quinta-feira, 8 de julho de 2010

Os filhos de Eliza



Eu sei que não costumo tratar de assuntos polêmicos por aqui, mãsss nos últimos dias um certo caso de polícia tem revirado meu estômago. Sim, falo do goleiro do flamengo, time que, me perdoem os flamenguistas, ultimamente mais parece facção do PCC.

O que tem revirado o meu estômago não é o fato de Eliza ter sido sequestrada, estrangulada, esquartejada e que partes de seu corpo alimentaram cães. Nem o fato de Bruno, sem a mínima piedade, a ter levado pra esse destino friamente, prometendo lhe dar um apartamento. Ou o fato da esposa dele, Dayane, ter  tido conhecimento de tudo e permanecido calada.

O que revira meu estômago é saber que um bebê, uma criancinha de 4 meses, que ainda mama no peito presenciou tudo isso, teve a mãe assassinada brutalmente à mando do próprio pai e agora corre o risco de ficar ou com o avô, que é acusado do estupro de uma menina de 10 anos ou com a avó, que abondonou a própria filha quando ela tinha 3 anos.

Por diversas vezes eu quis chorar ao ver as fotinhos do bebê, com o rostinho quadriculado, no colo da mãe,  depois de saber que ele foi arrancado daquele colinho quentinho que parecia o lugar mais seguro e gostoso do mundo, e levado para casa de desconhecidos, até ser resgatado pelo avô estuprador.

Eu queria pegar esse bebê no colo, dar de mamar pra ele, dar um banho bem gosotoso nele pra ele poder brincar na agua da banheira, queria cantar pra ele dormir e por ele no berço, pra ele saber que no dia seguinte ainda ia ter uma família.

Não sei que espécie de mãe Eliza seria, mas já não importa agora, porque ela não pôde nem tentar. Ainda bem que o tal Bruno não vai ter contato com o bebê, porque alguém que acha normal "sair na mão com a esposa" não merece a alegria de ter um filho mesmo. Agora, porquê um bebezinho que já sofreu tanto e já perdeu tanto tem de ficar com um avô estuprador ou uma avó sem coração?

Alôu senhor juiz da vara de família de Foz do Iguaçu, eu nunca pensei em adotar antes, mas o Theo e o Little Big iam mesmo gostar de um irmãozinho, e eu ainda tenho leite e tiraria mais 4 meses de licença maternidade pra amamentar o filho de Eliza, já que ela mesma não pode mais fazê-lo por motivos óbvios. Acalente o meu coração, me deixe cuidar desse bebezinho só um pouquinho pra ele entender que o mundo não é só todo esse horror que ele passou! Quem sabe assim eu durma bem pela primeira vez desde que vi a carinha desse bebê!

Sabe o que dói mais ainda? É imaginar quantos filhos de Eliza existem espalhados por esse país.

11 comentários:

Mãeteiga Derretida disse...

Caraleo!
Chorei... Coração de mãe é foda.
Bjus!

Fá, Mãe da Ana Luiza e do Gustavo! disse...

Sabe que essa história mexeu horrores comigo! Pensar naquele bebezinho, tão pequeno, tão carente de afeto/colo/mama... sem contar os horrores que passou.

Agora vem os avós dizendo que amam, blablabla whiskas sachê! PQP!!!

Vamos ver como vai terminar (ou recomeçar) a história desse bebê!

Laís Carvalhêdo disse...

e eu tenho certeza Sol que ele estaria em braços muito seguros! Acompanho por aki o Theo desde que ele era o ervilho...rs e sinto em caad letra dos posts o tamanho da sorte que ele tem em cair justamente nesse coração aí! Tow na torcida,e se for sério o lance da adoção, tenho certeza que seus amigos blogueiros estarão c vc!
Abraços!

Amanda Lima disse...

E o pior é pensar que ambos os avós só o querem pela pensão que ganhará do assassino(sim, quem manda matar é tão assassino quanto quem mata)...
Acho que ele estaria muito bem contigo ou com qualquer outra mãe de bem, que o queira de verdade sem pensar em dinheiro.
Dói na gente, principalmente sendo mãe.
Beijos

Paola disse...

Eu tb não estou conseguindo dormir... esse bebê precisa ser resgatado...

Vê Guimarães disse...

Caramba O post ficou emocionante. Realmente é muito dolorido. Pra quem é mãe de verdade então, dói mais ainda, mas vamos orar pela vida desse pequeno.

Anônimo disse...

tô chorando, tô TODA arrepiada e fazendo um minuto de silêncio por todos os filhos da eliza espalhados por aí.
eu não sei se dá pra viver feliz e tranquila depois que a gente vira mãe - não num mundo cão desses.
ai, que agonia.
parabéns pelo belíssimo insight.

Juliana Contezini disse...

Tbém fiquei mal pensando nesse bebezinho...
mas para ser sincera, fiquei bem pior no caso da menina com a Bruxa Procuradora...Meu Deus, como pode ter gente assim ?

Bell Bastos disse...

Ficar entre o avô estuprador e a avó sem coração é dose.

Mas o pior é que realmente existem vários outros "filhos de Eliza" por aí.

Inclusive, hoje eu vi um cara saindo na rua com uma camiseta desse jogador, Sol, fiquei com medo.

O pior é que se isso não tivesse acontecido com um jogador de futebol, seria mais um caso de polícia esquecido, ninguém ficaria sabendo.

Bjs,
Bell.

[ Dk ] Mateus disse...

Não conheço nada sobre direito, mas pelo que sei, o princípio da inocência é que rege esta decisão. Não é pq eles cometeram erros no passado (os avós) que vão, necessariamente, cometê-los novamente. Tbm discordo da decisão, mas... só nos resta rezar por esta, e tantas outras crianças.

Na ânsia de não ter que cuidar de todo mundo que é abandonado, de graça, o Estado empurra-nos uns pros outros, até que a situação fique realmente crítica. Lamentável.

Maze Oliveira disse...

Gostei do texto e do blog.
Também estou acompanhando pra ver no que vai dar. Nossa que história de horror! macabro!