A calamidade desse último mês se resumiu à minha ficha "calatográfica"...
Pra começo de conversa, se eu soubesse da existência da Monografia antes de prestar vestibular teria feito um curso técnico... Qua é a utilidade de um trabalho que, além de você mesma, só será lido por mais três pessoas? (fazendo uma projeção otimista)
E o pior, quando você pensa que o suplício terminou, pois entre introdução e referências bibliográficas salvaram-se todos, é aí que se engana, o "Fantástico Mundo do Acadêmico" preparou mais algumas pegadinhas para você!
A primeira delas é o sumário. Sim, porque como qualquer iniciante nesse mundo, onde a Plataforma Lattes é o Orkut e o site da Capes o Vídeo Show, eu achei chique de doer fazer um TCC com muitos títulos e subtítulos. Confesso que era uma das horas mais legais da minha sofrida produção acdêmica. Dar nomes bizarros aos 567 tópicos do meu trabalho. E qual não foi meu desespero ao perceber que todos esses tópicos deveriam estar no sumário, seguidos de malditos pontinhos até chegar aos números das páginas (que deveriam se localizar exatamente uns embaixo dos outros)!!!!!!!??????
Me recompuz, recorri ao tópico de "ajuda" do word e seu clips animado idiota, provavelmente inventado por um analista da Microssoft que não teve infância,e consegui descobrir, maravilhada, que Bill Gates, "o espertinho", deu um jeito de fazer o sumário por mim.
Passado esse susto veio a ABNT. Também não vejo lógica em haver uma Associação Brasileira de Normas Técnicas, que todo ano muda as normas de apresentação de trabalhos acadêmicos só para que pessoas manés como eu percam tardes de sono e noites no buteco formatando citações. Recuo de 4 cm. pra lá, tamanho de fonte 11 pra cá, noves fora o espaçamento simples e... Pronto, fase da ABNT superada!
Com o trabalho semi-pronto fui até a biblioteca da faculdade pra fazer a minha ficha catalográfica. Um quadradinho na folha de rosto responsável por classificar em três linhas um trabalho que você demorou oito meses pra fazer. Entreguei toda orgulhosa sumário, resumo e folha de rosto pra bibliotecária e dormi uma noite de sono tranquila.
Eis que no dia seguinte, abro meu e mail e lá está! Ela, a famigerada, ficha calatográfica com o TÍTULO do meu trabalho escrito de outro jeito. Mas um jeito que talvez era o certo! Caralho!!! Eu tinha feito capa, folha de rosto, sumário, folha de aprovação, enfim, toda essa merda com um erro crasso no título...
Já me imaginei sendo açoitada pelo Pasquale, enaqanto o Prof. Tiburcio do Rá-tim-bum esperava sua vez (sim, eu tive pesadelos com ele e sua cara branca quando criança... Aliás, o maquiador da TV Cultura nessa época não tinha coração, a cara do Prof. Tibúrcio parecia a do Ney Matogrosso na capa do Secos e Molhados, com um pouquinho mais de crueldade no olhar... Sem falar naquela boneca gigante horrorosa, que fazia papel de repórter, e o cara moreno da Brastemp era o câmera dela... Depois não entendem porque a nossa geração enche tanto a cara).
Corri para meu único ombro amigo nessas horas, Aurélio Buarque de Holanda. Porém até mesmo ele me deixou na mão. Diante desse quadro desesperador, entre Pasquales, profs. Tibúrcio e intrumentos de tortura, imaginei minha defesa da monografia começando com um erro de português na banca examinadora. Corri pro computador e me rendi à opnião da bibliotecária. Ela certamente bebe menos do que eu, tem portanto mais neurônios e conseqüentemente está certa.
Voltei pra casa pronta pra levar, finalmente, a monografia pra gráfica...No meio do caminho percebi a burrice que eu estava fazendo. O meu título estava certo! A bibliotecária da faculdade, que certamente tinha acabado de se alfabetizar no Mobral , é que estava errada. Volto correndo pra mudar outra vez o título e todo o resto, e também pra dar um jeito na tal "calatográfica", que continuava, calamitosamente, com um erro de "calatografia".
A atendente gente boa da biblioteca me disse que eu mesma podia consertar a cagada. Fui então, feliz e contente, pra Sessão de Graduação, perguntar quantas cópias em espiral eu tinha que entregá-los. Depois que eu fiz a pergunta a funcionária me olhpou com cara de quem ia vomitar:
- É no departamento que entrega o TCC, não aqui.
Não me resignei diante de tanta animosidade... Uma senhora com um corte de cabelo daqueles só podia mesmo ser de mal com a vida. Perguntei educadamente:
- Tudo bem, só queria saber quantas cópias são, você sabe?
Ela então tirou um misterioso livrinho branco de algum lugar debaixo do balcão e praticamente lançou na minha cara.
- Esse é o regulamento do Trabalho de Conclusão de Curso do Direito. A resposta deve estar aí!
Peguei o livrinho e fui borocoxô pra casa. Além de ter deixado uma bibliotecária mobral afundar anos e anos de leitura na minha vida, eu descobri, no dia de mandar encadernar o TCC, que existia um REGULAMENTO sobre ele.
Repirei fundo, fumei um cigarro e fui pra gráfica... Pronto! Mesmo com erros de ortografia, regulamentos extemporânepos e citações fora da ABNT, a coisa tá feita. Já quase me formei, posso quase comemorar e depois me considerar uma quase desempregada.
Pelo menos não vou ser uma funcionária de mal com a vida e cabelo estilo o da Araci Balabaniã em Sai de Baixo; muito menos uma biliotecária dislexa... Chego no máximo a advogada bebum, porém sem medo de ser feliz (ou de ser açoitada pelo Pasquale e pelo Prof. Tibúrcio).
Ps: A Larica acha que o professor Tibúrcio ainda da aula... Existem pessoas pior que eu!Ufa!
Pra começo de conversa, se eu soubesse da existência da Monografia antes de prestar vestibular teria feito um curso técnico... Qua é a utilidade de um trabalho que, além de você mesma, só será lido por mais três pessoas? (fazendo uma projeção otimista)
E o pior, quando você pensa que o suplício terminou, pois entre introdução e referências bibliográficas salvaram-se todos, é aí que se engana, o "Fantástico Mundo do Acadêmico" preparou mais algumas pegadinhas para você!
A primeira delas é o sumário. Sim, porque como qualquer iniciante nesse mundo, onde a Plataforma Lattes é o Orkut e o site da Capes o Vídeo Show, eu achei chique de doer fazer um TCC com muitos títulos e subtítulos. Confesso que era uma das horas mais legais da minha sofrida produção acdêmica. Dar nomes bizarros aos 567 tópicos do meu trabalho. E qual não foi meu desespero ao perceber que todos esses tópicos deveriam estar no sumário, seguidos de malditos pontinhos até chegar aos números das páginas (que deveriam se localizar exatamente uns embaixo dos outros)!!!!!!!??????
Me recompuz, recorri ao tópico de "ajuda" do word e seu clips animado idiota, provavelmente inventado por um analista da Microssoft que não teve infância,e consegui descobrir, maravilhada, que Bill Gates, "o espertinho", deu um jeito de fazer o sumário por mim.
Passado esse susto veio a ABNT. Também não vejo lógica em haver uma Associação Brasileira de Normas Técnicas, que todo ano muda as normas de apresentação de trabalhos acadêmicos só para que pessoas manés como eu percam tardes de sono e noites no buteco formatando citações. Recuo de 4 cm. pra lá, tamanho de fonte 11 pra cá, noves fora o espaçamento simples e... Pronto, fase da ABNT superada!
Com o trabalho semi-pronto fui até a biblioteca da faculdade pra fazer a minha ficha catalográfica. Um quadradinho na folha de rosto responsável por classificar em três linhas um trabalho que você demorou oito meses pra fazer. Entreguei toda orgulhosa sumário, resumo e folha de rosto pra bibliotecária e dormi uma noite de sono tranquila.
Eis que no dia seguinte, abro meu e mail e lá está! Ela, a famigerada, ficha calatográfica com o TÍTULO do meu trabalho escrito de outro jeito. Mas um jeito que talvez era o certo! Caralho!!! Eu tinha feito capa, folha de rosto, sumário, folha de aprovação, enfim, toda essa merda com um erro crasso no título...
Já me imaginei sendo açoitada pelo Pasquale, enaqanto o Prof. Tiburcio do Rá-tim-bum esperava sua vez (sim, eu tive pesadelos com ele e sua cara branca quando criança... Aliás, o maquiador da TV Cultura nessa época não tinha coração, a cara do Prof. Tibúrcio parecia a do Ney Matogrosso na capa do Secos e Molhados, com um pouquinho mais de crueldade no olhar... Sem falar naquela boneca gigante horrorosa, que fazia papel de repórter, e o cara moreno da Brastemp era o câmera dela... Depois não entendem porque a nossa geração enche tanto a cara).
Corri para meu único ombro amigo nessas horas, Aurélio Buarque de Holanda. Porém até mesmo ele me deixou na mão. Diante desse quadro desesperador, entre Pasquales, profs. Tibúrcio e intrumentos de tortura, imaginei minha defesa da monografia começando com um erro de português na banca examinadora. Corri pro computador e me rendi à opnião da bibliotecária. Ela certamente bebe menos do que eu, tem portanto mais neurônios e conseqüentemente está certa.
Voltei pra casa pronta pra levar, finalmente, a monografia pra gráfica...No meio do caminho percebi a burrice que eu estava fazendo. O meu título estava certo! A bibliotecária da faculdade, que certamente tinha acabado de se alfabetizar no Mobral , é que estava errada. Volto correndo pra mudar outra vez o título e todo o resto, e também pra dar um jeito na tal "calatográfica", que continuava, calamitosamente, com um erro de "calatografia".
A atendente gente boa da biblioteca me disse que eu mesma podia consertar a cagada. Fui então, feliz e contente, pra Sessão de Graduação, perguntar quantas cópias em espiral eu tinha que entregá-los. Depois que eu fiz a pergunta a funcionária me olhpou com cara de quem ia vomitar:
- É no departamento que entrega o TCC, não aqui.
Não me resignei diante de tanta animosidade... Uma senhora com um corte de cabelo daqueles só podia mesmo ser de mal com a vida. Perguntei educadamente:
- Tudo bem, só queria saber quantas cópias são, você sabe?
Ela então tirou um misterioso livrinho branco de algum lugar debaixo do balcão e praticamente lançou na minha cara.
- Esse é o regulamento do Trabalho de Conclusão de Curso do Direito. A resposta deve estar aí!
Peguei o livrinho e fui borocoxô pra casa. Além de ter deixado uma bibliotecária mobral afundar anos e anos de leitura na minha vida, eu descobri, no dia de mandar encadernar o TCC, que existia um REGULAMENTO sobre ele.
Repirei fundo, fumei um cigarro e fui pra gráfica... Pronto! Mesmo com erros de ortografia, regulamentos extemporânepos e citações fora da ABNT, a coisa tá feita. Já quase me formei, posso quase comemorar e depois me considerar uma quase desempregada.
Pelo menos não vou ser uma funcionária de mal com a vida e cabelo estilo o da Araci Balabaniã em Sai de Baixo; muito menos uma biliotecária dislexa... Chego no máximo a advogada bebum, porém sem medo de ser feliz (ou de ser açoitada pelo Pasquale e pelo Prof. Tibúrcio).
Ps: A Larica acha que o professor Tibúrcio ainda da aula... Existem pessoas pior que eu!Ufa!
3 comentários:
agora eu confesso: é o auge do seu humor-literário revestido de uma certa ironia existencialista
Ok... as pessoas preisam aprender a comentar o blog no blog E NÃO NO ORKUT!
Se bem que eu me divirto com os comentários no orkut hehehe
cara, eu ia começar direito mes que vem...
agora n sei mais...
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