E era legal demais! A gente comia pão fritinho com manteiga, leite batido com goiabada, brincava de pega latinha (e a Preta, minha irmã, sempre se escondia no mesmo lugar). Todo mundo caia do murinho que separava a cozinha da sala de jantar (mas só o meu irmão, Padrão, rachou a cabeça né, fala aí!). Enfim, a casa da minha vó era a nossa Disneylandia caipira (Preta e Pedro, eu citei vocês de propósito, porque eu sei que vocês me Lêem mas quase nunca comentam. E eu sou rancorosa e levo as coisas pro lado pessoal, portanto, cadê os comentários da família???).
Enfim, hoje eu sei que o que pra gente era a maior diversão de todos os tempos pra minha mãe era um alívio, já que ela, via de regra, não tirava férias em julho. A colônia de férias da vovó era a solução de todos os problemas!
Pois então vamos avançar 25 anos e chagamos até hoje, 13 de julho, data em que o Little Big está de férias e eu não. Vocês, leigos em assuntos maternos podem estar pensando “já li 3 parágrafos e ainda não entendi onde essa mulher quer chegar...” Pois eu explico: Se seu filho (tá, ele é meu enteado, mas é meu filho na prática né galera?) sai de férias e você não, numa cidade como São Paulo, e todos os seus parentes mais próximos estão a mais de 150km de distância, e se seu outro filho não está de férias, bom, é o Armagedon! É um desastre! Um Tisunami na rotina de qualquer mãe.
Explico: Moro num prédio com muitas crianças, todas da idade do Little Big, o que é ótimo porque ele tem muitos amigos. Mas a maioria das crianças freqüenta a já exemplificada colônia de férias da vovó, o que é péssimo porque o prédio fica deserto o mês de julho todo. Renegado à turma dos sem vó, sobram no prédio Little Big, Larissa e Giovana. Essas duas últimas só brincam de Barbie, fora de cogitação (ok, nada contra se ele quiser brincar, as vezes até rola dele se enturmar na brincadeira das meninas e, na boa, não vejo nada de mal nisso, acho aliás coisa de menino muito bem resolvido).
No final das contas ele acaba ficando o dia todo dentro do apartamento, jogando vídeo game, assistindo Nicklodeon e Cartoon, mexendo no computador e LIGANDO NO MEU CELULAR!!!
Agora imaginem a cena, lá estou eu, 9h30 da manhã, sentada na baia do auditado, pegando evidências, levantando fluxo, anotando tudo no meu caderno sem nível (com um surfista na capa – alou pessoal dos suprimentos de escritório, acaba com a credibilidade do auditor esse negócio de capa de caderno colorida, além de ser muito anos 80 né, vamo combiná) e de repente toca meu celular. Número de casa, eu sabendo que o Little Big está lá só com a minha secretária (e fiel escudeira, Di! Te amo mais que chocolate!) atendo. Ele: - “Mari, não consigo abrir o saco de pão”.
E o dia tá só começando...
10h30 – Ele me liga pra perguntar se a Giovana pode ir lá em casa.
12h30 – Liga pra perguntar se precisa comer toda a salada.
14h00 – Quer saber se falta muito pra eu chegar.
15h00 – Liga e eu não atendo porque estou em reunião.
16h30 – Me pergunta, indignado, porque eu não atendi as últimas 6 ligações. Respondo que estava em reunião. Ele quer saber sobre o que era a reunião.
17h30 – Quer que eu dê sugestões sobre o que ele pode fazer porque está de saco cheio de ficar o dia inteiro dentro do apartamento.
18h00 – Liga pra ter certeza que eu já saí.
Pois é minha gente, o post poderia acabar aqui. O dia também. Mas ainda temos o segundo tempo de toda mãe que trabalha. O meu começa quando vou buscar o Theo na escolinha (que graças a Nossa Senhora do Bom Parto não tem férias de julho). Quando chego em casa e os dois se encontram, depois do Little Big ficar o dia inteiro guardando a energia característica dos meninos de 9 anos pra esse momento, minha sala vira palco de ensaio do Circo Du Seu Léu. Eles ficam correndo pelo apartamento (a pé ou sobre veículos de 3 rodas, aqui em casa conhecidos como bibi), gritando um pro outro, ouvindo Britney Spears, pulando, pedindo mamá, água, suco, coca, cachorro quente e até um cachorro de verdade!
As 8h30
As 21h30 é hora do banho. Nessas férias eu desenvolvi nova técnica: coloco os dois dentro do Box com um balde de brinquedos e corro pra arrumar os respectivos pijamas.
NOTA: Importante esclarecer que o Big resolveu fazer um curso intensivo de inglês no mês de férias escolares porque né,julho é um mês tranqüilo (PRA QUEM?HEIN?OI? – desculpa, precisava desabafar).
As 22h00 quando está todo mundo limpo e trocado, eu coloco no Discovery Kids pra ver se o sono deles chega. Mas quem chega é o papai e aí, é claro, eles precisam fazer toda a apresentação do Circo du Seu Léu again!
Lá pelas 23h00 conseguimos convencer os dois a deitar na nossa cama (sobre esse assunto ler o post sobre cama compartilhada) e depois de uns 40 minutos os dois dormiram.
23h40 é hora da mamãe tomar banho e arrumar a mochila do berçário pro dia seguinte. Se tudo der certo, consigo dormir as 24h20. Eu já comentei que no dia seguinte acordo as 6h30? Não? Ah então, tem esse detalhe.
Portanto, Férias de Julho, eu te amei, te esperei, te curti durante anos... Mas, posso falar que agora EU TE ODEIO? Pronto, falei.
10 comentários:
Puxa vida... é fogo!! Adorei teu blog e já to seguindo!
Beijos
Oi Cris! É fogo, mas a parte boa é que uma hora acaba hahahaha Cadê o fim das férias?
CHORO de rir com vc... mesmo...
hahahahahahahahahaahhaahahahaha
BJsss
Eu costumo tirar 2 semanas de férias em Julho para ficar com minhas meninas em casa. É bom...Mas também sinto uma falta de alguns dias em casa "alone" !!!
Bjs,
Ieda
Maaaah!
adoro seu blog!! eh uma delicia ficar lendo..quero ter um como o seu um dia! haha
paciencia ai nesse mes..passa rapido!
bjaaoo
punky
Vc é show! Adoro suas postagens.
Aqui em Salvador, ou melhor, no NOrdeste em geral, as férias são em junho e graças a Nossa Senhora do Bom Parto, duram no máximo 2 semanas.
Beijos e boa sorte!
Rafa
Não esquenta mais do que está esquentando. Quando minha mulher foi embora, simplesmente eu cheguei em casa e tinha um casal de filhos pra cuidar, um bilhete, nada mais. Foi emocionante. Fazia tempo que eu não sentia um instinto assassino me devorando. Depois via que não tinha outro jeito. AFinal eram os meus filhos. Então a vida rolou mais ou menos como a sua. A diferença é que , lá mpara meia noite, uma hora, eu acendia um vaseado, baseado na certeza de que não seria possível dormir rapidamente e eu trabalhava no Rio de Janeiro, o que me obrigava a tomar o primeiro vôo , 6.30 ,. para chegar ao trabalho. Acostumei. Mas fiquei sequelado mais com o processo de divórcio do que com as crianças. Eles estão fortes e solidários e cuidam de si mesmos. Acho que deu mais certo porque são dois garotos, com um no de diferença. Resumo, ninguém morre, nem mesmo nós. No máximo subimos num prédio e começamos a matar pessoas na rua...
Tem uma música antiga do Roberto Carlos, que fiz mais ou menos assim: e quando as férias chegarem a gente vai se preocupar um pouco mais...
Morrendo de rir com esse dilema de mulher moderna. Depois que passamos dos 25, férias e muitas outras coisas que amávamos na infância passam a ser tortura! rs Mas a gente sobrevive!
Beijos
Rindo e me identificando horrores!É mais facil quando os dois filhos estão de ferias,assim um distrai o outro.
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