segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Quem foi que disse que seria fácil?


Daí que o Theo foi promovido! Do berçário pro mini-maternal antes de fazer 2 anos ou sair das fraldas. Hoje foi o primeiro dia que deixamos ele na escolinha pela porta dos maiores e eu já fiquei emocionada, com lágrimas nos olhos, pensando que o tempo passa muito rápido e daqui a pouco ele tá na faculdade agora ele ia ter as atividades, não ia mais poder tirar a soneca, nem ia ficar com as berçaristas que conhecem ele desde que ele tinha 7 meses, que não ia mais ver os coleguinhas bebês...


Preciso falar que eu quase desisti de deixar ele na escolinha o trouxe pro Banco? Pois é, mas meu marido é um Pai consciente e afirmou que tava mais do que na hora dele ser promovido, afinal de contas ele já tava ficando irritado com a Rotina do berçário (ou seja, mamar, dormir e trocar de fralda). E emendou ainda que talvez essa mudança tenha alguma coisa a ver com o fato dele ter mordido a Gabriela 2 vezes em 2 semanas.

Pronto. Tocou no ponto, e agora eu tenho que voltar um pouco no tempo pra contar que sim, é verdade, o Theo mordeu a Gabriela, a mesma caipirinha das fotos, o que me leva a crer que o namoro dos dois vai bem ao estilo novela Mexicana...



2 semanas atrás...



...Ninguém sabe direito o que aconteceu, a Tia Helena me disse que foi trocar a fralda do Gabriel e quando voltou o Theo já tinha mordido a mãozinha da Gabi. Fui buscá-lo na escolinha e ela me contou que tava de mal dele porque ele tinha mordido a amiguinha. O Theo ouviu toda a narração do fato de cabeça baixa e beiço derrubado.

Botei ele na cadeirinha do carro já pensando. “Ferrou! Eu não entendo o suficiente de psicologia infantil pra explicar pra um bebê de 1 ano e 10 meses que não pode morder a amiguinha. Comé que eu faço? Mordo ele pra ele ver que dói? Ligo pra minha mãe? Ligo pra Super Nany? Ligo pra mãe da Gabriela e peço desculpas? Sento e choro?” . No caminho de volta pra casa eu fui cogitando todas essas possibilidades, e cheguei à conclusão de que a única solução era conversar com ele, mesmo tendo certeza de que em muitos momentos eu ia parecer a professora do Charlie Brown!

Desci ele do carro e comecei:

- Filho, a mamãe sabe que você mordeu a Gabriela hoje, mas não pode fazer isso! Ela é sua amiga (não, eu ainda não admiti o namoro), e a gente não morde os amigos, nem os inimigos! A gente não pode morder ninguém! Isso é muito feio! A mamãe não quer mais que você morda a Gabriela, vocês têm que brincar junto, igual você faz com a mamãe. E amanhã você vai pedir desculpa pra Gabi, vai dizer, “Gabi, desculpa, a gente é amigo”. Tá bom filho?Não pode!

Agora o que o Theo entendeu:

- Filho, a mamãe blá blá blá mordeu a Gabriela blá, blá não pode blá blá blá! Blá blá amiga (não, blá blá blá blá blá), e blá não blá blá amigos, blá blá blá! Blá blá não pode morder blá! Blá blá blá feio! A mamãe não quer blá blá blá blá Gabriela, blá blá blá blá blá, blá blá blá mamãe. E blá blá blá blá Gabi, blá blá “ Gabi, blá blá blá blá blá”. Blá blá filho?Não pode!

Resultado da aplicação da minha psicologia infantil: O Theo passou o dia seguinte inteiro fugindo da Gabriela, não queria chegar nem perto dela! Não brincaram juntos, nem compartilharam mamadeiras e nem se abraçaram. Acabou a amizade/namoro! Fim! Porque, afinal de contas, tudo que ele entendeu do que eu disse se resumiu à seguinte frase: Gabi, filho, não pode!

A tia da escolinha achou que eu peguei meio pesado (porque eu fiquei a noite inteira e a manhã seguinte repetindo tudo isso pro Theo) e a Gabi também achou que eu peguei pesado! Ficava correndo atrás dele, tentando abraçá-lo a força, pulando em cima dele pra chamar atenção até que... ELE MORDEU ELA DE NOVO.

Pausa dramática nesse ponto da história: GENTE, EU NUNCA ACHEI QUE O MEU FILHO FOSSE MORDER UM COLEGUINHA! Afinal de contas, eu até já contei isso aqui, EU era a vítima dos valentões quando era criança. Eu sempre fui mordida! Nunca mordi! Por algum motivo cósmico que foge do meu alcance o meu filho resolveu mudar de time, e sei lá, acho mais fácil lidar com a situação quando o filho da gente é a vítima, o bonzinho, o injustiçado, que um dia irá resolver defender os fracos e oprimidos, fundar uma ONG e contar todas suas humilhações infantis em um blog!

Agora falando sério, o fato é que é muito difícil lidar quando se está do outro lado, quando é o seu filho quem mordeu/bateu/chutou/empurrou/tomou o brinquedo ou qualquer outra coisa que a gente acha muito feio uma criança fazer. E eu confesso que não está sendo fácil lidar com essa fase do Theo, ele anda querendo distribuir tapas lá em casa e até já me mordeu uma vez!

E não adianta fazer de moderninha, a gente sempre acha que a culpa é nossa! Que não estamos dando atenção suficiente, que a criança está violenta porque não nos tem 24h por dia ao lado dela, e que portanto merece mais carinho/atenção/colo/brinquedos/vontades satisfeitas nos momentos em que a mãe está presente.

E eu particularmente acho esse caminho muito perigoso! Porque as frases aí de cima representam pura e simplesmente uma mãe tentando justificar o mau comportamento do filho. E o pior, se anulando pra isso! Anulando a educação que está dando, a correria toda pra trabalhar e ser mãe, culpando a si mesma ao invés de admitir que o filho fez uma coisa errada e deverá sentir as conseqüências. A vida é assim, o mundo é assim! Não é o fato de trabalharmos fora que leva algumas crianças (como o Theo, ui! Doeu) a morder outras! Ou na época das nossas bisavós crianças eram anjos que só mordiam alimentos? NÃO MESMO GATAS!

É duro admitir (muito duro) mas nossos filhos fazem coisas erradas. E ponto. Porque crianças aprendem assim, testando limites, num jogo eterno de tentativa e erro, e a culpa nossa de cada dia só nos faz entrar perdendo na brincadeira.

Feita toda essa reflexão, eu dei outra bronca no Theo. Ele chorou sentido porque eu fiquei muito brava, brava mesmo, com a segunda mordida na Gabi!

E eu chorei sentido também naquela noite (escondida no banheiro e sem borrar o rímel), pois não é fácil olhar nos olhos de um bebê e sentir que ele ficou magoado com você! Não é fácil passar as poucas horas do dia que restam na companhia do nosso filho dando bronca! Não é fácil dizer que o que ele fez foi muito feio! Não é fácil dizer não...

Mas, enfim, quem foi que disse que seria fácil?

Já aviso que após a última bronca o Theo não mordeu mais ninguém (a Gabriela agradece), e u estou só preparando meu repertório e meu coração mole pras próximas broncas que virão... Ah se virão!

15 comentários:

Anônimo disse...

É engraçado. minha filha nunca teve essa mania de morder, mas levou umas duas ou três mordidas de coleguinhas...

Sol! disse...

Ai ai ai... Pois é, o Theo foi o outro lado dessa moeda! Mas espero que a bronca tenha servido pra alguma coisa! Por enquanto temos 5 dias sem mordidas e contando.... bjos na filhota

Diane Lorde disse...

Daniel Kenji, mordeu, beliscou, puxou cabelos, e ainda, às vezes, ataca seus próprios familiares (postei no blog foto que comprova o fato). É duro sim, e toda vez que ele faz algum tipo de malcriação do tipo sempre penso: se for numa criança do tamanho dele vai doer ainda mais (atualmente com 1a + 9m). Educar é uma arte difícil, dura, mas há de valer o sacrifício!

Unknown disse...

Sol,
Isso é fase ! Sou mãe de duas meninas (5 e 8 anos) e quando elas tinham a idade do Théo, em toda reunião da escolinha tinha mãe reclamando que o (a) filho(a) foi mordido(a).

Bjs,
Ieda

Thais disse...

Vou dar meu pitaco de pedagoga, blogueira, f~de carteirinha, pooooooode?
Essa fase de morder é natural. As crianças mordem pq querem o brinquedo do colega, pq estão bravos, ansiosos, eles tipo mordem pra expressar seu sentimento. Claro que isso não deve ser aceito, mas compreender alivia a culpa das mães, eu penso.
Acho super correto vc dar uma bronca, Sol, e certeza que o Theo entendeu e seu coração de criancinha, diria Piaget, agradece pq tem uma mãe que o educa.
Mas eu adoro maternal, sou fã de carteirinha da Educação Infantil!
Mas ele foi pro Maternal e a Gabi ficou no berçário, é isso?
Beijocas!!!

Sol! disse...

Isso mesmo Thais! O theo foi pro mini-maternal e a Gabi ficou no berçário! Ela é 4 meses mais nova que ele, então acho que vão esperar um pouquinho pra promove-la.
Adorei seu comentário de pedagoga! Amei de paixão! Pode comentar sempre hahaha (olha eu querendo consulta pedagógica grátis).
Puts Ieda, eu sempre achei que eu ia ser a mãe que reclama que o filho foi mordido, e não a que adimite com sorriso amarelo que o filho mordeu (mas não vai fazer mais isso hahahaha).
Diane, a gente podia marcar um play date entre Theo e Daniel? Luta livre? hehehe (ai, desculpa a piadinha, não aguentei)

Nell disse...

Sol, dá uma olhada nesta matéria aqui sobre bebês que mordem, achei bem legal: http://brunah.tumblr.com/

Beijos http://www.sophiaolhosazuis.blogspot.com/

Clube do Fusca da Bahia disse...

É Sol, não é facil não.

meu filho, hoje com quase 13 anos, quando pequeno tinha a mania morder todo mundo, inclusive a mim. Cansada resolvi falar com o pediatra, que por mais louco que pareça, disse pra mim: "quando ele te morder, morda tambem"... pense??!! Como eu iria moder meu proprio filho??? Achei um absurdo, mas reoslvi testar(claro que sem deixar marcas). E foi certo, nunca mais ele me mordeu nem mordeu ninguem.
Quando foi a primeira vez à escola, sempre chegava mordido, apanhado, marcado... quando não aguentei mais, falei com a Diretora da escola, ela simplesmente disse pra mim que isso era normal, que eu era mãe de primeira viagem e tal... na lata respondi pra ela: A Sra. tá pensando que eu crio meu filho pra ser saco de pancada dos coleguinhas??? Que meu filho de 2 anos de idade tem que chegar em casa arrancado o pedaço pq é normal??? Falei um monte. Dai do meu jeito, falei com meu filho: Filho, se o coleguinha te bater, bata de volta! E pronto. Nunca mais até hoje, nunca chegou em casa apanhado.
Alguns podem pensar, Rafaela é louca, ensinou o filho de 2 anos a ser violento, coisa e tal. Não, sou contra a violencia, mas não vou educar meu filho pra vim um FDP que nãos ei de onde saiu bater no filho, ah não vou mesmo.

Rafaela

Thais disse...

Kkkkkkkkkkkkkkkk
Rafaela, é tenso essa coisa de naturalizar, né? Eu tive uma aluna de Maternal que SÓ parou de morder quando um coleguinha a mordeu de volta!
E sempre falávamos com a mãe, que nunca fez nada.. =X

Sol, eu venho siiiiim! Eu reencontrei seu blog sábado, fucei milhares de links meus até achá-lo de volta, haha.
Amo de paixão te ler, me sinto no meio das histórias.
Essa sensação sua de não achar que 'seria essa mãe' é engraçada.. Vc imaginava que o Theo seria mais 'medroso', como vc era?
Pois o menino é valente, hehehe!

Tati Fanti disse...

Sol...(pausa dramática) A MADU SE MORDEU!!!! Tem coisa mais bizarra? A criança SE mordeu na escola. E disse ainda que era pq o papo era sobre mordida de cachorro....

hahahahahaha

Precisamos rápido nos conhecer pessoalmente...hahahaha

BJsss

paola disse...

pelo jeito o não-dente dele não está fazendo falta né...kkkk,desculpe a piadinha,leio sempre seu blog,tenhu uma menina de 2 anos e 10,ela tb passou por essa fase e a pediatra falou pra mim a msm coisa q foi dito pra Rafaela,morder de volta e funcionou ...kkkk...não disseram q seria tão difícil né?
bjs e boa sorte

Clube do Fusca da Bahia disse...

Pois é Thais e Paola, pensei que somente o PED do meu filho fosse louco KKKKKKKKKKK.

Beijos

Afrodite disse...

É difícil ser mãe...e como!
Nem posso dar pitaco,nunca passei por essa saia justa com nenhum dos meus três,mas creio que seja ainda mais difícil qd somos nós,as mães dos que agridem.
Há de se ter muita paciência e conversa.
Boa sorte!

Cami disse...

Sol, engraçadíssimo acompanhar essa fase "ser mãe" no seu blog :) Espero que o Theo esteja acostumado com o novo nível na escolinha...já estou te segindo! Bjs

Laiz disse...

Sol, acabei de conhecer o seu blog...e estou dando gargalhadas do post com o Edu/maridonces aqui...
O Nino por enquanto só recebeu A MORDIDA, mas logo estará entrando na fase oposta... Será que será um mordedor?????
Beijos
Laiz
diasdemamis.com.br