Eu já falei um pouco
aqui e
aqui e
aqui como foi o começo da minha relação com Little Big. De quanto foi difícil no início, como foi nossa aproximação e de quantas vezes fomos confundidos com mãe e filho... Então veio o Theo e, como bem diz a Roberta do
Piscar de Olhos, eu fiquei totalmente monotemática.
Depois de uma avalanche hormonal de ocitocina, prolactina e mais um monte de hormônios inomináveis que fazem a gente chorar em comercial de fralda e arrumar briga com seguranças de Banco, as coisas foram se ajeitando com o Theo e a nossa família! Eu e Big casamos, duas vezes porque né, a gente se ama muito e resolveu casar a prestação pra reafirmar o compromisso. Eu me vesti de noiva, vi o Theo entrar na cerimônia com a minha mãe e o Little Big carregar as alianças! Aí é claro fomos viajar e deixamos o Theo por uma semana aos cuidados da Minha mãe e , quer saber, foi legal pra caramba!
E no meio disso tudo eu esqueci de contar aqui um detalhe importantíssimo dessa trajetória nada mole do meu humilde meia taça 44. Estamos com a guarda de Little Big.
Eu sei que a primeira coisa que as minhas leitoras mães vão falar é: MAS COMO ASSIM PUTAQUEOPARIU ELE NÃO ESTÁ COM A MÃE DELE???
Bom, daí que agora eu vou entrar num assunto delicado e que, sinceramente, até eu que estou vivendo a situação tenho dificuldade de entender...
Porque o Little Big tem uma mãe, certo? Que pariu, amamentou, trocou fralda, enfrentou a separação do namorido, Big, pai do seu filho, resolveu ir embora de São Paulo, depois voltou pois achou que não era justo afastar o filho do pai, e aí eu apareci, e ela no começo desconfiou de mim, mas depois a gente se conheceu e ela viu o tamanho do meu carinho e do meu respeito pelo filho dela, e achou que era hora de também procurar alguém pra dividir a vida e foi aí que apareceu no seu caminho um Canalha. E infelizmente levou dela não só todo o recurso financeiro, mas os sonhos de alguém que já tinha sofrido por demais nessa vida.
Esse parágrafo é só pra resumir (BEM RESUMIDO) o que aconteceu com ela. Mas ia ficar difícil de entender a história sem essa parte importante e eu espero que a Mãe do Little Big não se importe em ser citada aqui.
Acontece que vendo tudo isso acontecer com ela, Big percebeu que Little Big estava enfrentando todos esses desafios também, e passando por situações que ele não precisava passar com 8 anos de idade. Foi aí que ele me perguntou: “ Little Big pode vir morar com a gente?” E eu respondi: “ Claro que Pode” , mas já logo pensei que a mãe dele não ia deixar nem fudendo, porque eu não deixaria! Porque não é o fato da nossa situação econômica ser melhor que vai fazer a vida da criança mais feliz, e porque eu sou mãe né porra, e mãe não tem coragem de ficar longe de filho em hipótese alguma nesse mundo de meu Deus!
Mas o Big é meu parceiro, estava sofrendo por ver Little Big em toda aquela situação e eu tinha que tentar fazer isso por ele. Por eles!
Surpreendentemente (ou não) minha relação com a Mãe do Little Big foi sempre muito boa desde quando a gente se conheceu, pelo simples fato de que a gente se respeita. Eu respeito o passado dela ao lado do cara que hoje é meu marido, e ela respeita o meu presente, ao lado do ex-namorido dela. Evoluídas nós duas né não?
Acontece que por essas e outras ela sempre me escuta muito, a gente conversa e ela leva em consideração o que eu digo a respeito da educação do filho dela, meu enteado. Ela sabe que como ela eu quero o melhor pra ele, sempre.
E fomos lá, Big e eu, conversar com ela sobre a nossa idéia de Little Big vir morar com a gente. Eu falei sobre as escolhas que a gente tem que fazer na vida, que infelizmente ela estava passando por uma fase delicada e que lá em casa Little Big teria toda segurança do mundo pra se desenvolver, ele tem o quarto dele, tem os amigos, tem ótimas escolas lá perto e tem o pai, a madrasta e o irmão. E Big falou que não era justo Little Big sofrer pelos acontecimentos da vida da mãe. E eu já pensei comigo “ Cagou né, agora que ela nunca vai aceitar um troço desses!”
E pra minha surpresa ela disse que Sim, ele podia vir morar com a gente, ela ia estudar, dar um up grade na carreira, e quando se estabilizasse ele voltava a morar com ela.
OI? Como assim? Tá Louca? Bebeu? É seu filho! ÉFE- E-ÉLE-AGÁ-Ó! FILHO!
Juro que eu Choquei!
Como ela ia ficar todo dia sem saber se comeu, se dormiu, se tomou banho, se chorou, se fez lição, sei lá! Eu julguei Mesmo! Sem pudores! Pensei comigo: “ Mas que tipo de mãe aceita numa boa, amigavelmente, não morar mais com o próprio filho?” Bati no peito e jurei que se fosse comigo jamais me separaria do meu filho! E passei uns bons meses pensando assim, que ela era uma mãe relapsa, uma má mãe, uma mãe de merda mesmo! Tive raiva, quis tirar satisfação, sentia pena do Little Big e me sentia pressionada a preencher o papel que na minha cabeça havia sido abandonado!
Até que um dia tive que ir buscar algumas coisas do Little Big na casa dela e tivemos um momento só. Nós duas, de mãe pra mãe. E foi então que ela quebrou todos os meus preconceitos. Me lembro de ver o quão sofrido estava sendo aquela situação através dos olhos dela, no semblante. Ela sofreu demais, foi enganada, perdeu tudo e ficou só. Com um filho que dependia dela. E nesse momento nossa família estendeu a mão e pediu pra cuidar do Little Big e ela sabia que na minha casa o filho dela teria uma família, seria acolhido, teria conforto psicológico e financeiro. Pensando nele, e só nele, ela nos entregou o próprio filho com o coração dilacerado. Se tivesse sido egoísta, pensado só nela, não teria aceitado. Teria rejeitado nossa ajuda e continuado sua luta, com todas as desavenças e necessidades que ela enfrenta hoje e ainda vai enfrentar, obrigando o filho dela a passar por tudo isso junto.
Ela não foi, não é e nunca será uma mãe de merda. Ela é uma mãe de coragem! Que colocou o bem estar de um filho acima de qualquer sentimento próprio. Admiro o que ela fez. E espero de todo o coração estar à altura da confiança que ela depositou em mim. Afinal de contas, a gente não entrega filho da gente na mão de qualquer um.
30 comentários:
Acompanho o S44 há uma semana... é meu primeiro comentário. Já passei por isso, tive que abrir mão do meu filho e deixar ele com a familia do pai(mulher, enteado dele e filho deles) por um tempo... eu emsma que pedi... foi muito dificil, dolorido... os dias mais sofridos da minha vida, principalmente quando chegava o domingo a noite ou a segunda pela manhã, quando o pai ia busca-lo. Mas, graças a Deus, passou.
Vc e ela estão de parabens pelo respeito!
Abraços,
Rafaela
Rafa! Adoro quando pessoas novas comentam!
Eu ainda to aprendendo a lidar com toda essa situação, mas realmente acho que o fato de nos respeitarmos mutuamente ajuda muito, e só faz bem pro maior interessado em que tudo acabe bem, Little Big!
Coragem que vc teve em mulher! Admiro! bjo gde
Bati de frente com o sutiã 44 no blog piscar de olhos e foi paixão a primeira vista! Gosto muito dos seus textos e esse especialmente me emocionou. Sou mãe há "apenas" 5 meses e comecei julgando como vc. Só qd a gente se coloca no lugar dela q pode imaginar o tamanho do rombo no coracao. Parabéns pela relação tão bacana de vcs, com certeza e ganha ganha para todos. E um exemplo para nos.
Bjo
Ps. Desculpa os acentos digitar de celular e uma droga
Ursula!
sabia que o Piscar é um dos blogs que mais manda gente pra cá! essa dona roberta é mesmo mega famosa na blogsfera materna!
Mas vc tem razão, é ganha ganha mesmo pra todo mundo, e eu to me esforçando pra fazer jus a confiança que essa mãe depositou em mim! bjos e comente mais vezes, com acento, sem acento sem problemas hehehe
Coragem que só quem é mãe mesmo, tem!
Hoje quando lembro, choro, mas pro bem do meu filho hoje com 12 anos, eu faria de novo se fosse preciso.
Grande beijo,
Rafa
Hey, hey, falando de mim, eh?? ;)
Gata, que responsa. E que maturidade, essa familia toda.
Vou acompanhar e torcer muito.
Da um abraco na mamis do little por mim.
Beijo, flor
Roberta (a do piscar, nunca consigo logar!!)
Roberta, sabia que agora eu tbm não consigo logar pra comentar em outros blogs do blogger!! Abraço tá dado pode deixar!Mas ó, tem que ter peito viu hahahahaha Bjocas (não usei seu nome em vão né?)
virei fã desse blog!
e q história! realmente, vcs duas, estão de parabéns, quem ama msm, só pensa no bem estar da cria, e supera o resto!
bjão
da Li
Oi, deixa eu contar uma coisa tbm, eu achei o piscar de olhos depois que já seguia o s44, só pra constar, ahahahaha
estou arrepiada com esse post, adoro todos, o coração veio na boca...
um grande abraço
Patricia (mãe do Heitor, 6 anos e da Helena, 1 e meio)
Oi, me vi num filme ao contrário nesse post... minha mãe biológica me entregou ao meu pai biológico e a minha mãe (então esposa do meu pai) quando eu tinha apenas 2 anos. Por muito tempo levei isso na minha cabeça como rejeição... hoje, mesmo não tendo contato com ela desde então, tenho convicção de que não foi isso! Foram as necessidades, uma outra criança por vir (e muitas outras que vieram depois) quea fizeram tomar essa decisão... ela não me tirou o direito de viver ao lado dela, me deu o direito e o prazer de ter uma família de verdade e com condições para estudar, comer e dormir...
Te dou os parabéns, vejo em você a mãe que me escolheu... Está dando ao seu enteado uma família pronta cheia de amor...
Janna Souto (mãe do Lucas)
Oi Sol...! Deletei meu blog o ECLIPSE DAS BRUXAS por N motivos, mas nunca deixei de "ler vc"...!
Queria dizer mais uma vez que te admiro demais e espero que sua vida, sua história, e de todos os seus "meninos" sejam sempre muito abençoadas...!
Queria te contar também que estou grávida de dois meses, e que sempre que quero me informar de alguma coisa, corro aqui e vejo o que vc fez em cada fase...! Hehehehe!
Enfim, nunca deixe de postar, viu?
Beijos!
Que coisa mais linda!
Agora mesmo estava conversando com uma grande amiga sobre a falta que faz, na vida da gente uma grande confraria de mulheres, para proteger as mais frágeis de oportunistas.
Ela é uma mãe coragem e você também! Nem todo mundo tem essa disposição...
Bj
PAola
Lilian, obrigada!
Valeu mesmo, acho que a relação de nós duas é um exemplo bem legal de família expandida!
Bjo gde
Patricia!
olha que orgulho! To indicando leitores pra Roberta tbm! hehehehehe
Bjos no Heitor e na Helena *meu, que nomes lindos, ótima escolha!)
Janna!
fiquei muito emocionada com o seu comentário! De verdade! Devem existir muitos exemplos de situações parecidas com a que eu vivo hj! O Little Big já está com 9 anos, mas nem por isso a transição entre 2 mundos tão diferentes está sendo fácil... mas estamos fazendo o nosso melhor (Bigm Theo e eu) pra que ele se sinta super acolhido na nossa família! Bjo gde! História super emocionante a sua!
gISA!
Ai, bebe novo! parabéns!!!! Já sabe se é menino ou menina? Ai meu, cuidado com as minhas dicas ok! Pelo menos pode servir como um guia do que não fazer em certas situações hahahahahaha
Bjo, volte mais vezes, e volte a escrever agora que vai entrar pra blogsfera materna!!!
Paola!
Concordo com vc! Acho que antigamente, quando eram muitas mulheres (tias, irmãs, primas, vizinhas) a maternagem ficava um pouco mais protegida... Acho que passou-se um momento de afastamento total, onde as mães só julgavam umas as outras, e hoje a internet permite uma reaproximação, ainda tímida, das mães e seus dilemas, sofrimentos, conselhos, dicas... Mas julgar é uma coisa que muita mãe ainda faz...
Nossa, pra comentar esse post eu teria que contar minha história, vou tentar um resumo grosseiro.
Estou passando por algo muito parecido com o dessa mulher, com a diferença que o Miguel não está com minha ex, mas sim com meus pais. Agora eu e minha família estamos brigando pela guarda permanente dele (já temos a provisória), por abandono dela... Eu só agradeço que o Miguel ainda não entende o que está se passando, afinal, ela voltou pro Paraná quando ele tinha apenas 7 meses... Eu não moro com ele porque estou focando no meu desenvolvimento profissional, voltei meu inglês, tenho me dedicado ao trabalho e projetos pessoais dia e noite... Em breve essa distância compensará, estou apostando minhas fichas nisso... e mesmo porque isso nem é algo tão trágico assim, pois passo todos meus fins de semana com ele...
A mulher do post não está nem perto de ser uma mãe de merda. Nem eu um pai de merda. Levamos patadas da vida e estamos nos erguendo como podemos :)
Oi, Sol!
Acompanhei sua gravidez desde o comecinho, e sempre chorei horrores com os posts(Sou chorona sim, e morri com aquele dicionário de uma grávida)
Então, minha história não é tão parecida, mas não deixa de ser diferente também.. Vou tentar resumir, mas não vai dar muito certo, provavelmente!
Minha mãe tinha 16 anos, teve um namoro rápido de 3 meses com meu pai(que tinha 22) e ficou grávida. Na época meu pai trabalhava no Japão, e estava aqui apenas de férias! Quando descobriram a gravidez continuaram namorando, e ele voltou pro Japão.. Nasci, ele veio me conhecer, mas voltou pra lá! Quando fiz 2 anos eles terminaram, e cada um seguiu sua vida. Só voltou pra cá no meu aniversário de 5 anos, e três dias depois da festa voltou pro Japão prometendo me ligar pra passar os novos telefones e endereço.. Bem, e eu estou esperando isso há pouco menos de 13 anos! Nunca mais tivemos contato nem por telefone, carta, internet, e acho que nem por pensamentos na verdade... Às vezes tenho crises de raiva, de ódio, de pura mágoa, fico pensando nos motivos que ele teve pra me abandonar(Ou na falta deles, né)! E às vezes tudo se volta contra minha mãe(porque um parente paterno diz que ele não me procurou porque minha mãe não deixava), e eu tenho ódio dela! E bem, nem mãe ao certo ela é, porque fui criada pelos meus avós, e hoje ela tem outra família, e eu não faço parte de nenhuma... E dói, mas passa! E eu choro muito, e me sinto sozinha, mas sempre passa, mas volta... E nisso eu vou vivendo, meio perdida, mas caminhando! E sonhando com o dia de sair daqui, estudar, conhecer alguém e ter a MINHA família...
//Me desculpe pelo desabafo, de verdade! Sabe aqueles dias que são terríveis e que você se sente um lixo, precisa de colo e de carinho, pede pra alguém mas a pessoa nega, e você não tem mais o que fazer, e só pode escrever? Então, hoje é meu dia. E seu post caiu como luva HAHAHA
Obrigada!
Sol, preciso do seu email, gata! Manda pra mim!!
Beijokas
* os troianos... ahahaha
adoro contar a historia para o meu filho.... bj grande
Rafael!
Eu dei uma fuçada lá no família Palmito e consegui ter uma breve idéia da história de vcs! Miguelito ainda não entende, e ainda bem mesmo! E vc já tem toda a minha admiração porque não é fácil passar por uma situação como essa! Força na peruca! Agora virei leitora assídua do Família Palmito! Bjo estalado no Miguelito!
Mel!
Sinta-se abraçada, porque depois que eu li o seu comentário me deu uma vontade imensa de te dar um abraço bem apertado, te fazer um cházinho e botar um filme bobo pra assistir com vc! hehehehehe A gente vira mãe i fica meio polva, querendo cuidar de todo mundo! Olha, não deve ser fácil essa situação que vc vive! Mas acho que sentir raiva dos dois não é um bom caminho ( e, acredite em mim, eu sei que dá raiva) mas pai e mãe são seres humanos, e infelizmente nem todo mundo tá preparado pra ter filho, como bem diz a Kira do para Beatriz! Pensa que no fundo essa distância foi melhor pra vc e qure no fim das contas quem perdeu a chance de ter contato com uma pessoa super fofa foram eles!
E ah! Canaliza suas energias pra um dia ser uma ótema mãe! bjo do fundo do coração! E força na peruca!
Fá, como que eu faço pra te mandar??? To indo l´[a no seu blog e deixo em um comentário ok??? Bjo nas crianças!
Sol, seus textos são sempre perfeitos.
E sempre me fazem chorar!
Acho que a gente só descobre o que é o amor de mãe por um filho nessas situações. Nós somos capazes de renunciar a tudo, inclusive aos pequenos, pelo seu bem-estar e saúde.
Espero que dê tudo certo para a mãe do litlle big!
E que vocês curtam muito essa familia super feliz!
beijos
Apenas uma frase: parabéns pela coragem!
Isis e Diane, e não é? Eu já falei aqui uma vez que junto com a palavra mãe vem um outra subentendida "coragem"! Pra tantas coisas, inclusive abrir mão do contato diário com um filho, mas nunca do amor, do carinho e da presença mesmo q por telefone (q é o caso da mãe do LB)
Puxa ! Acho que também estou com os hormônios a flor da pele...Quase chorei nesse post...
Parabéns pela coragem de ambas!
Abraços apertados em toda a família. É o que sinto vontade de fazer depois de ler, com carinho e atenção, esse post tão bonito.
Beijos em você!
Sol! Tenho que confessar, depois de ler esse post me deu até inveja... que sorte ter uma boa relação com a mãe do seu enteado, e mais ainda, poder respeitá-la como mãe. Tenho também um enteado de 8 anos, que não mora com a gente, e posso dizer que respeito não é o forte de toda essa relação. Não conheço a mãe dele, não pessoalmente, mas vejo suas atitudes e as consequências no comportamento do meu enteado. Me sinto muito culpada por ver nele o comportamento dela, e não conseguir amá-lo como ele merece.
Enfim... parabéns pra vc pela família... fico feliz de saber que a minha situação é mais exceção que regra, o que me dá esperanças!
Bjs
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