Já é tempo de Copa minha gente. Levando em consideração que tipo, ontem era janeiro, e agora já estamos em junho (o mês em que as pessoas mais TOP fazem aniversário, apenas o seres mais lindos, fodões e humildes – ou seja, EU). Faz tempo que eu não escrevo então queria falar sobre tantos assuntos que dificilmente o post vai fazer sentido, enfim, OREMOS.
Vai ter copa (ou eu faço o que com o álbum de figurinhas, peço indenização pro Blater?).
Gente a Copa está aí, a FIFA já veio e sequestrou o pagode, o Fuleco,o Pimpolho, quiçá o Tchan. Já nos tolheu o direito de escrever Copa do Mundo 2014 (ops, me processem) e o Felipão já escalou o nosso time (composto por alguns cabeludos, o namorado da Bruna Marquezine, personagens da Marvel e o marido da Suzana Werner de goleiro – quero ver o Douglas explicar a escalação melhor que eu).
O Lucca já comprou o álbum de figurinhas, eu já tive que passar manhãs de domingo a fio em frente à banquinha de jornal do bairro, sendo extorquida por trocadores de figurinhas que queriam 3 normais em troca de 1 prateada (é assim que nascem agiotas minha gente).
O pessoal da rua de traz já pintou tudo de verde amarelo azul e branco. A Casas Bahia já lançou promoção de televisão. O marido já tirou a cueca de sorte da gaveta. O Theo acha que o hino nacional é a música mais linda do mundo (fato que me fez passar a me debulhar em lágrimas cada vez que o escuto – #aloca). Enfim, vai ter copa sim.
Eu sempre torci pra seleção, nunca fui muito de futebol, mas sou super nacionalista, então me chama pra falar mal de todo mundo menos do Brasil. Acho que essa história de ficar detonando nosso próprio país parece muito coisa de filho ingrato sabe. Porque né, mãe de todo mundo tem defeito, sei lá, fala “menas”, ronca, gasta mais do que ganha, escuta menos do que precisa, tem mais sapatos do que todas as mulheres do prédio juntas... Mas se tem alguém de quem a gente não fala mal é dá própria mãe... Não pros outros. Uma coisa é estar entre irmãos e comentar, outra coisa é falar pros vizinhos, primos, pros gringo tudo gente. Aí não dá.
De todo esse movimento do “Não vai ter Copa”, desse boicote que, na minha modesta e humilde opinião, está direcionando energia para o lado errado, eu tiro apenas uma lição: Preciso ensinar meus filhos a amar o Brasil. Apesar de tudo, de nossa educação precária, da falta de ética, dos atrasos, das injustiças. E apesar de todos, de todos que dizem que precisamos olhar pra fora, não só pra fora, mas pros países “desenvolvidos” pra saber o que é bom, sempre colocando o estrangeiro acima do brasileiro, sempre almejando ser algo que gente, vamo combiná, nós nunca vamos ser mesmo. E que bom! Somos um país tão diferente de todos os outros países, tão único... E o resto do mundo já percebeu isso, só falto o brasileiro mesmo perceber.
Não quero que meus filhos cresçam brasileiros frustrados, querendo ser europeus ou americanos. Quero que eles se orgulhem do país onde nasceram. Só esse orgulho, esse sentimento de pertencimento nos faz querer melhorar. Afinal, se moramos em um imóvel alugado não nos preocupamos com reformas, pinturas, encanamento... Nem mesmo nos preocupamos com o que vai acontecer daqui a alguns anos. Na boa, sinto isso de muita gente. Esse despeito em relação ao Brasil e suas crenças, sua cultura, seu povo. Incrível mas muitas vezes são pessoas que estudaram em boas escolas, têm bons empregos, conhecem muitos países... Mas pra essas pessoas o sentimento de inferioridade em relação ao estrangeiro só faz aumentar.
Gente, desculpa se eu fiz a revoltada, com todo esse papo sobre nacionalismos, estrangeirismos, Fulecos, álbuns e afins. Mas é que vocês sabem, tenho uma criatura de 12 anos em casa, que já começou a (graças a Deus) ter aquela opinião formada sobre tudo, sobre o que o amor, sobre o que eu nem sei quem s... opa, volta Mariana, volta.
Enfim, as discussões sobre a Copa passaram a fazer parte do jantar em família lá em casa. Mas a mensagem foi dada. Tentamos explicar pro Lucca que, em nossa opinião, a questão não é a realização do mundial, é muito mais além do que um evento esportivo. A questão é quem são esses brasileiros que são contra “um Brasil atrasado”, mas usam trabalho escravo em suas fábricas; brasileiros que esbravejam que “Não vai ter copa” e também negam aos seu empregados domésticos o FGTS, a hora extra, o horário de descanso; os brasileiros que fazem manifestações contra a corrupção mas falsificam atestados médicos...
Essa não sou eu, também não são meus filhos. Eu também quero mudanças, quero um país melhor pros meus filhos, um país menos hipócrita, mais justo e com oportunidades para todos. Mas, se queremos mudança ela tem que começar assim, dentro de cada família. Que comece na minha, onde vai ter copa, vai ter gol comemorado, vai ter frio na barriga na hora do pênalti. Mas também vai ter amor ao nosso país, respeito a esse povo que quer melhorar e que não precisa de muita coisa pra ser feliz. Que a mudança comece assim, com amor de mãe e amor à pátria, que vai mesmo ver que um filho seu não foge à luta. E essa é a nossa luta, pais e mães, estão nas nossas mãos os brasileirinhos que serão os próximos governantes, empresários, juízes, professores, médicos... Cabe a nós criar uma geração que ame e respeite o Brasil como nunca antes, uma geração que tenha o tal “braço forte” pra conquistar a igualdade que tanto nos falta, e, por fim, cabe a nós criar pessoas que não troquem 3 figurinhas normais por 1 prateada.
É isso gente, agora é gritar Vai Brasil, abraçar o Fuleco e cair na folia!